Sociedade

A separação do lixo começa em casa

A recente inauguração do espaço construído para a deposição separativa de resíduos no Vazadouro de Penha veio marcar o arranque formal da separação de resíduos no País. Agora só falta que a ideia cresça, para que a separação de resíduos seja uma realidade.
Já pensou que as garrafas de vidro vazias podiam ter outro destino que não o contentor do lixo?

Acha que é um desperdício de matéria-prima cada vez que deita o lixo fora? Pois bem, desde o mês passado que a Câmara Distrital de Água Grande (CDAG) disponibiliza no Vazadouro de Penha um espaço para tal, a todos aqueles que se queiram desfazer de forma responsável dos seus resíduos.

No local, a CDAG tem já há alguns meses uma equipa afeta exclusivamente à exploração do Vazadouro e que estará também responsável pela utilização desse novo espaço. Para o efeito, os funcionários estão também disponíveis para esclarecer e orientar os potenciais utilizadores.

O espaço é composto por 5 divisões. A primeira destina-se à deposição de Resíduos Perigosos (divisão vermelha), como pilhas, baterias, lâmpadas, óleos lubrificantes e equipamentos elétricos e eletrónicos. Depois existe também um espaço para Monos (divisão castanha), ou seja, objetos volumosos como restos de mobília, madeiras, sofás, etc. Os Pneus (divisão cinzenta) têm também um espaço reservado, há semelhança dos Metais (divisão amarela) e assim como do Vidro (divisão verde).

Sendo um local pensado apenas para uma deposição temporária é necessário encontrar mecanismos para um reencaminhamento adequado. Por agora e na base do conhecimento já adquirido, confirma-se o que assim como há materiais a entrar também há a sair. Ou seja, sabemos que o efeito da ainda larga reutilização de resíduos e mesmo da sua reciclagem informal é um aspeto muito importante, pelo que uma parte significativa dos materiais depositados é novamente reutilizada/reciclada.

O vidro é para já, o único cujo escoamento está assegurado através do sistema de recolha e processamento realizado pela Igreja da Trindade. Mas e o que fazer aos resíduos perigosos, como as pilhas, em que não existe forma de tratamento e/ou reciclagem no território nacional e que podem contaminar o solo e água, pondo em risco a saúde da população? Esse é o ponto sensível do trabalho agora iniciado e que obriga a uma sintonia com as entidades responsáveis, nomeadamente a Direcção-Geral do Ambiente. Apesar dos avanços falta ainda a assinatura das convenções internacionais por parte do Estado santomense que permitirão a exportação desses resíduos, que doutra forma irão contaminar o ambiente e afetar a saúde das populações.

Os primeiros passos estão dados, agora falta a contribuição de todos de modo que São Tomé e Príncipe possa continuar a ter um ambiente saudável, principalmente para as gerações mais novas.

Simão Dias
Artigo escrito no âmbito do projeto “Conversão da Lixeira de Penha em Vazadouro Controlado” executado pela ONG ALISEI com o apoio financeiro do governo Australiano através da AusAID.

8 Comments

8 Comments

  1. rapaz de riboque

    12 de Março de 2012 at 14:27

    é verdade começa em casa mas muita gente ainda não esta capacitado para tal havia de haver campanhas de sensibilização junto da população

  2. Baga Tela

    12 de Março de 2012 at 14:33

    Esse projeto é muito bom e contribui de forma ativa na proteção do ambiente.
    Para o secesso desta iniciativa, é preciso um campanha de sencibilização muito forte de modo a convencer os cidadãos de que este gesto é o melhor.
    Sei que não é fácil. Mesmo nos países desenvolvidos as pessoas resistem a boas práticas.

  3. João Miguel

    12 de Março de 2012 at 17:23

    Em janeiro de 2011 tive oportunidade de visitar “esse” espaço. Fico contente por agora terem sido instalados esses separadores no Vazadouro da Penha. Assim, como a preparação feita no espaço envolvente. São iniciativas dessas que levam à sensibilização para a separação dos resíduos. Estão de parabéns.

  4. luisó

    12 de Março de 2012 at 19:12

    boa ideia.
    Mas penso que há um senão.
    As pessoas não vão à lixeira despejar o seu lixo individual mas sim os carros camarários e quando isso acontece o lixo não vai já separado nem os homens do lixo o fazem, por isso devia-se para além desta ideia colocarem-se os chamados ecopontos pelas ruas de modo a que quando recuperado já este estivesse separado.Penso que este espaço será mais aproveitado pelas pequenas ou médias empresas que não podem depositar o seu lixo às suas portas mas os domésticos esses poderão ter problemas em fazer a selecção e ir à lixeira por meios próprios.
    No entanto parabéns pela iniciativa.

    • tela

      13 de Março de 2012 at 21:19

      Quem conhece a lixeira de Penha sabe que apenas uma parte das entradas são carros camarários. Há muitas pessoas, que vão deixar o lixo directamente na lixeira porque a Câmara ainda não o faz. Ora acho muito boa ideia haver esse local, pois as pessoas podem levar o seu lixo para lá já separado

  5. Voz da razão

    13 de Março de 2012 at 8:08

    Uma iniciativa nobre para a nossa Mãe natureza. A seguir é preciso uma sensibilização mt forte à população através de campanhas publicitárias utilizando todos os meios de comunicação disponíveis. É preciso reparar que o vazadouro de penha é um depósito dos resíduos. A sua utilização eficaz deve começar com a separação dos resíduos em nossas casas, nas ruas até chegar o referido vazadouro. Para isso terá que haver baldes especiais de separação de lixos que são utilizados em nossas casas, contentores especiais de separação de lixos instalados nas ruas de modo a facilitar a verdadeira separação dos resíduos e fundamentalmente a recolha de lixo em todas as localidades do País através das câmaras. Por isso estou de acordo também com a contribuição de uma taxa para as câmaras nesse sentido. Só assim dariamos o bom uso do referido vazadouro.

  6. B. N

    13 de Março de 2012 at 15:00

    Assim sendo ja esta de bom grado, o que ainda falta, e sobretudo, sencibilizacao das pessoas, falta enculcar nas pessoas, as regras mais basicas que muitos ja sabem, mas so nao os fazem por mero caprixo. A CDAG ainda tem muito trabalho pra fazer.

  7. Cobra Preta

    13 de Março de 2012 at 16:35

    A ideia é boa, todavia o que fazer com esses resíduos já separados! Vai dar na mesma na lixeira geral porque não temos como reciclar, excepto o vidro.
    Ah, os mentores do projeto esqueceram-se de um compartimento para material do tipo plástico para sacos de plástico, garrafas,bules, brinquedos,e objetos diversos feitos de derivado de petróleo.

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