Sociedade

Feira agrícola marca celebração do dia da Nacionalização das Roças e da Reforma Agrária

No dia 30 de Setembro de 1975, num comício as autoridades são-tomenses, anunciaram a nacionalização das Roças. 38 anos depois, o descalabro é quase total. Mas, uma feira agrícola promovida pelo ministério da agricultura, mostrou que as terras férteis de São Tomé e Príncipe, podem garantir um futuro auto-suficiente.

A Feira agrícola que ocupou a praça da UCCLA na Marginal 12 de Julho, teve grande afluência do público, incluindo turistas. Produtos diversos, exibidos pelos agricultores, demonstraram que a reforma agrária, ainda pode dar frutos, apesar do descalabro que marcou as infa-estruturas produivas das Roças depois da nacionalização.

Banana, matabala, milho, frangos, cabritos, enfim uma série de produtos expostos na feira, que anunciaram que o sector da agricultura está a caminhar seguro para garantir a segurança alimentar. Alda Pontes, agricultora produtora de hortaliças, disse ao Téla Nón, que o sector da agricultura está a encontrar novo rumo.

Garantiu que a parcela de terra que explora junto com o seu marido, que por sinal é um oficial superior das forças armadas, tem produzido muito tomate. O excedente não é aproveitado. Por isso Alda Pontes, apelou as autoridades nacionais a investirem na transformação dos produtos. O excedente de tomate poderia alimentar uma fábrica de produção de massa de tomate, declarou Alda Pontes.

Banana seca, e doces diversos a base de produtos agrícolas, também foram exibidos durante os dois dias da feira, 28 e 29 de Setembro. Vários turistas passaram pela feira, e admiraram o potencial de São Tomé e Príncipe em termos de produção agrícola. No entanto pouca ou nada é exportado. O país que tem 5 variedades de bananas, não exporta se quer um quilo para o mercado internacional.

Gabriela Greess, Jornalista Alemã, que visitou a feira disse ao Téla Nón, que a produção agrícola nacional é excelente. «Há muitos frutos com sabores excepcionais», referiu, a jornalista.

A maioria dos produtos expostos na feira, veio do distrito de Mé-Zochi, que preenche a região centro da ilha de São Tomé. Uma região onde segundo os dados do recenseamento geral da população, se concentra a maioria dos agricultores do país.

Abel Veiga

11 Comments

11 Comments

  1. Barão de Água Izé

    30 de Setembro de 2013 at 9:05

    Caro Abel Veiga: A mostra de produtos agrícolas, que qualifica de Feira, mostrou o descalabro em que se encontra a agricultura em STP. Onde estavam as produções, por exemplo, das Roças Água Izé, Porto Alegre, Monte Café, Diogo Vaz? Se esta “feira” era para comemorar as nacionalizações, era de âmbito local ou Nacional? O Ministério da Agricultura pelos vistos também já não acredita na valia das nacionalizações, pois nem um stand/exposição informativa tinha, para explicar a situação actual e os projectos futuros para a agricultura?
    A jornalista alemã, quis ser simpática e se conhecesse a realidade de STP, provavelmente não se ficaria apenas pelos “sabores excepcionais”, e perguntaria se aquele feira era a sério ou uma brincadeira para um País com tanta potencialidade agrícola. Está provado e demonstrado que as Nacionalizações foram um erro e aprisionaram o povo de STP na pobreza. Há que ter coragem e sabedoria para alterar este quadro de indigência no modelo de politica económica na agricultura. Reprivatizar, privatizar, desnacionalizar, não coloca a independência e soberania de STP em causa e deveria ser o pensamento e objectivo comum dos homens e mulheres Saãotomenses, para lançar o nosso país no crescimento económico virado para o exterior, fazendo um combate eficaz contra a pobreza.

  2. Pen Drive

    30 de Setembro de 2013 at 11:01

    Aquela coisinha que eu vi na praça da UCCLA não era absolutamente nada se se comparar a grandeza das potencialidades agrícolas do país. Se os governantes não deixarem de populismo exacerbado nunca sairemos do marasmo por eles impostos à maioria dos santomenses!

  3. Matabala

    30 de Setembro de 2013 at 11:05

    Ao ver a foto do cultivo de couve, fiquei maravilhado, mas ao ler o comentário do “Barrão de A Izé” percebi outra realidade que contrasta com a foto. O país vai de mal a pior. Os decisõres não trabalham para o bem do país, não têm planos, não pensão nem a médio, nem a longo prazo o que deverá ser o nosso São Tomé.
    Isto é deveras revoltante e nos cria uma pedra no coração. São Tomé deveria ser uma referencia na agricultura…Txauêeee

  4. eu

    30 de Setembro de 2013 at 12:44

    Devia-se definir uma quota de producao para cada distrito.
    Assim seria mais facil o apis caminhar em direccao a auto suficiencia pois teriamos maior e melhor controlo sobre a producao agricola no pais.
    E nao devemos esperar que a producao aumente com machim e enchada.

    Precisamos mais tractores com alfaias agricolas(freza, grade de disco, motocultivadora, etc)
    Mais adubo por metro quadrado,
    e Mais servico no meio rural e respectiva bancarizacao do meio rural.
    Os nossos senhores que t]em budo andam sempre com medo de investir na agricultura, pq eles sabem do risco inerente.
    Entao os bancos devem criar condicoes para credito agricola, ou deve-se criar um banco de desenvolvimento.

  5. Ceratitis capitata

    30 de Setembro de 2013 at 12:44

    Reforma agraria, nacionalizações de terras, são conceitos diferentes.
    podemos fazer um balanço, mas sem paixão e sem ofensas.
    Quem são os empresários agrícolas, quem são os Produtores de chocolate. Qual é a roça que mais chocolate e de melhor qualidade produz.
    Deixemos de tretas. As crianças, nem os seus pais imaginam como se faz o tao saboroso chocolate. Hipocrisia, Basta.

  6. Disciplinador

    30 de Setembro de 2013 at 13:12

    Várias tenho escrevido isso, temos de apostar de forma séria na nossa agricultura, temos boa terra, temos potencialidades agrícolas imensas. Isso tem de ser um compromisso do estado. Depois como já tinha dito anteriormente, deve haver uma comissão de investigação para se apurar os verdadeiros culpados do descalabro das roças e responsabilizá-los. Chamar todos os diretores e administradores para explicarem como foi possível cometer abusos de poder e destruição de patrimónios do estado.

    • ferpenapandopo

      30 de Setembro de 2013 at 14:18

      Caro Disciplinador o tempo do estado comunista que controlava tudo e todos já foi chão que deu uvas,é preciso é privatizar as terras,para que possam produzir em quantidade e qualidade.

  7. Ceratitis capitata

    30 de Setembro de 2013 at 17:37

    Ainda não temos excedentes, no seu verdadeiro sentido.
    Há de facto, consumo baixo de produtos alimentares, por falta de recursos para os adquirir, inercia, ficam a espera do vizinho para cultivar e distribuir. Nalguns casos, tem a ver com o cultural. Por exemplo, não consumir leite fresco, mandioca fresca, não consumir coelhos, não se sabe fazer chocolate, nem queijo, nem linguiça, nem nada. Apenas banana com peixe. Muitos bares e tascas, não servem a salada, não se come pepino, nem se fala de roca e abobora. Sopa!! perguntam senhora está doente`.

  8. Mina Téla

    2 de Outubro de 2013 at 9:15

    A feira que ocorreu na praça da UCLA foi uma vergonha e é um testemunho incontestável da situação deplorável por que passam os nossos agricultores e a nossa população em geral. Nunca em feira alguma já organizada em S.Tomé viu-se tão poucos produtos e tão pouca gente para comprar! Há uma queda vertiginosa, quer da produção , quer do poder de compra, enfim um conjunto de problemas que urge agir para salvar este país que é de todos nós!

  9. alexandre Pinto

    2 de Outubro de 2013 at 22:58

    Para a coisa funcionar nao e tao dificil nem tao caro. Pequenas medidas podem melhorar substancialmente a produtividade dos produtores independentes. Bastaria o governo criar (ou contratar, pois nao deve saber fazer) uma consultoria agricola, que serviria de base/ apoio a todos os produtores agricolas. esta consultoria poderia ser contratada para:
    – identificar as areas ideais para os produtos a cultivar.
    – Introduzir culturas que possam ter potencial para serem exportadas,e que tenham bom preco internacional, por exemplo o Acai da amazonia que certamente podera se desenvolver em STP.
    – Apoiar tecnicamente os produtores, com novas tecnicas modernas e irrigacao controlada automaticamente. poderia indicar varias medidas que em pouco tempo (2/3 anos) poderiam mudar substancialmente a situacao agricola do pais.
    – Uma medida urgente a implantar e a proibicao da importaco de adubos quimicos… so servem para envenenar a populacao . Adubos em STP teem de ser organicos, essa e a tendencia mundial, cada vez mais as pessoas informadas procuram produtos organicos, essa e a diferenciacao que STP deveria abracar, alem do mais produtos organicos teem melhor preco no mercado.

    Ambanini.

  10. António Menezes

    7 de Outubro de 2013 at 11:58

    Será que a feira continua sem produtos? Porquê tanta iluminação nesse local e estamos já em 07 de Outubro? Será que existe alguém em STP que faz contas? Será que existe tanto dinheiro para esbanjar, pois o Estado tem de pagar essa energia.
    Enfim, tanta incompetência…

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