Sociedade

“Não há nada melhor ao que nos aconteceu no dia 12 de Julho de 1975”

Lima Nazaré(na foto) operador turístico na Praia Inhame no sul de São Tomé e agricultor, fala da independência política conquistada no dia 12 de Julho e da independência alimentar em relação ao arroz, que o país deve conquistar aos 37 anos de idade.

«Independência é algo importante para os são-tomenses. Não há nada melhor ao que nos aconteceu no dia 12 de Julho de 1975. No entanto temos que trabalhar mais. Temos que fazer com que a população trabalhe mais, temos que produzir mais, exportar mais» afirmou o engenheiro agrónomo que decidiu apostar no desenvolvimento do turismo ecológico na zona sul de São Tomé.

A dependência que o país conquistou nos últimos 37 anos, em relação ao arroz, é uma grande preocupação para Lima Nazaré. « Eu sou também agricultor, e devo dizer que o arroz que se importa fruto de donativos, não é bom para os são-tomenses. Seria melhor ensinar-nos a pescar do que nos dar o pescado», precisou.

Numa altura em que o país grita por causa da falta de arroz no mercado nacional, Lima Nazaré, defende nova política. «Temos de ir diminuindo os donativos do arroz, e substitui-la pelos meios que devem ser-nos dados para trabalharmos a agricultura. Mais matabala, mais inhame, mandioca, banana etc. Temos possibilidades de produzir todos esses produtos e sermos independentes», acrescentou.

A dependência em relação ao donativo de arroz, tira sentido a política de segurança alimentar em curso. O operador turístico que está apostado no desenvolvimento da região sul de São Tomé, através do turismo ecológico, diz que arroz não pode ser tudo para o país. «Quando se fala da segurança alimentar, não é possível com tanta importação de donativos de arroz. Será que o arroz é tudo para a população de São Tomé e Príncipe? Quando eu era criança era milho, cachupa, voador etc e alimentávamos muito bem com base na produção local», frisou.

Avisou que não defende a substituição total do arroz no mercado nacional, mas aos 37 anos de independência, o país tem que se tornar independente do arroz, como o principal ou único produto alimentar de base. « Hoje as crianças já não querem comer, mandioca, banana ou matabala. Isto porque o arroz é um prato mais fácil. Mas se formos ver bem o arroz que comemos é um donativo. E vamos ficar sempre a espera do donativo que vem do Japão? E um dia se eles tiverem problemas e não puder nos dar? Isso é grave», concluiu.

Abel Veiga

27 Comments

27 Comments

  1. ANCA

    12 de Julho de 2012 at 15:34

    Muito bem

    Boa visão

    Saibamos trilhar o caminho, para o progresso e desenvolvimento sustentável, à nivel social, cultural, desportivo, político, ambiental, económico e financeiro, do País( Território, Mar, População), mediante a UNIDADE, DISCIPLINA e MUITO TRABALHO ÁRDUO.

    Jamais tenhamos medo, preguiça de trabalhar-mos a nossa Terra, o nosso País-SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE.

    Bem haja

    Pratiquemos o bem

    Pois o bem

    Fica-nos bem

    Deus abençõe São Tomé e Príncipe

  2. Fernando Castanheira

    12 de Julho de 2012 at 16:13

    Vc nao sabe que esse arroz traz negocios aos dirigentes?
    Vc sabe.
    Essa recomendacao e futil para os dirigentes. nao achas?

  3. Jo do riboque

    12 de Julho de 2012 at 16:39

    O arroz vem do japão … e segundo declaração do PM a proxima remessa esta prevista em Agosto. Gostaria de saber se o pais tem meios para medir a possivel nivel radioactivo do arroz em causa? Lembro-vos que à 18 meses houve acidente nuclear no japao com contaminação dos terrenos agricolas…Eu pessoalmente na medida do possivel na comeria este arroz sem garantia dos niveis de radiotavidade, sobretudo qdo. são ofertados.Desconfiar das esmolas..Felicidades

    • Jo do riboque

      12 de Julho de 2012 at 16:49

      Peço imensas desculpas por imensos erros de sintaxe e ortograficos.Espero que tenha ao menos , em sintise tenha percebido a ideia .. atençao a possivel contaminação radioactiva do arroz Japonês, se este é mesmo proviniente do Japão. Felicidades

    • beto

      13 de Julho de 2012 at 13:13

      boa análise e assunto pra se considerar. brilhante sugestao!!!

    • Resposta

      14 de Julho de 2012 at 18:24

      Não queria criar alarmismo mas confesso que ao ler estas palavras do Sr. Lima Nazaré, o alarme soava constantemente, “cuidado com radioatividade do Japão!”

      Diz o ditado, “ao cavalo dado não se olha o dente nem a idade.” Mas a julgar pelos riscos desse cavalo (arroz), preferia ver não só a idade e os dentes como também os cascos e a pele.

      Embora seja a favor de investimentos privados, a questão de segurança nesse caso particular sugere uma questão por curiosidade. Esse arroz vem através do estado japonês ou será mais uma das tais negociatas dos privados e o nosso PM?

  4. Matazele

    12 de Julho de 2012 at 17:22

    Arroz de sequeiro produz muito mas quem devia decidir isto, é o mesmo articulista, por isso em quem acreditar.
    Gostei do seu artigo, mas ja sabe.
    “”Na terra de cego, quem anda é olho viló”””

  5. Mendes Cabral

    12 de Julho de 2012 at 17:26

    ABel, desperta-te
    A sombra de um artigo, o homem conseguiu mostrar as casas lindas que possui e fazer grande pub. Ja agora quantos custa estadia nestas casas no fim de semana?
    Nazare, sempre foi muito vivo, Deus abençoa-te sempre.

  6. Gamer martins

    12 de Julho de 2012 at 17:39

    Os governos em STP, querem fazer duas coisas, inevitaveis:
    Importar arroz.
    Construir estradas.
    Todos os governos da Republica fazem isto, com um unico proposito.
    PCD, MLSTP, ADI e MDFN_PCD. Porque será Japuna exitava!

  7. HLN

    12 de Julho de 2012 at 19:47

    Guê tamé sá decû mundo, Granda visão se o Japão tiver problemas estamos feitos ai Bife, arroz nepia. Iné ké muê planta oooo, cua cú sá tela nos, só sá ginón.

  8. The Politics

    12 de Julho de 2012 at 20:27

    Não condordo com o Sr. Lima Nazaré. O arroz sim é importante. Agora a pregunta talvez seria: Será que podemos produzir Arroz em S.Tomé ou talvez cria condições para o produção do Arroz e assim diminuir a importação. Ou talvez diminuir a dependencia no arroz e variar a nossa dieta nacional com productos provenientes da terra nacional, como: banana, madioca, etc.
    Mas o Arroz sim é necessario

  9. luisó

    12 de Julho de 2012 at 21:35

    Pois eu meu amigo para além de STP ser um País não vejo nada de bom que nos tenha acontecido com a independência.
    Não produzimos nada e o pouco que exportamos é dez vezes menos que há 37 anos.
    Os quadros que temos e que nos dirigiram nestes anos a gente vê no que deu.
    Não temos um aeroporto que valha o nome, o porto é a miséria que sabemos, as estradas do País só no 3º mundo, não há água corrente acessível à maioria e decente para beber, energia é o que se sabe, não há emprego para os jovens, as escolas são o que são e não se aprende nada, os políticos nem falo, os empresários não há, enfim já estou a ficar exaltado por escrever estas palavras que tanto me deixa triste.
    Dá que pensar isto tudo…

  10. Kebla

    12 de Julho de 2012 at 22:37

    Compatriotas… Vocês estão neste espaço a discutir arroz?….

    O País precisa ser discutido em termos de uma politica economica social global.

    Discutir a proviniência do arroz?

    Esta é uma questão k se resolve em dois tempos, desculpe a expressão. Isto não é o problema. Pensem oh pessoal…

  11. Fijaltao

    12 de Julho de 2012 at 23:52

    Senhor Engenheiro, não o conheço, mas supostamente está a contribuir para divulgação dos nossos produtos e sobretudo a potencialidade turística que está a demonstrar!
    Ao governo de S.Tomé e Príncipe e todo o povo de S.Tomé e Príncipe, cabe a responsabilidade destes dois em solicitar aos países terceiros com meios tecnológicos para tal de nos fazerem o favor de analisar os produtos comestíveis, sobretudo o arroz, leite e outros vindo do Japão para o nosso país, porque estes produtos podem conter graus de radioactividade suficiente para gerar um pandemia no nosso país. Em vez de nós estarmos a receber dádivas duvidosas, porque não produzir o nosso arroz local nos arredores de Digo nunes? Já são 37 anos dos quais, os sucessivos governos em vez de ensinar o povo a produzir tudo que se produz lá fora, limitou-se durante esses anos a ensiná-lo a mendigar e andar de mãos estendidas. Já chega de brincadeiras! Os Taiwaneses estão em S.Tomé, se pedirmos a eles que nos ensinem a plantar o arroz, estou em crer que eles aceitarão de bom grado! O que é necessário é vontade e iniciativa de empreender.

  12. Filipe Samba

    13 de Julho de 2012 at 7:00

    O Ex-director da loja do povo, nos anos 80 deveria materializar essas ideias, ainda quando estava a viver na Roça-Monte num dos 80 apartamentos concedida pelo Ministério de Agricultura, (Por nativos procedentes da cidade), que tinham sido construídos para os escravos descendentes, que viviam nas barracas (Sanzalas) e que muitos viram os seus sonhos a desfazer-se nas chuvas da madrugada.
    Não tenho nada contra ao Senhor Engenheiro, Nazaré pelo contrario, é uma pessoa douta, em nele não surtia a diferença racial, nem desprezo para com os roceiros que viviam nas barracas e eu também lá vivia e vivo.
    Muito obrigado pela sua boa amabilidade, e o apoio que dava os roceiros (boleia, que tinham que caminhar muito cedo à cidade capital para vender os suas hortaliças, assim como os seus filhos que estudavam no Liceu e na Escola Preparatória.

    • Ôssôbô

      13 de Julho de 2012 at 18:30

      Será que és tu a dito “SAMBA COMUNISTA”
      Por onde andas?

  13. Ogimaykel da Costa

    13 de Julho de 2012 at 8:35

    Algo que seriamente devemos reflectir.
    …”Quando eu era criança era milho, cachupa, voador etc e alimentávamos muito bem com base na produção local”…
    E produtos naturais (sem químicos), como é o caso desses produtos que importamos

  14. Frank

    13 de Julho de 2012 at 9:16

    A seleção de produto alimentar é feito pelo povo; é da estrita responsabilidade do governo, que tem por obrigação fiscalizar o mercado. Nos Países emergentes, apenas a falta do arroz nos depósitos, embora, havendo este no stock, é o motivo de insatisfação. O papel dos repositores no Supermercados é de manter o produto no devido lugar, para que cada um, o adquira. Numa visão futura, não diferente dos que se tem visto noutros lados da fronteira, já amanhã, os nossos filhos irão também almoçar e jantar com o Hamburger, Pizza, e outras tantas qualidades de comer fáceis e rápido por serem coisa do século. Tal como na nossa era, a banana, fruta-pão e a matabala foram a dieta alimentar; naquela altura se se conseguisse economizar mais um centavo, prevendo o amanhã, era bom; havia imposição para que estes produtos fossem consumidos. Devemos compreender que no presente, e vislumbrando o futuro, a tendência no que toca ao modo de vida é cada vez mais ocidental.

  15. juvenal Espirito santo

    13 de Julho de 2012 at 9:40

    Caro Lima Nazaré.
    Finalmente vejo alguém a dizer coisas com sensatez.
    Estou plenamente de acordo consigo, quando diz “que o arroz que se importa fruto de donativos, não é bom para os são-tomenses. Seria melhor ensinar-nos a pescar do que nos dar o pescado”,
    Infelizmente, fruto da política do facilitismo e ajuda externa mal direccionada, torna-mo-nos dependentes do arroz.Faz-me muita impressão ver que hoje há pessoas que comem cachupa com arroz.Muito obrigado Lima Nazaré pelo seu excelente artigo.Juvenal

  16. menina stp

    13 de Julho de 2012 at 21:14

    Excelente Sr. Eng. Nazaré. É um dos poucos santomenses que tem esperança em STP, não só falando mas fazendo, contribuindo para o melhoramneto do turismo (ecoturismo) em São Tomé. Um nacional investindo na sua terra.

  17. Francisca CL

    13 de Julho de 2012 at 21:25

    E para quem não sabe São Tomé já chegou a produzir arroz, na zona de Fernão Dias, com ajuda dos chineses. Eu cheguei a comer este arroz.
    Devemos parar de viver para descansar, parar de descansar durante o dia para poder dormir a noite, parar de considerar que o trabalho é tao sagrado ao ponto de não querermos tocar nele.
    Só assim podermos vencer os desafios do desenvolvimento.

  18. BRIDGWATER

    13 de Julho de 2012 at 22:15

    assistem o videos e depois tirem as vossas conclusoes,Obrigado

  19. Carlos Ceita

    13 de Julho de 2012 at 22:56

    No dia 21 de Dezembro de 2011 no Telanon Isidoro Porto nosso compatriota escreveu e com razão questionando o seguinte:

    1.Não entendo porque razão, STP não produz sal (quer de cozinha, quer de mesa, quer para produção de peixe seco, etc) e continua a importá-lo.
    E tem razão o Isidoro. Houve uma época em que havia escassez deste produto que atingiu valor de 5 euros o kilo no país. Inacreditável num ilha cercada de agua salgada que se da ao luxo de chamar paraíso do equador.

    2.Não entendo porque razão STP não produz água mineral, bem como de mesa e continua a importá-la.

    3. Não entendo porque razão STP não massificou a produção do chocolate a fim de dar maior valor acrescentado ao nosso cacau no Mercado Internacional ou Regional, e continua a exportá-lo massivamente, em forma bruta;
    Infelizmente o mesmo acontece com o nosso café.

    5. Não entendo porque razão a União Europeia concede 144 (CENTO E QUARENTA E QUATRO) milhões de Euros pelo acordo de pesca nas águas territoriais de MARROCOS e em STP concede apenas 3 (TRÊS) milhões para 3 anos. Será por falta de capacidade de negociacao dos nossos dirigentes?

    Eu acrescentaria porque razão em São Tomé e Príncipe não existem criadores e produtores do gado leiteiro e os seus derivados (Industria de lacticínios) e continuamos a importar leite.
    Apicultura ainda se lembram desta actividade que há uns tempos atras existia e depois caiu no esquecimento. Porque não reactiva-la.
    Porque não aproveitar a diversidade de frutos tropicais que possuímos para criar uma indústria de refrigerantes. Quiçá uma marca de bebidas de frutos tropicais que apenas existem no nosso pais.
    Porque não reactivar a marca Flebe.

    Temos de questinar porque razão o japao que não oferece condições para agricultura concede-nos este donativo que de donativo não é porque em troca vem os seus barcos pescar baleias nas nossa aguas. Não acredito em almoços grátis.

    Conclusão:

    Concordo com o Engenheiro temos de adquirir novos hábitos alimentares e acima de tudo temos de adquirir hábitos de imaginação iniciativa criatividade e inovação em suma sermos mais empreendedores (saber pescar) para criar riqueza.
    Sob pena de continuarmos importar bens alimentares que podem ser produzidos no país com consequências para o défice na balança comercial.

  20. Maria Assuncao

    14 de Julho de 2012 at 19:42

    Tem toda razao sim Senhor…
    Com cumprimentos.

  21. Liberdade

    16 de Julho de 2012 at 11:52

    Samba Comunista!
    Russia!!

  22. Mendes Rosario Cabral

    16 de Julho de 2012 at 17:06

    Guine tem arroz, basta fazer um pedido as forças armadas no poder enviam sementes e é so plantar.

  23. Nunha QN

    31 de Março de 2014 at 15:56

    Concordo com o sr. Lima Nazaré. A independência do arroz face ao Japão traria benefícios para o país. Um deles seria o aumento de postos de trabalho, com a plantação de arroz em S. Tomé.

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