Sociedade

Pratos típicos alimentam a escola da Madalena que tem o maior horto escolar de São Tomé

O implementação do horto escolar está a promover alimentação equilibrada para os alunos do da escola básica e secundária Albertina Matos, na Vila da Madalena.

Região predominantemente agrícola, a Vila da Madalena no interior da ilha de São Tomé, tem actualmente um dos maiores hortos escolares do país.

O director da escola Albertina Matos, em parceria com os alunos e os pais, lançaram sementes e estacas de tubérculos à terra. Milho germinou, estacas de mandioca, matabala, e de bananeiras cresceram, assim como outras plantas cujas folhas e frutos são utilizados como ingredientes na confecção dos diversos pratos típicos de São Tomé.

Maquêquê, Quiabo, Beringela, Gimboa, etc etc pintam de verdade o horto que desde o ano 2019, é a principal fonte de alimentos para a cantina da escola da Vila da Madalena.

«Os produtos que recebemos da ajuda internacional, através do PNASE, não garantem uma alimentação equilibrada…. Por isso na busca da promoção da alimentação equilibrada, incutimos nos alunos a ideia de utilização dos produtos locais….. E assim desenvolvemos este espaço com toda produção nacional, para alimentar a cantina», explicou Humbelina dos Santos, Director da escola.

Com base na produção local, a refeição na escola melhorou de qualidade. Os 741 alunos, sendo a maioria do ensino básico(mais de 400) e os outros do ensino secundário apreciam a ementa composta essencialmente por pratos típicos de São Tomé.

Amélia Lopes, chefe da cantina da escola Albertina Matos, explicou para o Téla Nón, a mudança saudável de hábito alimentar, que está a acontecer na Madalena.

«É da horta onde tiramos tudo para a cantina. Por exemplo hoje fizemos Calulu. É um prato que leva várias folhas…folha de ponto, e outras folhas medicinais...», relatou a chefe de cozinha.

Os alunos devoraram com alegria o “calulu” da última quarta – feira na escola da Madalena.

«Normalmente fazemos Calulu, e Souô. Usamos banana pão, as folhas da terra, e mais o óleo de palma. Fazemos assim o souô de bana pão. …», acrescentou Amélia Lopes.

A chefe da cantina garantiu que a «alimentação escolar aqui, está garantida sim».

A maioria das folhas que produzem os pratos típicos de São Tomé e Príncipe, tem poder curativo. Um facto cientificamente comprovado por investigadores internacionais.

Na escola Albertina Matos na Vila da Madalena, os produtos da terra já substituíram a ajuda alimentar internacional como fonte de alimentos para os alunos.

«Estamos a apostar nos produtos da terra, e não nos produtos que vêm da ajuda estrangeira, também porque não teremos condições para suportar a compra desses produtos…as coisas da terra são melhores….» sublinhou a chefe da cantina.

Souô, é um tipo de guisado, condimentado com tubérculos ou frutos da terra, recheado de peixe e de folhas da terra.

«Produzimos 4 tipos de Souô. Nomeadamente o souô de banana, de matabala, de fruta pão e da mandioca. Tiramos todos esses produtos aqui do horto escolar», detalhou o Director da Escola.

 

 

O horto escolar cresceu durante o ano 2019, e com apoio dos alunos. «Os alunos estão envolvidos a 100% no processo do horto escolar. Mas , só fazem os trabalhos mínimos da horticultura, como por exemplo tirar o capim do pé das plantas…. Os outros trabalhos mais pesados, tenho um senhor que vem nos apoiando…», pontuou Humbelina dos Santos.

Segundo o director da Escola, o horto da Madalena pode produzir mais comida, para alimentar outras escolas da região, nomeadamente as escolas das localidades de Otótó e de Potó.

No entanto, o crescimento do horto escolar impôs exigências que a Direcção da Escola da Madalena, não tem conseguido dar resposta. Os tomateiros precisam de irrigação, e não há meios para comprar mangueiras ou outros sistemas de irrigação.

«Para manter este horto escolar, é necessário apoios em materiais de trabalho. Estamos a falar de regadores, enxadas, mangueiras para irrigação, todo um conjunto de materiais essenciais para aumentar a produção. ….Tendo esses apoios vamos levar o projecto adiante», frisou.

Os projectos de apoio a agricultura familiar em São Tomé e Príncipe, já foram informados sobre as necessidades materiais da escola de Madalena, para aumentar a produção alimentar. Mas, ainda não houve qualquer reacção, explicou o Director Humbelina dos Santos.

Em 2019 a produção de milho, foi boa. Após o lançamento da segunda sementeira prevista para Março próximo, Humbelina dos Santos e a equipa da cantina prometem colocar mais um prato típico na mesa dos alunos. Trata-se de “Senguê” de milho para alimentar e dar mais energia aos 741 alunos, que frequentam a Escola Albertina Matos, na Vila da Madalena.

Abel Veiga

8 Comments

8 Comments

  1. El Santo..

    17 de Janeiro de 2020 at 9:53

    Espero que outras escolas do pais seguem este exemplo e que o nosso governo atraves do ministerio de agricultura possam ajudar em materiais necessarios para agricultura..

  2. Vanplega

    17 de Janeiro de 2020 at 10:17

    Todos ja sabiam, que sao Tome e Principe, precisava de trabalho

    Tambem sabemos, que e da terra que vamos sobreviver. Agora, deixamos os politicos nos enganar com vida facil

    Temos tudo e mais alguma coisa, precusamos, trabalho, trabalho, trabalho

    A vida nao e facil nao.

  3. Xavier

    17 de Janeiro de 2020 at 11:01

    Os parabéns pela iniciativa

  4. profeta

    17 de Janeiro de 2020 at 16:22

    Parabéns, ao mentor da iniciativa….desculpa a franqueza, cá está um exemplo que as FASTP deveria copiar, ………..pra não falar mais ….

    • Sempre atento

      19 de Janeiro de 2020 at 8:49

      Verdade. Um bando de boa vida naquele quartel e o estado a pagar as faturas.
      Vergonha.
      Esses oficiais precisavam também de ir trabalhar.

  5. Victormo Macy

    17 de Janeiro de 2020 at 22:13

    Que bunito exemplo gostei imenso desta iniciativa cantina que confessiona refeições com os nossos produtos
    Rico em ferro vitamina e medicinais
    Deus vos abençoe
    E Deus da nos esta inteligência em abrir os olhos porque estamos numa terra muito fértil solo rico e chovoso
    Nao temos necessidade de passar fome
    Nao estamos num País pobre

  6. Animidaze Nascimento

    19 de Janeiro de 2020 at 8:55

    Eu fui aluno desta escola (escola Primária Albertina Matos) do meu primeiro a quarto ano de escolaridade.
    Sinto me muito orgulhoso por isso.E é de aplaudir a iniciativa, as outras entidades escolares e não só, podiam seguir este exemplo.
    Como se pode fazer para ajudar na compra
    Das ferramentas que faltam?

  7. Vanderley Teixeira

    19 de Janeiro de 2020 at 19:11

    Goatei de ver ,pra ser sincero essa iniciativa todas as escolas deveriam ter…Estou muito feliz porque tambem estudei naquela escola e hoje vejo que as coisas vao indo muito bem, espero que Estado apoia com o que for preciso pra garantir o futuro do nosso amado Sao Tome…obgd.

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