Sociedade

No Príncipe Tartaruga tem futuro

A Região Autónoma do Príncipe tem legislação que proíbe o abate e a comercialização da tartaruga marinha. As autoridades regionais capturaram dezenas de quilos de carne de tartaruga que estava a ser comercializada no mercado e queimaram. Os infractores são sancionados.

Príncipe sempre soube o que quer para o seu futuro, em termos de protecção da sua biodiversidade. Por isso é património mundial da biosfera. Estatuto que protege com unhas e dentes. A ilha que é berço de espécies de tartarugas em vias de extinção no mundo, criou legislação que impede a captura e a comercialização de tartarugas marinhas.

Nesta semana, as autoridades da região autónoma queimaram cerca de 40 quilos de carne de tartaruga, que foi apreendida no mercado regional. Uma operação levada a cabo por guardas de praias que tem a missão de proteger as tartarugas.  « É um trabalho árduo que temos vindo a desenvolver. Porque a nossa população muitas vezes não entende a nossa acção. Por hábitos seculares de consumo da carne de tartaruga as pessoas não entendem o nosso papel, neste momento estamos a queimar as carnes de tartarugas que foram apreendidas pelos guardas das praias», assegurou um responsável regional em declarações a TVS.

Segundo o responsável, recentemente algumas pessoas, foram detidas por causa do consumo da carne de tartarugas.

Príncipe defende o seu estatuto de património da biosfera, e conta com o apoio de instituições privadas, que patrocinam os guardas que protegem as tartarugas marinhas.

Abel Veiga

16 Comments

16 Comments

  1. loqueto iambongo

    6 de Agosto de 2013 at 8:21

    Comam outras coisas por favor!
    Deixem os animais em paz. Por vavor, meus conterrâneos,….meus irmão.Respeitem o ciclo de vida desses pobres animais.O espaço terrestre não de uso exclusivo nosso.Pertence também as tartarugas.
    Obrigado.

  2. Kanimambo

    6 de Agosto de 2013 at 8:21

    Abel, é Estatuto de Património da biosfera. Abel nós cá em ST também temos leis especificas, através de convenções Internacionais que rectificamos. Investiga primeiro e depois lança a notícia.

    • Téla Nón

      6 de Agosto de 2013 at 8:37

      Num artigo anterior a Marapa denunciou o facto de não haver legislação em São Tomé que pune a captura e comércio de tartarugas. Marapa é uma ONG credível e dedicada as questões das tartarugas.

  3. CEITA

    6 de Agosto de 2013 at 9:58

    a Lei em S.Tomé não são cumpridas,muito malabarismo, Principe é um país dentro de S.Tomé e Principe. atitude de monco(Principiano) sempre foi diferente a de Santomense. e eles estão avançando a passos largos e vocês em S.Tomé não estão a dar por conta, nguê na quêlêfá cá fica cu jdêlô cê tlóca. daqui a mias 10 anos vocês vão ver o fruto que Tozé esta lançando pra terreno… bem haja meu caro presidente…

  4. Kanimambo

    6 de Agosto de 2013 at 10:08

    Marapa faz leis? Rectifica acordos?

  5. ONG MARAPA

    6 de Agosto de 2013 at 10:56

    Caros leitores do Tela Non,
    É com muito satisfação que a equipa da ONG MARAPA tomou conhecimento desta ação das autoridades da Região Autónoma do Príncipe, em particular do Diretor do Parque Natural Obô do Príncipe, Sr Daniel Ramos, que com muito dinamismo tutela as atividades de proteção destas espécies na região. De facto, apesar da existência de uma legislação regional apropriada, a caça de tartarugas tem continuado nas praias e no mar da ilha, estimulada não somente pelos hábitos e tradições de consumo da população local, mas também pelo facto de existir um mercado para esta carne na ilha vizinha de São Tomé, onde é “exportada” em quantidade, tanto fresca como salgada, para ser vendida livremente no mercado central. As medidas mais rigorosas tomadas ultimamente pelas autoridades locais são necessárias, e a MARAPA manifesta a sua solidariedade com o Parque e a equipa de guardas do Príncipe, e felicita os pela postura e corajosa iniciativa.
    Em Sao Tomé, apesar do que muitos pensam, infelizmente não existe nenhuma disposição legal que proíbe a captura e consumo de tartarugas marinhas, seja a carne, os ovos ou outros produtos derivados. As autoridades policiais, que perceberam da necessidade de proteger estas espécies, em algumas ocasiões já prenderam e libertaram tartarugas a serem vendidas, mas carecem de suporte legal para poder agir a maior escala e com mais eficiência, aplicando sanções. Nas praias, durante a época de desova, os nossos guardas se confrontam constantemente com caçadores. Em certas localidades, a coabitação não é nada pacífica, e andamos muito preocupados com o futuro das nossas ações no futuro próximo.
    A ausência de legislação aplicada as tartarugas marinhas coloca o Estado Santomense em contradição com todas as Convenções internacionais assinadas relacionadas com a preservação da biodiversidade (CITES, CMS, CBD, Convenção de Abidjan etc). Ao assinar estas convenções, o Estado não “protege” stricto senso as tartarugas, mas apenas comprometeu-se em adequar o sua legislação nacional, de forma a permitir o cumprimento dos objetivos das referidas convenções a nível nacional. Infelizmente, este compromisso continua não assumido pelo Estado, apesar das inúmeras sensibilizações feitas – não somente pela MARAPA – junto aos sucessivos governos desde o início dos anos 2000! Como diz o jornalista neste artigo, apenas o Governo Regional tem percebido a importância desta causa, e tem honrado com a promessa feita aos parceiros de conservação. Efetivamente, no que toca as questões de preservação do ambiente e de desenvolvimento sustentável, o Príncipe está muito em frente em comparação com São Tomé. A ausência de quadro legal não somente aumenta a vulnerabilidade das espécies de tartarugas do país, mas também constitui um obstáculo considerável para o desenvolvimento do (eco)turismo, e prejudica a imagem do destino nos mercados emissores. Como podemos continuar a promover STP como um destino com potencial ecoturístico, e ao mesmo tempo permitir que os turistas assistem à matança de tartarugas marinhas nas praias, e à venda de pedaços de carne e ovos no mercado?? Isto é um contrassenso.
    A MARAPA e a Direção Geral do Ambiente, submeteram desde 2009 um projeto de decreto-lei elaborado à luz das convenções internacionais, mas também das disposições do decreto regional, com vista a permitir uma aplicação a escala nacional das medidas de proteção das tartarugas marinhas. Este projeto de diploma passou pelas mãos dos assessores jurídicos dos sucessivos governos desde esta altura, mas nunca chegou a ser discutido em Conselho de Ministros até a data. Em Janeiro deste ano, num encontro com o Ministro das Obras Publicas, Recursos Naturais e Meio Ambiente, obtivemos por parte do novo ministro um engajamento no sentido de levar uma vez por todas o processo até o seu fim. A temporada 2012-2013 terminou em Maio com os resultados assustadores já publicados neste jornal e nos outros canais de comunicação social, e ainda estamos a espera de uma decisão do executivo. Com a aproximação da temporada 2013-2014, o silencio do Governo preocupa-nos, como também os nossos parceiros nacionais e internacionais de conservação.
    O massacre não pode continuar desta maneira! A este ritmo, certas espécies como a tartaruga Sada (Eretmochelis imbricata) vão desaparecer do nosso mar muito em breve. Alias, já desapareceu em quase todo o litoral da ilha de Sao Tomé, apenas tendo sido registada esta temporada no extremo Sul, nas praias de Cabana e Inhame!
    Não se enganem : espécies animais e vegetais exploradas de maneira não sustentável PODEM DESAPARECER num prazo relativamente curto, de uns poucos anos. Os que argumentam que “as tartarugas marinhas nunca acabam” acreditam num mito! Em São Tomé e Príncipe, várias espécies da flora e da fauna já desapareceram nas últimas décadas, ou se encontram numa situação crítica, por falta de medidas adequadas de gestão e controlo das atividades de exploração.
    A conservação da biodiversidade não é um luxo num contexto de crise económica, mas sim uma necessidade imperiosa no quadro dos esforços de luta contra a pobreza e de desenvolvimento sustentável do país e da sua economia. A MARAPA e os seus parceiros, tanto em São Tomé como no Príncipe, acreditam nesta visão e apela os dirigentes, como também a população em geral, a tomarem consciência da situação crítica em que se encontram as espécies de tartarugas marinhas e os seus habitats no nosso país.
    A nossa equipa está a disposição para fornecer maior detalhes sobre esta problemática, e convida os interessados a visitar o nosso site e página no facebook para mais informação sobre as nossas ações.

    Bastien Loloum
    ONG MARAPA
    Coordenador do “Programa Tatô” de proteção das tartarugas marinhas na ilha de São Tomé.

    • Jorge Carvalho

      6 de Agosto de 2013 at 15:17

      Caros santomenses,
      Também acho que devemos encarrar os problemas que enfermam a nossa sociedade com maior seriedade, de modo a podermos legar aos nossos vindouros uma terra digna onde dá gosto de viver. Falo assim porque, “DEUS quando fez o mundo ele deixou tudo de bom para STP, isso porque ELE adormeceu e quase tudo de bom ficou pra nós”. Poderíamos ter mais coisas boas mais alguém que viu que Ele adormeceu o despertou. Ora com tudo isso de bom que ele nos deu é preciso que consciencializemos e tomemos medidas em defesa dos nossos recursos vivos e não vivos que estão severamente ameaçados.
      Caros sem estas medidas que muitas vezes podem ser consideradas por alguns de anti-sociais, não vamos conseguir preservar a nossa bela e rica natureza que tanto ambiciona a muitos.
      Força ao Governo da Região Autónoma do Príncipe e apelo ao Governo Central para melhor posicionar a favor da preservação do nosso património biológico.
      Podem contar com a contribuição da ONG MARAPA nesse desafio!
      Jorge Carvalho
      Presidente da ONG MARAPA

  6. Leopaldo

    6 de Agosto de 2013 at 15:59

    Em uma festa na floresta, os bichos verificam que não há mais cerveja. Preocupados, eles resolvem comprar, mas cada animal inventa uma desculpa para não ir. Até que se lembram da tartaruga… “Dona tartaruga, a senhora poderia ir comprar a cerveja prá nós?”. A tartaruga responde:
    – Com o maior prazer.
    Os bichos dão o dinheiro para a tartaruga, e ficam aguardando… Duas horas depois, começam a reclamar. Uns diziam: “bem feito, quem mandou pedir logo para a tartaruga, não sabem que ela é uma lerdeza?”. De repente, uma cabecinha surge atrás da porta, balançando prá lá e prá cá. É a tartaruga, que diz bem vagarosamente:
    – Se continuarem a falar mal de mim, aí é que eu não vou mesmo!

  7. Volto Já

    6 de Agosto de 2013 at 16:15

    Meu caro amigo Ceita não cria problemas onde não existe. que senhor Presidente do Governo Regional do Principe tem sido um bom governate ninguem tem duvida , mas que a cima de tudo ele é Santomense ,tambem não tenho duvidas . sou um Santomense tal-qual como Senhor Tó-Zé a diferença é que sou da Trindade ele é do Principe.Confesso que eu gostaria um dia ver este senhor a governar S. Tomé e pricipe

  8. Pen Drive

    6 de Agosto de 2013 at 18:16

    Refogado de tartaruga com fruta-pão é tão saboroso!!!!

    • De Longe

      7 de Agosto de 2013 at 9:19

      Também ouvi que sim e acredito, Pen Drive.
      Se protegêssemos as tartarugas, daqui a uns anos poderíamos ter de reduzir o excesso de elementos dessa espécie e nessa altura haveria oportunidade para os são-tomenses de todas as gerações provarem, de forma controlada, o petisco que referiste. Quem sabe se não seria um momento turístico mundial: PATUSCADA DE TARTARUGA SÃO-TOMENSE PARA REDUÇÃO DO EXCESSO DA ESPÉCIE.
      Se calhar, em todo o mundo haveria gente a dizer: vá passear a STP na altura de abate legal de tartarugas. Aquilo com fruta-pão é inesquecível.
      Vamos protegê-las agora para que no futuro possamos contar também com elas para seja o que for. Quanto mais não seja, companhia.

  9. CEITA

    7 de Agosto de 2013 at 8:51

    meu caro amigo Volto já, não falei de mal, sabes eu tenho acompanhado com muita atenção o desempenho do Tozé é por isso que estou tentando alertar os politico santomense( de S.Tomé) pra fazerem algo e deixar de querelas que não nos interessa, se fui além peço desculpa…obrigado pela atenção.

  10. ze miranda

    7 de Agosto de 2013 at 11:31

    Só pr completar o comentario do sr de longe, ha uns tempos pra cá, na ilha do principe era proibido a caças de macacos ou seja matar pra cumer, com o tempo esta especie foi aumentando que chegou altura em que vias macaco mesmo perto da cidade na estrada que liga sundy tu vias macaco bem perto, foi protegido e agora aexiste em abundancia que pode-se cumer carne de macaco até se fartar na ilha do principe, estufado de macaco com arroz/ fruta pão haiiiiiiiiiiiii uma delicia

  11. Vugu vugu

    7 de Agosto de 2013 at 12:27

    A queima da carne não é nada mais que uma estupidez. Quem come carne de tartaruga? Quando Tó Zé, João Paulo Cassandra vão ao amigo secreto o que é que comem la? o problema não se resolve com caracter repressivo, mas campanha de sensibilização, afinal são seculos de historias ao consumo da carne de tartaruga. Não é mais importante preocupar com os que bebem agua da chuva no Principe do que queimar carne de taetaruga?

  12. Matabala

    7 de Agosto de 2013 at 19:07

    Na realidade, Príncipe é o futuro deste país…

  13. Tartaruga

    8 de Agosto de 2013 at 17:37

    Parabéns. Gostaria de referir, em relação à legislação, que caso existam dados científicos sobre a redução do número de tartarugas, e a possibilidade de se vir a perder o recurso, então a Lei da Pesca seria suporte legal suficiente para parar ou regular a captura de tartarugas marinhas em STP.
    Bem haja!
    Rogério Ferreira
    Biólogo Marinho

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