Sociedade

Meteorologia e as Mudanças Climáticas em STP

INM FAZ PREVIÕES PARA MITIGAR E PREVINIR PREJUÍZOS E CATÁSTROFES

Metrologista do INM, João Vicente Lima, fala de meios já disponíveis.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INM) de S.Tomé e Príncipe está preparado e em condições para dar respostas aos desafios que se colocam actualmente ao país no esforço internacional de prevenção, mitigação e combate as consequência das Mudanças Climáticas.

Hoje, através do INM, já é possível registar convenientemente dados meteorológicos que espelham os fenómenos próprios de Mudanças Climáticas com graves prejuízos no país. João Vicente Lima deu vários exemplos.

Quando temos menos chuvas, temos menos água e mais prejuízos para agricultura. Quando temos linhas de borrasca, com ventos com mais de 120 quilómetros por hora, não é bom para nossos cidadãos, quando a maioria das casas do país são de madeira e não suportam esses ventos. Os agricultores, por exemplo, têm milho e outras culturas no campo que sofrem graves prejuízos por causa desses ventos. E quando não chove não há agricultura”, afirmou em forma de chamada de atenção para todos.

O metrologista fez um apelo para a mudança de comportamento dos cidadãos, em geral, para assim proteger o ambiente e preservar a natureza, evitando a destruição do planeta, o único habitat que Deus nos deu para viver.

Nas palavras de João Vicente Lima, o Instituto já dispõe de estações meteorológicas sem as quais “não poderia registar e avaliar se há ou não alterações climáticas no país”. O director do Instituto Nacional de Meteorologia adiantou que estas novas condições técnicas operacionais “são conquistas obtidas no quadro de investimentos” com apoio da Organização Mundial de Meteorologia “para melhor registar, comparar e poder dizer se há ou não,  e quais são as mudanças climáticas verificadas”.

Hoje podemos dizer que há mudanças climáticas em S.Tomé e Príncipe”, disse este director, dando como exemplo a diminuição do caudal dos rios. João Vicente Lima explicou que para registo dos respectivos índices e demais dados de análise meteorológica foram necessários investir em “meios materiais modernos e na formação de especialistas e recrutamento de pessoal técnico”.

Segundo o responsável da Meteorologia alguns jovens estão a ser formados em licenciatura nesta área, no estrangeiro. 12 observadores meteorologistas também foram formados. Tudo para melhorar as necessidades de prestação de serviços.

Segundo ainda João Vicente Lima, todos os dias as nove horas da manhã é divulgado um boletim de meteorologia de S.Tomé e Príncipe, porque como justamente reconhece não basta obter informações, porque só por si não previne nem incentiva mudanças de comportamento.

Por isso, o Instituto, que dirige, informa o público, em geral, de modo que os cidadãos possam saber o que se passa e assim reagir perante as informações divulgadas. Além de informar quais as previsões, o boletim faz uma comparação com dados já anteriormente registados.

Este boletim é depois enviado a COMPREC (Conselho Nacional de Prevenção e Resposta a Catástrofes), que, por sua vez e na qualidade de serviço de prestação de informações, divulga aos agricultores e aos pescadores que depois disseminam entre os seus pares.

Estas informações são postos a disposição dos pescadores e agricultores através de aparelhos distribuídos para efeito, afirmou o nosso entrevistado, para quem estas medidas criaram condições favoráveis a tomada de decisões de prevenção aos eventuais prejuízos decorrentes das mudanças registadas de forma atempada.

De maneira complementar, as informações constantes do boletim são divulgadas igualmente na Rádio Nacional com regularidade. “O número de telefone 151 está disponível gratuitamente para todos que queiram obter tais informações diárias de observação”, disse o director do INM.

Ao finalizar a entrevista, o director João Vicente Lima chamou a atenção dos cidadãos para as consequências de abate de árvores e das emissões de gases de carbono, CO2, que estão a fazer diminuir a camada de Ozono do planeta terra. Estas são, para este responsável, as causas principais das Mudanças Climáticas que já estão a afectar S.Tomé e Príncipe.

Daí o seu apelo a mudanças de comportamento para que não se agrave as Mudanças Climáticas.

Da redacção com Octávio Soares

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