Sociedade

Natal sem água no Riboque

A polémica está aberta. A população de um dos bairros mais populosos da cidade de São Tomé, não tem acesso a água potável. Segundo os moradores desde Agosto que as torneiras secaram. A população pede explicações ao governo. O mesmo grito pela água potável é ouvido neste natal em várias localidades do país.

Segundo a população do bairro do Riboque, nunca antes tinham vivido situação igual. O bairro que beneficiava de água potável 24/24, está a viver uma sede que se prolonga desde Agosto último. Olívia Santana habitante do Roboque, deu voz ao protesto popular. «Nós os pequenos não falamos muito. Falamos pouco e agimos também tarde, esperando que o governo faça alguma coisa. Nesse momento não temos uma pinga de água nem para tomar banho. Antes tínhamos água e corria todos os dias, 24/24», declarou.

A falta de água potável, agrava a insalubridade no bairro da capital São Tomé. As crianças são as principais vítimas da insalubridade do bairro, mas também pelo castigo na busca do líquido precioso.

Desde Agosto quando as torneiras do bairro secaram, que os meninos do Riboque não conseguem dormir em paz. «Não é possível o ser humano viver todos os dias a apanhar água. Crianças de 2 a 7 anos, ao invés de dormirem, têm que acordar as 3 horas da madrugada para ir apanhar água bem longe daqui. Isso não pode ser», reclamou Adélia Daio, outra moradora do Riboque.

Adélia Daio, que abriu um quiosque a beira da estrada para ganhar sustento, vê o negócio a ir por água abaixo. «Não consigo trabalhar, tenho clientes mas não sei como trabalhar por causa da falta de água. Diariamente tenho que pagar pessoas para ir buscar água. Na nossa zona nunca faltou água. Há 20 anos tínhamos problema de água. Foi resolvido. Agora voltamos a mesma situação passada», frisou.

O silêncio das autoridades governamentais em relação a penúria de água potável no Riboque, irrita ainda mais os moradores. «Não há condições de sobrevivência sem água. Ninguém consegue viver no mundo sem água. E é uma falta de consideração do governo. Estamos num país com tanta água e o Riboque no centro da cidade sem água. Esperamos que alguém diga alguma coisa. Estamos no século XXI, precisamos de explicação. Tem que haver responsabilidade de alguma parte», reforçou Adélia Daio.

Um natal com muita sede de água no Riboque, e não só. Madre de Deus é o nome de outro bairro do capital são-tomense densamente povoado. Os habitantes da Madre de Deus, já puseram a circular um documento em que prometem sair a rua nos próximos dias, caso o governo não reponha o fornecimento regular de água potável a população. Os moradores da Madre de Deus admitem no documento levantar barricadas na estrada que liga cidade de São Tomé, à Trindade no centro da ilha.

Pelo acesso a água potável, começam a surgir manifestações de protesto um pouco por todo o país.

Abel Veiga

16 Comments

16 Comments

  1. SOMBRA

    24 de Dezembro de 2010 at 9:18

    É inadmissível e inconcebível não haver um pingo de água num bairro que tinha o precioso líquido 24/24 horas. Meus Senhores, qual é a solução para esse problema?

    • Aerton

      27 de Dezembro de 2010 at 14:55

      A solução passa, na minha opinião por um processo de cisão ou seja constituição de uma nova empresa pública, cujo principal objectivo seria construir infra-estrutura de tratamento e de distribuição de água.
      Assim teríamos uma empresa única e exclusivamente dedicada a questões da problemática de água.
      Libertavamos a outra empresa para questão de energia eléctrica.
      Penso que desta forma, mitigávamos transtorno no dia a dia dos nossos concidadãos.
      Boas festas a todos!!!!

  2. MÉ SOLO

    24 de Dezembro de 2010 at 12:14

    INACREDITÁVEL,CUSTA ACREDITAR
    Os São Tomenses n deviam se queixar de falta deste líquido tão precioso, indespensável a vida pq o país tem àgua que dá p todos e resta. Só n temos água pq a instiutição q tem a responsabilidade pelo seu fornecimento n esta preocupada pelo seu pleno fornecimento.

    Moro a menos de 1000 metros de HMiramar, do HPestana, do PCongressos e do C V Maria e a 9 meses que as torneiras da minha casa n PINGA uma GOTA de ÀGUA.

    CARICATO

    Há ÀGUA para os Turistas e os Ditos Senhores estarem ao belo prazer nas Piscinas e n há para grande parte da População resolver as primeira necessidades. Este é o PAÍS q temos.

    SENHORES DIRIGENTES DA EMAE. NÃO EXISTE SAOTOMENSE DE PRIMEIRA NEM DE SEGUNDA TODOS SOMOS SÃOTOMENSES.

    FESTAS FELIZES

  3. Lupuye

    24 de Dezembro de 2010 at 14:27

    Somos abencoados em Sao Tome pelo facto de termos muitos rios e muita chuva. Infelizmente nao houve, ate aqui, governo que se preocupasse com a questao do fornecimento da agua. Vivo numa ilha sem rios e com pouca chuva e nao temos problemas de agua. E so uma questao de os nossos dirigentes quererem compreender as novas tecnologias e sobretudo quererem fazer aluma coisa positiva por esse povo sofredor. Agua e energia electrica nao deveriam ser problemas para o povo de Sao Tome e Principe pois os rios do nosso pais podem ser a solucao para as duas penurias. Isso sem falar do aproveitamento da luz solar que tambem e muito abundante em STP, para resolver a questao da energia electrica. E SO UMA QUESTAO DE BOA VONTADE!

  4. Alberto Nascimento

    24 de Dezembro de 2010 at 15:08

    um dia desses torno-e extremista, nao apenas em nome dos de Riboque mas principalmente em nome dos de cau’e!

  5. Zinane

    24 de Dezembro de 2010 at 15:31

    O que se passa no Riboque e em muitas outras zonas como Vila Maria e arredores é triste, lamentável e diria mais, estamos perante um caso de polícia. É que a justificação da seca ou falta de chuva é insuficiente porque tivemos largos dias de chuva grossa e a água que há não mais de 3 meses corria 24/24, agora nem pinga. E ninguém vem a terreiro dar explicações a respeito desta situação deplorável a que gentes destas zonas estão votados. Estou em crer que houve desvios à montante e há que se investigar. Já era hora do ministro da tutela se inteirar da situação e dar algum esclarecimento.

    Festas felizes.

    Tenho dito.

    • Tentando a ler

      26 de Dezembro de 2010 at 17:57

      Caro Zidane,

      E assim que as coisas se passam em STP. Ha problemas que afeta o povo e nao se ve nem se ouve responsabilizacao, pedidos de desculpas muito menos comunicados antecipados sobre o que se preve adiante. No entanto o pais tem uma classe governante, ou melhor uma classe reactiva: espera pela situacao depois procura remediar. Todos sabemos que o papel daqueles que chamaram sobre si a responsabilidade de governar e o de analise frequente com vista a orquestrar solucoes para os problemas que sao sobejamente conhecidos por todos. Ao inves ficam ai a tornar noticia ou melhor a propangadear coisas que nem deviam existir: cabas. Viste e preocupacao do governo em radiodifundir a nao distribuicao de cabas, mas da agua que e gritante, nem uma palavra, ate que a populacao faz ameacas e lanca ultimatos. Estamos feitos com estes tipos.

  6. edy

    24 de Dezembro de 2010 at 21:28

    Sobre isto nao comento.Ao tela non desejo vida e saude a todos e ki tenha tb condicoes financeira para manter isso, um bom haja. London.

  7. zuntabaué

    26 de Dezembro de 2010 at 19:00

    Queria fazer uma sondagem aqui… Quais são os bairos da cidade que não tem água pelo menos um dia sim/um dia não, neste periodo festivo?

  8. lingapô

    26 de Dezembro de 2010 at 20:04

    Não é só riboque.A praia francesa também não tem agua,apenas a residencial bigodes,t~em um esquemq qualquer e na~há agua para mais ninguem.

  9. Edson Costa

    27 de Dezembro de 2010 at 3:00

    A vergonha continua!

  10. Lévé-léngue

    27 de Dezembro de 2010 at 10:58

    Essa questão de abastecimento de água é bem mais séria do que supomos, embora o país seja ele rico nesses recursos. Poucos são os bairros e luchãns q beneficiam desse precioso líquido e, por onde passa, ou é em muito pouca quantidade ou em péssima qualidade, o que coloca em risco a saúde das pessoas. Fala-se tanto de planos directores, planos estratégicos, organizando ateliês, workshops para validação de várias instrumentos sobre a matéria, mx os resultados continuam a ser invisíveis… É preciso que se avance com a implementação desses dossiês importantes enterrados na gavetas ou deletados no computadores dos antigos dirigentes. A coisa tá ficando feia e nós pequenos é q mais padecemos pois ñ temos condições de consumir apenas água mineral, refrigerantes, etc…

  11. Lévé-léngue

    27 de Dezembro de 2010 at 11:05

    Se se perguntar à EMAE, a resposta tem sempre a ver com a seca provocada pela gravana prolongada… Bela desculpa… Tanta seca houve que nunca faltou água às inúmeras piscinas espalhadas pelos luxuosos bairros e quintas desta terra… E nós que precisamos de alguns litros para consumo próprio, temos de ir buscar aos riachos ou voltar aos tempos de bichas nos fontenários e chafarrizes públicos que ainda funcionam…

  12. Joker Voz do Povo

    27 de Dezembro de 2010 at 11:57

    Realmente, como é que um país como STP bastante abençoado pela natureza, com riachos e ribeiras, nascentes et., não tem agua a correr nas torneiras? Parece só haver uma resposta. Pela incompetência dos seus dirigentes e má fé. Incompetência porque continuam a celebrar contratos que não dá para acreditar, imaginem, agora está sendo contruido um depósito de agua ao lado do cimitério da Trindade, dizem para abastecer cidade, pelos vistos esse depósito é muito pequeno. Ai vem a má fé, estão fazendo depósito para chafarizes, quer dizer vamos continuar a apanhar agua no chafariz até quando. Vocês sabiam que na Madre-Deus, existem 4 dpósitos de água. E que qualquer um dos dois que foram construidos no período colonial são maiores que os outros dois mandados construir pelos (des) governos são-tomenses. Má fé e incompetência, pegam no dinheiro para construir depósito e como sempre tratam de vida deles.
    Assim vai o STP. Nem com mudança. Muitos, como eu, funcionário público, temos que levantar 3 ou 4 horas de madrugada, ir catar água e depois prepar para irmos ao serviço. E depois, querem que a gente chegue as 7 horas? Querem que os enfermeiros cheguem as horas de turno certa. Como é possível, não dá. Não dá mesmo.

  13. Paulo Flores

    27 de Dezembro de 2010 at 22:29

    Não resta dúvida que é vergonhoso o que se está a passar no nosso São Tomé…as condutas são do tempo colonial, sobre-dimensionadas para a população e os rios correm todos para o mar…Aos politicos não falta água, os governos desde há muito que não investem uma dobra em novas captações. Invistam em hidro-elétricas e aproveitem as águas da montanha. BOAS FESTAS

  14. Eugénio Silva

    28 de Dezembro de 2010 at 13:59

    Até o Ilhéu das Cabras tem água que não é aproveitada!!!

    Tanta má fé porquê???

    A humanidade tem tanta tecnologia ao dispor dos São-tomenses para o proveito próprio e bem-estar da NAÇÃO!

    Há técnicos nacionais nas áreas de engenharia hidráulica e civil com provas dadas no país e no exterior!

    CREDO!!! O que se está a passar com a MENTE de alguns São-tomenses???

    Não nos esqueçamos que estamos neste mundo apenas de passagem. Tudo fica. Ninguém leva nada para outro mundo.

    Bem-haja à NAÇÃO SÃO-TOMENSE!

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