Análise

A ÉTICA E O SUBDESENVOLVIMENTO DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE

Acredito que o atraso do desenvolvimento de S. Tomé se deve à minha falta de ética assim como à de todos os outros filhos da terra. Pois, penso que com menos recursos humanos e alguma boa-fé no sentido de construção do bem colectivo, poder-se-ia fazer mais e melhor do que se tem visto no nosso país.

Pensando livremente sobre a libertação pelo pensamento.

Na falta de indicadores técnicos para avaliar o desenvolvimento de um país, cito para assinalar o subdesenvolvimento, quatro exemplos que se seguem:

1 – O país sob ultimato, ameaçado pela Organização Internacional da Aviação Civil, devido às más condições de segurança do único aeroporto.

2 – O hospital de maiores recursos sem abastecimento regular de água potável! Ouvi uma pessoa credível a dizer que o pai atravessou distritos a pé para levar água tépida de modo a que mãe (do mesmo relator) fizesse cuidados de higiene no hospital.

3 – O lado sério e preocupante, escondido entre expressões cómicas nos divertidos artigos intitulados “Carta Pá Apolinária”. (Peço a todos que os releiam sem se estarem e rir).

4 – Notícias alusivas à luta contra espíritos nas escolas sem resposta a altura do Estado.

O que terá a ética a ver com tamanha perda de sentido de respeito pela vida humana em São Tomé e Príncipe?

Lembro-me que quando matriculei na escola preparatória em 1974, recebi um cartão de aluno e pude ler no verso do mesmo:

“Ajude São Tomé e Príncipe, estudando. Pois esta terra precisa de mulheres e de homens cultos.”

Quantos santomenses ter-se-ão formado em diversas áreas ao longo desses anos?

Que contribuição o país obteve?

Pensando, numericamente nos nossos quadros, na dimensão da nossa terra e na nossa realidade actual, concluo que o nosso desaire exige uma reflexão sobre o nosso sentido ético.

O que é a ética?

Transcrevendo a Wikipédia: a “Ética (do grego ethos, que significa modo de ser, caráter, comportamento) é o ramo da filosofia que busca estudar e indicar o melhor modo de viver no cotidiano e na sociedade. Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano.”

Simplesmente sublinho:

“…o bom modo de viver pelo pensamento humano.”

Detalhando:

A ética preconiza um exercício de pensamentos que nos possibilitem escolher as decisões que nos façam sentir confortáveis ou realizados dentro dos nossos objectivos, tendo em conta a escolha do bem em detrimento do mal. Visa dar-nos liberdade para tomarmos autonomamente as nossas decisões.

Nas tomadas de decisão em direcção ao nosso bem-estar, poderemos ter como condicionantes a ordem, os costumes e os caprichos. Estas condicionantes podem ser seleccionadas e usadas a nosso favor se cultivarmos o hábito de desenvolver a liberdade pelo pensamento.

Um pequeno problema para reflexão:

O Wilker F. trabalha numa instância bancária pertença do Estado. Tem a responsabilidade de guardar consigo as chaves. Num certo dia, o gerente diz que pretende que ele coloque todas as notas em sacos, de noite, e que as leve de carro a um determinado lugar.

O que fará o Wilker F.?

1 – Seguirá a ordem do chefe, mesmo que não concorde, por ser uma ordem?

2 – Fará o que disse o chefe para depois se confessar ao padre ou a Deus e ficar com a consciência tranquila?

3 – Seguirá o capricho de desviar parte para si?

4 – Cumprirá com a resignação funestamente passiva de quem só diz “zemé sá tamé di flá”?

5 – Tomará alguma medida para proteger o bem do povo?

Se Wilker F. fosse um animal irracional, de acordo com a espécie saberíamos a resposta que teria de acordo com as situações. Mas, o Homem pode escolher, na maioria dos casos, uma atitude, pela força do pensamento e libertar-se das mais imprevisíveis provações.

Sabemos que não estamos livres de ficar impossibilitados por catástrofes ou outros factores estranhos às nossas vontades, mas, devemos pensar e fazer projectos. Senão, nem o que cair do céu saberemos aproveitar.

Nesta fase detalhada, da nossa reflexão sobre a ética, tenho trazido como base, a leitura que fiz do autor Fernando Savater no seu livro intitulado: “Ética Para Um Jovem”.

O tal autor deixa entender que a dificuldade em seguir um caminho que dê a algum lugar tem a ver com a falta de firmeza mental (imbecilidade). Definiu 5 modelos de imbecilidade como se seguem:

a)      Sentir que nada interessa. Estar acordado é só uma questão de  os olhos não estarem fechados;

b)      Acreditar que quer tudo, tudo serve e estar nas calmas a ver o que as ocasiões trazem;

c)      Não saber o que quer, nem se dar ao trabalho de averiguar;

d)     Saber o que quer, mas querer pouco com medo ou sem força;

e)      Querer com força e ferocidade e despistar-se confundindo uma vida digna com uma vida cheia de coisas.

Reconheço-me num desses modelos de imbecilidade na minha vida pessoal e noutro que me não deu energias para ajudar a contrariar o subdesenvolvimento do meu país.

Conseguem encontrar traços da vossa imbecilidade caso a tenham? Estarão dispostos a contrariar?

Considero que há um ou mais lados imbecis em todos nós quando se trata da contribuição para o desenvolvimento do nosso país. Sabemos que o adoramos, mas não esgotamos esforços para dedicarmos um pouco da nossa vida à reconstrução social.

Por mais que lutemos pela nossa satisfação pessoal, é na sociedade onde nos realizamos como humanos. Sabemos que mesmo não indo à terra, a nossa tranquilidade, segurança e alegria passa por um S. Tomé e Príncipe acolhedor e apresentável ao Mundo.

Como a ética implica o bom modo de viver pelo pensamento, reafirmo que o péssimo modo de vida em São Tomé se deve à falta de ética de todos nós, filhos, mormente os que fizemos algum curso, assim como os que viajaram e conseguiram melhores condições de vida. Ficamos com mais dados para reforçar os nossos pensamentos, mas não os direccionámos no sentido de construção do nosso país.

A infelicidade de se ser educado sem princípios de bondade, de compreensão pelos outros e de justiça, conduzirá à dificuldade de aquisição desses mesmos princípios. Quem não os tenha, dificilmente confiará nas outras pessoas e acreditará que quem não se aproveitar dos outros passará a ser vítima de aproveitamento de aproveitamento pelos outros. Dificilmente saberão amar o próximo e raramente manifestarão inteligência no sentido de construção social. Serão, tendencialmente, compradores sem conhecer o sabor de uma conquista afectiva, e muitas vezes espertos, aproveitadores imediatistas e inescrupulosos que não revelam preparação para se preocuparem com os prejuízos que podem, por vezes deliberadamente, causar ao desenvolvimento da sociedade em que estão inseridos.

Reconheço que temos casos de pessoas a quem os pais ensinaram princípios de bondade e de justiça que podem ser prejudiciais a essas mesmas pessoas. Podem ser daqueles indivíduos de quem se diz: “Coitado, é boa pessoa”. Para evitar esse tipo de “bonzinhos”, os pais que quiserem educar com princípios de justiça, deve fazê-lo desenvolvendo também o espírito de coragem para que os jovens aprendam a não só ser justos, como a estarem, também, a altura de exigir, de forma civilizada, a justiça. Assim, evitarão ser o bom exemplo de que todos gozam, mas ser daqueles a quem todos reconheçam o carácter.

Por vezes ouvimos dizer que temos dirigentes carismáticos em alguns partidos e que os mesmos são os mais indicados para exercer altos cargos políticos. Nessa altura surge-me uma dúvida: se estiveram pessoas carismáticas junto dos nossos governantes, por que razões não tiveram coragem para dizer que não concordavam com o rumo que a política estava a seguir?  Não seriam simplesmente “bonzinhos” enquanto lá estiveram? Não eram daqueles que diziam “podem ser todos maus, mas eu não vou ser?” Pergunto: ser bom implica deixar acontecer o mal ao pé de nós sem nos opormos?

Nós, os que não fizemos nada e estivemos sempre fora de tudo, não podemos dizer que fomos melhores.

Concluindo

Terminei o meu curso fiquei a trabalhar no estrangeiro acreditando que no país eu seria apenas mais um à volta de fracos recursos de vária ordem, aumentando apenas as dificuldades e que o preferível era reduzi-la, estando fora a fazer aumentar minimamente os recursos do país, sob forma de apoio aos familiares mais próximos. Congratulo-me com todos os que assim tenham pensado e mais com os tenham criado bens dentro do nosso país a partir do estrangeiro.

Todavia, continuo a pensar que devia ter feito mais.

Convido a todos santomenses para analisarmos a cada um de nós e perguntarmos a nós próprios se mais conhecimentos nos trouxeram mais préstimos para uma acção conjunta no sentido de recuperação da nossa terra.

Não falo em aproveitamentos de grupos de amigos para fazer discursos políticos oportunistas; não falo em irmos com mais conhecimentos para tirar lugar aos políticos; não falo em aparecermos para sermos Presidente da República com interesses duvidosos em relação à social. Falo da construção. Porque a ética que eu julgo faltar-nos também se ocupa do bem-estar do próximo e da construção social porque o nosso equilíbrio como humanos é definido na sociedade que devemos preparar como bom suporte para a nossa realização pessoal e para termos a sensação de segurança.

Sugerindo:

Pensando numa construção para todos, devemos contar com todos residentes no país e na diáspora, que já tenham praticado crimes contra a economia ou não e estarmos mais presentes e atentos à preparação do nosso futuro. Isso implica:

– Cumprirmos as nossas obrigações como cidadãos responsáveis sem esquecermos de que somos construtores do nosso bem-estar pessoal e indispensáveis colaboradores para um BEM MAIOR que vá para além das nossas causas individuais.

-Assumir cargos políticos para levar mais alguma boa-fé, apoio e sugestões para os centros de decisão da vida nacional;

-Estar mais próximos dos políticos para ajudá-los a combater as suas próprias insuficiências em vez de os elegermos simplesmente e os idolatrarmos como se passássemos a ter outra cabeça a racionar pela nossa. Eles não serão mais que humanos. Devemos considerar que precisam da nossa aproximação conscienciosa, mesmo que não a queiram.

– Constituir grupos sérios com interesse único de construção, que se fizessem ouvir e tivessem coragem para afirmar o que deve e o que não deve ser feito em prol da nossa construção;

-Não esperar pelas eleições para castigar com votos, mas sim contribuir para corrigir os erros ao longo das legislaturas. Assim, evitaremos as grandes somas de tempo sobre o nosso atraso.

Terminando:

Serei o único a contribuir com o distanciamento para que o nosso país chegasse a tão baixo nível de desenvolvimento humano?

Devemos ter medo de reconhecer que não estivemos bem?

Lewis Victor escreveu:

Errar é humano, persistir no erro é satânico

VAMOS!

Horácio Will

35 Comments

35 Comments

  1. truquim deçu

    17 de Junho de 2011 at 10:03

    Concordo plenamente com sigo

    • manuel sousa

      18 de Junho de 2011 at 9:44

      Caros compatriotas,perdoem-me a dureza do desabafo de que me vou servir.
      S.T.P, nunca mais se levantará da miséria em q se encontra, enquanto nao se libertar dessa monocultura ideológica (a corrupçao),q assumiu contornos epidémicos.
      Num país pobre e enfermado de corrupçao,nao se pode de modo algum, vislumbrar dias melhores.
      Para se inverter a imposiçao do fenomeno,temos que nos libertar e proclamar uma nova independência,a independência da mente. Como?
      Fazendo uma revoluçao. Nao podemos nos acomodar numa pseudo-democracia. De que serve a liberdade do corpo se a alma cotinua refém,presa,sequestrada,zombada, amordaçada e triste?
      Um homem com fome,nao é um homem livre. Uma criança sem futuro nao é uma criança livre. Entao é esta a democracia que tanto nos batemos nos anos setenta?
      Portanto o povo tem q se unir. Temos q chamar á responsabilidade aos nossos autores politicos. Devemos exigir deles, tudo o q é nosso por direito desde 12 de Julho de 1975.
      Temos q questiona-los, pois as suas condutas consubstanciam práticas de crimes lesivos ao povo santomense.
      Devemos responsabiliza-los, pela gestao danosa; apropriaçao indevida; delapidaçao de patrimónios; abuso de confiança; trafico de influencia; corrupçao grosseira; nepotismo; enrequecimento ilicito; desvios de fundos; sonegaçao a justiçao e mt mais.
      para terminar,permitam-me o ultimo desabafo. Temos que administrar doses necessarias de medicamentos ( anti-corruptóides) á nossa sociedade, para eliminar-mos essa epidimia.
      Mais nao digo.

    • Horácio Will

      19 de Junho de 2011 at 16:15

      Manuel de Sousa
      Sabe que é preciso uma grande dose de medicamentos para eliminarmos a epidemia mas, diz que STP nunca mais se levantará da miséria.
      Porquê que não pensa em procurarmos todos a tal dose necessária? Vamos cada um de nós contribuir com a nossa boa-fé e CORAGEM. Sugiro que escrevamos com maiúsculas a palavra CORAGEM para enfrentar e não a coragem para suportar.
      Se conseguirmos convencer o povo de que os governantes são trabalhadores do povo e não donos do povo, talvez consigamos todos obrigá-los a cumprir dignamente as suas funções.
      VAMOS PENSAR E AGIR

    • manuel sousa

      22 de Junho de 2011 at 11:05

      Caro
      horacio Wuill
      Eu nao tenho por costume responder os reparos, que fazem dos meus comentarios,mas a sua imcompreensao superou a minha indeferença.
      Amigo,nunca devemos deixar que a emoçao nos arrebata a alma,e cairmos em esteria palavrosal.
      Eu nao disse,que S.T.P nunca mais se levantará da miséria.
      Disse sim,e dai peço q tenha hulmildade para ler: “…S.T.P nunca mais se levantará da miséria…ENQUANTO nao se libertar da corrupçao…”
      Para terminar quero oferecer-lhe esta citaçao. ” A preciptaçao moral é o veneno do triunfalismo”
      Obrigado

    • Horácio Will

      23 de Junho de 2011 at 5:12

      manuel sousa
      Reconheço que nas vezes em que leio algo fugazmente e comento, corro grandes riscos de fazer comentários errados como o que fiz. De facto estive muito ocupado e saltou-me à vista, após uma má leitura feita sem grande concentração, a necessidade de lhe falar e a todos sobre a CORAGEM de que precisamos.
      Reconheço que foi um erro desagradável para alguém que tenha concentrado para explanar o seu conteúdo e se sinta mal interpretado.

      PEÇO QUE ME DESCULPE.

      Apesar deste erro não ter nascido da causa que o Manuel Sousa supôs, não deixo de reconhecer os ensinamentos que estão explícitos nas suas palavras.
      Faça-me o favor de aceitar um GRANDE ABRAÇO.
      PS: É mais um dos comentadores que enriquece o Téla Nón com profundidade de raciocínios, clareza do conteúdo e o nível de aplicação da língua que falamos. Espero que se mantenha.

    • Quem é a verdade?

      24 de Junho de 2011 at 11:34

      Tenho acompanhado esse comentario e confeço que aguardava espetante pelo desfecho. Nada escrevi antes porque esperava e acreditava numa resposta a esse nivel por parte de quem escreveu “NETO DA AVÓ VENIDA.” e outros.

      Congratulo-me tambem com a grande resposta do sr. manuel sousa pois revela que ainda temos hipoteses de encontrar pessoas com qualidade para uma grande ajuda ao nosso S. Tome.

      De certo que exitirao muitos mais pelo mundo fora que poderao atender ao apelo de se manisfestarem de uma forma ou doutra pela causa da nossa terra.

    • lada

      25 de Junho de 2011 at 17:06

      Ok,meu caro amigo eu respeito á sua opin mas tambem é precisso respeitar os que ca estão ok,já agora vens pra ca dar o seu melhor aque na terra natal,ja ñ á nada a faser em portugal meu amigo,a unica coisa que acontece na em portugal é mesmo corno.

    • manuel sousa

      23 de Junho de 2011 at 22:32

      Amigo Will, tiro chapeu pela sua humildade.
      Isto sim,é uma liçao de civismo. Encantou-me deveras a sua ombridade. Perdoe-me a exaltaçao,obrigado

    • Horácio Will

      23 de Junho de 2011 at 23:48

      Manuel de Sousa
      Não é mesmo que não me enganei?
      Sempre me pareceu que era gente com qualidades e afinal acertei. Esse reconhecimento foi muito nobre.
      Com pessoas assim, ficamos com mais inclinação a acreditar que há gente com quem se pode chegar a algum lugar. Aumenta a força necessária para não cairmos em desânimo.
      Outro ABRAÇO
      ESTEJAMOS JUNTOS PELO STP e depois, quem sabe, pela AMIZADE.

  2. GIZELO ASSUNCAO

    17 de Junho de 2011 at 12:21

    Mais um grande tema para reflexao de todos, os verdadeiros filhos e filhas que amam de verdade S.Tome e Principe. Nao obstante estarmos num periodo de pre campanha, espero que haja bom senso e tranquilidade, para ponderarmos demoradamente neste assunto que de certo nos interessa a todos. Parabens Sr. Horacio por mais uma excelente obra. Boa sorte e felicidades a todos.

  3. Digno de Respeito

    17 de Junho de 2011 at 12:36

    Caro amigo de longa data,

    Os aspectos referidos no seu artigo são bastante relevante mas, a verdade é que no mundo dos cegos, “só não vê quem não quer” (irónico). Ainda, há quem questione os mudus oraduns do sistema reinante em STP desde 1975 até aos dias de hoje. Basta aperceber que num País com mais de trinta anos de independência prevalece ainda com algumas leis pré-independência…. Contudo, diz-se que lutamos pela independência total. não sei se a luta foi para o beneficio pessoal,social, económica, política ou mesmo como se vê a pluriferação das ditas Quintas. … É a classe modal.

    Já nos apercebemos que o tempo dita a moda mas a verdade é que nem todas as modas se ajustam ao nosso corpo. E quando comparamos com o mundo cada vez mais global.

    Apercebemo-nos que a moda da internacionalização está desajustada às chamdas boas práticas sociais. Isto, talvez poderá soar mal aos ouvidos de alguns e mesmo até ruído para os senhores da moda societária santomense.

    Por isso, a D. Alda do E.S., deu um verdadeiro sentido a sua luta: educação, cultura e coerência. Essas 3 palavras fez dela um grande património nacional mas o seu quotidiano não foi de mordomia mas sim de tristeza. Tudo porque ela talvez fosse tão coerente ao ponto de renegar as mordomias e regalias sociais que tanto lutou contra. É justamente tais mordomias que salta à vista de muitos santomenses que continuam impávidos e serenos a espera que uma “migálha” lhes caia do céu… Isto é, como diz-se por ai…

    “cadá n´guê cá sêbê de vidá dê” e o resto que se ….. vai pr’ omar….do atlântico…

    Quando recuas no tempo para referir os teus primeiros anos de escolaridade é muito bem visto mas não sei se na quela época já se antevia os dias de hoje e reponho a tal frase:

    “Ajude São Tomé e Príncipe, estudando. Pois esta terra precisa de mulheres e de homens cultos.”

    Hoje pergunto onde andam os cultos entre os mais cultos da racionalidade humana para reflectir sobre essas causas e efeitos?

    Talvez Alda do Espírito Santo, já antevia a situação. Se ela pensou será que teria em algum momento partilhado tal pensamento com os seus parceiros de “luta” que já não falamos de lutas de interesses (sejam pessoais ou não)

    Talvez ainda te lembras daquela época em que todos alunos do ensino primário levavam para a casa pequenas embalagens contendo prendas de natal. Os alunos estudavam ( não dia todos ) bem e hoje pode-se contar pelos dedos quantos tinha resultados favoráveis e que ignoram o conhecimento porque os seus olhos são maiores que a barriga?!! Logo, não conseguem vêr para a crónica Carta Pá Apolinária e “…o bom modo de viver pelo pensamento humano.”

    Caro Will há alimentos que por muito rico em seu conteúdo, pode ser ignorado (preconceituosamente por alguns beneficiários)porque o seu aspecto não parece convencer, logo psicológicamente pode provocar o sentido de mal estar orgânico para os que se julgam conhecedores de propriedades alimentar e seus nutrientes…

    Bem haja

  4. Digno de Respeito

    17 de Junho de 2011 at 12:37

    Digo: (…) ( não diria todos )

  5. J. Maria Cardoso

    17 de Junho de 2011 at 12:48

    A janela do Téla Nón permite entrarmos na correnteza da expressão “há mais vida para além da política.”
    Estar fora não é está de lado de lá, aliás, a corrida do mundo permiti-nos estar cá e lá estar sem tirarmos o lugar dos que julgam ser dono e dormir o santo sono com o chá de leve-leve.
    Estar fora é tb deixar espaço para os que ficaram dentro.
    A escrita é um vínculo que permite meditar e creio com ela encontrarmo-nos, todos, no caminho de um novo São Tomé e Príncipe.
    Parabéns Horácio!

  6. london

    17 de Junho de 2011 at 13:42

    Pois!

    A falta de etica e realmente o poblema de mtos, mas, se fosse so isso estariamos mto melhor.

    • Horácio Will

      19 de Junho de 2011 at 16:18

      London,
      Se temos pessoas formadas, tivemos e vamos tendo recursos para construir estruturas mas, esses recursos não vão sendo empregues de forma devida, não acha que é na ética que estamos a falhar?

  7. Digno de Respeito

    17 de Junho de 2011 at 14:06

    Acredito, que Alda do Espírito Santo teria se apercebido das tendências dos parceiros concidadãos. Mas, por despor de força própria e lutar contra maus princípios, começou por educação e cultura para justificar a nossa identidade socio-político e cultural. Mas, a mentalidade humana, provocu alguma resignação. Logo, distancio-se entre o poder-ser-estar.

    A ética conjuga-se entre o saber-ser-estar. Apenas essas simples palavras deixam muitos santomenses confundidos entre o que são e o que querem. Dai, dificilmente, alcançaram os respectivos objectivos. Mas, engraçado é que esses tais objectivos são forçosamente alcançados pela troca de favoritismo encapotado entre Somos Todos Primos (STP), e a justiça se pode ver ao binóculo. Acredito que no sonho de cada um. Mas, o sonho individalista, é maior que o bem comum. Aquele que regressa após os seus estudos no estrangeiro, querá pôr em prática o seu conhecimento ao serviço da sociedade santomense. Mas, ergunto como podemos partilhar conhecimento se ainda hoje se continua discutindo quem estudou em Cuba, Brasil, Portugal e outros provenientes das antigas Leste Europeu?!! Seria-me orgulhado, se o Estado santomense proporcionasse um Forum Nacional para se discutir as Boas Práticas Sociais e deliniar as respectivas Estratégias com a contribuição e o conhecimento de todos os conhecedores da matéria. Esperemos para crer… na Ética da Santomensidade

  8. Marta

    17 de Junho de 2011 at 18:14

    De facto não poderia ser mais oportuno falar de ética neste momento tão pouco ético da história de STP.

    Em minha opinião,tal como a moda, o comportamento ético de uma sociedade é uma tendência ditada por quem influência a opinião pública.

    Logo, uma sociedade deixa de ter ética porque as Instituições do Estado deixaram de ter ética.

    Quando vemos ou ouvimos que em Singapura quem deitar a pastilha elástica para o chão leva uma multa, nos EUA o influente que abusar da empregada do hotel é preso e condenado, apercebemos que a ética é imposta ou criada pelo Estado.

    Em STP, quando o Sistema de Justiça não funciona, quando os Tribunais são parciais e ineficazes, quando o Parlamento não cria leis eficientes e encobre parlamentares acusados de corrupção, quando a Presidência não esclarece acusações de corrupção, quando membros do governo são acusados de má gestão e não há auditorias conclusivas e acções, então estamos perante casos de mau exemplo do Estado e má influência na Sociedade, com graves repercussões económicas.

    Enfim, quando os dirigentes das nossas instituições deixarem de dizer “ê ska defendê vida dê” vamos com certeza ter um país mais organizado, mais ético e seguramente mais desenvolvido.

  9. Viegas1

    18 de Junho de 2011 at 0:46

    Temos que ter em conta que também falhou no espírito santomente o gosto pela leitura sobretudo quando o texto é longo mas percebi que para ter a informação completa sobre quaisquer artigo é necessário paciência e determinação para saborearmos o que tão de bom existe nestes artigos como o caso deste. Espero mais uma vez sabermos tirar e por em prática os esforços dos filhos desta terra que deu tudo que tinha para ver esta terra e o seu povo livre e alegre.Sejamos responsáveis por nód e pelo país

    • Horácio Will

      19 de Junho de 2011 at 16:07

      Faço referência a preocupações que nunca deixei de ter e agora com o Téla Nón decidi escrever. Quando assim é, as palavras parecem sair de nós antes de pensarmos. Escrevi este texto antes do “Ser Neto da Minha Avó Venida”. Surgiu-me um texto com 4078 palavras. Guardei-o para ir encurtando de modo a ser menos extenso. Foi muito difícil fazer isso sem tirar muito de o que era o sentido original. Também senti tirar parte de mim. Ficaram aproximadamente 1800 palavras.
      Prometo que se voltar a escrever para o jornal, vou iniciar com a preocupação de respeitar a pouca disponibilidade de tempo dos leitores. Todavia, não me esqueço de que os meus textos são de apelo à formação das pessoas para elas irem no sentido da mudança do país. Se fossem apenas informativos seria mais fácil de resumir.
      Grande abraço, Viegas

  10. António Silva

    18 de Junho de 2011 at 11:59

    Meu caro Horácio Will.
    Também sou do seu tempo. O seu tema está excelente. O seu pensamento também está na mente de muitos que na diáspora preferiram ficar e sabemos de antemão que muitos quadros deste país tiveram de o deixar.
    Porquê?
    S.Tomé e Príncipe nutria de uma certa identidade. A corrupção, a interferência da classe dirigente a todos os níveis, a inveja do próximo e a justiça deficiente constituem grandes males que dificultam o crescimento deste país. Porque é que ninguém tem a capacidade de combater a corrupção, por exemplo?
    No nosso tempo a nossa imagem era prestigiada; tínhamos uma boa selecção de futebol, praticava-se bom basquetebol, bom andebol, bom voleibol e o atletismo. Havia respeito, as nossas ruas eram limpas, os alunos que saiam do Liceu Nacional eram competentes e os serviços públicos funcionavam.
    Hoje em dia o que se verifica?
    Uma falta de respeito generalizado; muitos serviços do estado só funcionam bem a base de gorjetas, etc, etc.
    Os políticos no seu exercício de funções devem pensar no povo e na gestão da coisa pública. Para dar só um exemplo: Todo governante ao deixar o poder fica sempre consigo o automóvel do estado. Isto não pode acontecer! Deparamos com esta situação desde que nos tornamos independente.
    Fala-se muito no turismo. Como podemos fazer crescer o nosso turismo se não temos um bom saneamento básico (as pessoas defecam nas praias, ou onde lhe der mais jeito), um bom sistema de saúde, as vias rodoviárias em condições e uma cadeia de alimentação satisfatória!
    Numa das passagens do seu tema, diz o seguinte: “Pois, penso que com menos recursos humanos e alguma boa-fé no sentido de construção do bem colectivo, poder-se-ia fazer mais e melhor do que se tem visto no nosso país”
    Realmente que sim, mas só se pode fazer algo se aqueles que já estão no poder quiserem que se faça algo. O poder está tão enraizado nas pessoas e o medo de perder o “tacho” faz com outros (principalmente os que regressam da diáspora) possam fazer alguma coisa. Há sempre obstáculos.
    Uma boa política que faça crescer as expectativas dos que estão no exterior, seria um bom estímulo para fazer regressar os seus cidadãos.
    Para finalizar gostaria de ver a mentalidade de muitos dos nossos compatriotas alterada e o país precisa muito de apostar na educação das pessoas.

  11. Celsio Junqueira

    18 de Junho de 2011 at 18:33

    Meu Caro Horacio Will,

    Antes de mais felicita-lo por mais um artigo reflexivo e com apontamentos dignos de um bom debate.

    Não é facil escrever sobre estas matérias no STP de hoje e conseguir audiência (poucos comentários em comparação com os assuntos politicos) de leitura, pelo menos na diaspora e no meio estudantil academico.

    De facto a ética deve ser transversal e omnipresente na acção humana. Mas para isso é necessário que o ser humano descubra a utilidade do instrumento ética na sua vida e de todos a sua volta, consequentemente a sociedade e o país.

    Boa parte dos inumeros problemas que os Santomenses tanto no país como na diáspora padecem, resulta sobretudo da não utilização desse instrumento.

    Não é facil interpretar e praticar “o bom modo de viver pelo pensamento humano”, o desafio e/ou repto que lhe faço, é que disponibilize para fazer esse trabalho com os mais novos. Se temos que preparar uma mudança futura, temos de começar nos mais novos. Lançar as sementes para depois colher os frutos, o contrário é muito improvavel.

    Concluindo, todos queixamos da actual sociedade Santomense e principalmente dos sucessivos Governos. Mas todos que a compõem somos nós Santomenses, não são produtos importados, quem nos dera que assim fosse, seria muito facil de resolver. Pois, enquanto não sermos a mudança que queremos ver nos outros, o insucesso é garantido. E não há outra forma de educar e ensinar se não for dando exemplo. Sem isso, esquecemos a critica mesmo que construtiva porque não será mais que “efeito placebo”.

    Saudações cordiais e admiradora,

    • Horácio Will

      19 de Junho de 2011 at 15:49

      Assíduo e Bom Comentador Celsio Junqueira,
      É quase desesperante observar durante tantos anos a realidade que me suscita a necessidade de me dedicar a estes artigos. Escrevê-los significa que ainda vou tendo alguma esperança e vou dando o meu contributo posssível para a tão propalada e desejada mudança.
      Em todo o seu comentário que é cheio de qualidades, destaco dois aspectos importantíssimos:
      1- “Começar nos mais novos”. Isso teria que ser da iniciativa dos governantes cujas propensões já conhecemos. Faço-o em minha casa. Escrevo aos mais velhos que entendam que mais se atrasam se esperarem pelos dirigentes. Tenho esperança que os filhos destes venham a ser dirigentes. Se reparar, tento injectar a CORAGEM para fazerem o uso do bem de modo a não serem só os desavergonhados a passarem à frente.
      2 -“Pois, enquanto não sermos a mudança que queremos ver nos outros, o insucesso é garantido. E não há outra forma de educar e ensinar se não for dando exemplo. Sem isso, esquecemos a critica mesmo que construtiva porque não será mais que “efeito placebo””. Muito valorizei desenvolvimento social quando estive em S. Tomé com muito menos conhecimento e com muito menor idade. Cá onde vivo em Portugal, que digam os outros para não parecer mal. Como dar o exemplo em S. Tomé, estando cá?
      Escrevo para que aproveite quem tiver tendências para isso, porque também li muitos autores com consequente benefício para os meus filhos, sem saber se esses actores eram exemplares na sua conduta ou não.
      Tenho propostas de santomenses para criarmos o CLUB DOS NETOS DA AVÓ VENIDA. Útil será. Terá adesão? Não seremos confundidos com oportunistas? Como evitaremos entrada destruitiva dos oportunistas?
      O que poderemos fazer por STP para que cresça de base para o topo, dado que o topo se encontra podre tendendo a piorar as bases?
      Diga-me Celsio, digam-me todos.

    • Manga pada

      20 de Junho de 2011 at 0:59

      Caríssimo compatriota!Esse é o 2º seu artigo que leio e permita-me que lhe dê os meus parabens.
      Falar da ética para os que vivem na sociedade santomense,(sem fazer qualquer objeção ao seu artigo, até pk o considero escelênte)temos que ter em conta a realidade da situação actual. Daí basta considerar-mos os cumentários dos compatriotas Marta e Celcio junqueira. São cumentários que na minha opinião, nos alerta para o que temos k fazer como trabalho de casa:
      A máquina da justça a funcionar na imparcialidade.
      Trabalhar a cabeça dos mais novos, espalhando esses bons exemplos.
      Se conseguirmos fazer funcionar esses dois exemplos, não será suficiente mas garanto que teremos 50% da enfermidade curada.
      Para tremina,se está a pensar em criar o clube, ( neto da minha avó)eu gostaria tb de fazer parte do mesmo.Fui

    • Celsio Junqueira

      20 de Junho de 2011 at 19:52

      Carissimo Horácio Will,

      Desde logo tenho que dizer concordo e concordarei sempre consigo porque é uma pessoa de bem e está de bem para com o país e a diaspora Santomense.

      Antes de avançar, gostaria de dizer que dou um passo em frente na disponibilidade para o “CLUB DOS NETOS DA AVÓ VENIDA”.

      Indo ao repto que lhe fiz, gostaria de dizer que não tenho dúvidas que o meu caro faça esse trabalho com os seus filhos, mas também pode ir fazendo com os filhos dos amigos e familiares. Recordo-lhe que aprendi muito com os amigos da familia “mais-velhos” com sabedoria e valores.

      Outra perspectiva que gostaria de aclarar, nem tudo o que a sociedade civil e pessoas como o meu caro “Horácio Will” faz tem de ser visto como politica, interesses e/ou oportunismo. A bondade de ajudar/contribuir para que as pessoas a nossa volta sejam melhores pessoas, incluindo-nos, podera ser profituoso para todos.

      A tentativa de materialismo nas acções e quantificar os ganhos, é algo que desvaloriza o imaterial e o sentimento de bem-estar intangivel.

      Quanto a sua última pergunta, direi que o problema não está no topo, esta sim na base. Os elementos que vão para o topo saem da base. E a dificuldade, na minha opinião, situa-se nas pessoas de bem e a reserva moral da nossa sociedade que resolveram manter-se calados e quietinhos perante o rumo errado que a sociedade esta a ser conduzido. O silêncio é consentimento, a inacção a comnivência e a passividade a cumplicidade.

      Faço votos que se multiplique exponencialmente pessoas como o meu caro, com CORAGEM (o seu conceito agrada-me).

      Saudações Felizes!!!!

    • Horácio Will

      21 de Junho de 2011 at 11:36

      Já usei nomes fictícios e por várias vezes trocamos impressões. Considero que comunicar com o Celsio Junqueira é sempre um bom momento. Vivo numa aldeia do interior de Portugal, onde as pessoas sabem que se eu tiver que lavar o meu carro, suspendo essa actividade se aparecer uma criança a me dizer que tem alguma dúvida nos exercícios escolares. Poderei não ter outra oportunidade e acabar com o carro sujo por muitos dias, mas as pessoas já me conhecem. Tenho diploma de mérito concedido pelo Ministro de Juventude e desporto em 2001, pelo trabalho realizado com os jovens da aldeia onde vivo. Já tinha dito que preferia não falar de mim e por isso não digo mais. Trabalho com crianças dos outros, com adultos e sinto fazê-lo dentro das minhas limitações, para com todo o STP. Simplesmente porque acredito no BEM. Nunca tirei dividendos.
      Quanto ao topo e a base, sei que o mal está instalado em STP. Como os que estão no topo não quererão a mudança, mesmo que isso implique o sofrimento dos que já foram chamados irmãos, camaradas ou compatriotas, dedico-me à apelar à base (que é a mais interessada) para criarmos melhor copa da árvore que somos todos.
      Aprecio o Celsio como comentador e espero que tenhamos muitas oportunidades não só para comunicar como também para ajudar a impulsionar o nosso STP no bom sentido.

  12. Mafili

    18 de Junho de 2011 at 20:18

    Caro Horacio Will, deixe-me felicitá-lo pelo excelente artigo.
    é um deleite ler os seus artigos.
    Parabens e continue assim.

  13. budy

    20 de Junho de 2011 at 9:24

    Valeu mesmo Horácio Will.
    Mesmo que muitos santomenses não tenham acesso a internet para assim poderem ler o artigo, e outros nem sequer ler sabem mas eu acredito que essas ricas palavras de que sabe bem o que estava a escrever chegará a coração de muitos santomense e dai comover ao ponto de começar a pensar num STP melhor para o futuro.

  14. Abilio Neto

    20 de Junho de 2011 at 10:09

    Meu Caro,

    Parabéns e obrigado por mais este momento de boa leitura.

    Retenho 2 interrogações e um postulado:

    “O que fará o Wilker F.?”

    “Devemos ter medo de reconhecer que não estivemos bem?”

    “Falo da construção. ”

    Continua, pf, haverá sempre quem valorizará, o consenso não é um bem absoluto, assim como não é a política partidária.

    Abr.,

    An

  15. António Silva

    20 de Junho de 2011 at 21:21

    Meus concidadãos

    Parece-me que andam a banalizar muito o cargo de um Presidente da República! Para ser Presidente da República, a meu ver, tem exigências. Deve-se pelo menos ter o perfil adequado e é necessário ter os “pés bem assentes no chão”. Senão é o país que fica em “ xeque” e sobretudo é a Nação Santomense que perde em termos de imagem.
    Esta classe está em crise. O ser humano deve ter auto-análise ao ponto de se rever numa posição chave de um país. Ser Presidente da República de um país não basta somente ter uma carreira empresarial de sucesso; agora depende como este sucesso é conseguido e em que padrão e amplitude. A mesma amplitude de sucesso medido para uma empresa ou negócio, não pode ser transladado para a grandeza de um País e povo. A situação aqui é muito mais complexa; gerir uma empresa pode não ser o mesmo que gerir um país. Juntar-se a este pré-requisito, um pouco de conhecimento geral ou seja cultura geral, seria ideal para o cargo.
    Não caiam na asneira de eleger por eleger. A escolha deve ser muito ponderada e baseada em capacidade do candidato em causa.
    O Presidente da República tem que ser – acima de tudo – um garante dos princípios éticos e morais em nome dos quais foi eleito.
    É importante ter alguém no cargo que não nos deixam mal na fotografia. Simplesmente isso.

  16. edmar will

    22 de Junho de 2011 at 10:56

    Gostei principalmente do titulo, e digo ,com poucas esperiencias que tenho de vida E pouco conhecimento ao reipeito concluo que a ética esta de mãos dadas com a falta de consciencia que existe no nosso pais uns ganhan milhoes mensais e outros nem um quarto dessa quantia e os seus maiores sonhos é limitado,pois só pensam na sobrivivencia.

  17. keblancana

    23 de Junho de 2011 at 16:11

    Um bom artigo. Meus parabéns, caro amigo e colega.
    No entanto acontece que em STP:
    . 5% da população lê o seu artigo e compreende.
    .10% Ouviu falar do artigo de um tal Horácio Will
    .85% da população quer lá saber disto para alguma coisa…
    Infelizmente é a sociedade k temos, podemos escrever artigos muito brilhantes, já o fiz em tempos, mas a verdade é a seguinte:
    A mentalidade do povo santomense é um dos obstáculos ao nosso desenvolvimento. Será necessario esperarmos concerteza por mais outras gerações, (repare k eu não digo a proxima geração),mesmo assim talvez… para k estas ilhas maravilhosas possam iniciar um novo ciclo de sucesso.

    • Horácio Will

      24 de Junho de 2011 at 0:05

      Keblancana
      Entendo a razão dos nomes fictícios. Ainda os uso de vez em quando. Se dizes que somos colegas, trata-me por tu como já estou a fazer contigo.
      Uma pergunta para pensarmos juntos:
      -Se esperarmos por mais gerações elas virão como queremos ou teremos de dar tudo para ajudar a actual a preparar as vindouras?
      Temos tanto que fazer!… Faz-me pena verificar a desconfiança com que a nossa população encara os nossos políticos e as campanhas eleitorais. O pior é a real contribuição dos políticos para este estado de coisas.

  18. keblancana

    24 de Junho de 2011 at 17:04

    Caro colega,
    No quadro da realidade sócio económica, politica e cultural Santomense, infelizmente pensar de forma diferente da conjuntura actual, significa auto excluir-se do sistema reinante. Todos os filhos desta terra que efectivamente gostam dela, sofrem com este péssimo quadro social k o País se encontra.
    A tua questão é pertinente, contudo ao depositar esperanças numa próxima geração, fá-lo porque a actual geração e sequencial, está emoldura em vícios, sendo um dos mais emblemáticos a Corrupção. Sabias que a corrupção é um dos maiores impostos pagos pela população? É verdade.
    “Temos tanto que fazer…” Realmente é verdade. Permita-me o seguinte exemplo:

    Tens formação superior, experiência profissional, vivência no estrangeiro e ideias brilhantes. Vais a Angolares por exemplo falar com a população, ninguém te dá ouvido. Vai um destes ditos políticos como Delfim Neves por exemplo acompanhado de Litros de vinho, é adorado pela população, apesar de não ter ideias nenhumas.
    Isto para veres o paradoxo da situação em STP…
    Bem haja meu caro.

    • Horácio Will

      24 de Junho de 2011 at 19:16

      Pelos vistos, os pais desses indivíduos bebiam menos. Eles tiveram bom cérebro e pouca cultura. Ao beberem tanto muitos filhos irão nascer com microcefalia e menos orientação para vida. Esperamos uma coisa,por eles para mudar alguma coisa, esquecemos tudo para sempre ou lutamos contra quem os envenena?
      A luta pode ser com espírito fraternal e livre de agressões.
      Keblancana, ainda quero sonhar com STP

  19. Eugénio Silva

    24 de Junho de 2011 at 18:40

    Caro Horácio Will,

    Mais uma vez fico grato pelo seu contributo. Você demonstra mais uma vez a nobreza de espírito, riqueza de que São Tomé e Príncipe tem e precisa potencializar.

    O País precisa sobretudo dos que se encontram no território nacional e da diáspora, mais a força anímica e espiritual proposta por si, Horácio Will, com base na ética [“ (…) o melhor modo de viver no quotidiano e na sociedade”].

    Não considero São Tomé e Príncipe um País pobre. Considero que a verdadeira riqueza reside no homem, aquele que possui a nobreza de espírito. Acredito que São Tomé e Príncipe ainda tem muitas mulheres e muitos homens assim. De bom coração, alma nobre e sublime!

    Por outro lado, o território que sustenta São Tomé e Príncipe tem recursos naturais, tais como: o mar, a água (chuva durante todo o ano no sul da Ilha de São Tomé), a flora e a fauna.

    O que falta à São Tomé e Príncipe é o que chamo de “Nobreza de Espírito”, no sentido da melhor gestão dos recursos, tanto humanos como os naturais, “espelhados” no saber negociar esses recursos em proveito do bem comum, ou como se costuma dizer em termo jurídico: “de interesse público”.

    Há um ditado na nossa terra que diz: «Cuá di mundo Sá úbua ndala! Quanto djá cu bisso cá cumê, ficá bassola?»
    É como quem diz: “esta nossa vida é apenas uma passagem para outra dimensão que nem sequer conhecemos”.

    Podemos ter todo o bem material do mundo, se o nosso irmão mais próximo estiver na miséria, poderemos estar perante um potencial perigo ao nível de segurança. Pois, haverá probabilidade de sermos assaltados.

    Por que não proporcionar o bem-estar ao nosso semelhante e consequentemente à nós próprios? Certamente seríamos mais felizes!

    Subscreverei no “CLUBE DOS NETOS DA AVÓ VENIDA”. “A união faz a força”

    Bem-haja!

    Euclides Smith de Lima.

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