Entrevista

Historiador Carlos Neves fala sobre o dia 21 de Dezembro

Dia de tripla importância para São Tomé e Príncipe. 21 de Dezembro é um marco histórico, político e cultural para as ilhas de São Tomé e do Príncipe.

Téla Nón – O dia 21 de Dezembro, parece ter tripla importância para São Tomé e Príncipe.

Carlos Neves – É verdade. É o dia do padroeiro São Tomé. E é justamente o dia em que os navegadores portugueses chegaram a ilha de São Tomé, por volta de 1470. É um dia importante para a ilha de São Tomé, porque tem ainda outro significado. Em 1974 quando se assinou o acordo de Argel com a antiga potência colonial portuguesa, decidiu-se que o governo de transição para independência deveria se instalar no país em 21 de Dezembro. Provavelmente os políticos da altura quiseram marcar com este acto, um ponto de início da rotura com o passado colonial. É um dia com triplo significado, para o país.

T.N – Qual a leitura que faz da comemoração desta data de triplo significado para o país. Parece que a monotonia domina tudo.

C.N – É uma data que está a cair no esquecimento do ponto de vista do seu significado político e histórico. O mesmo posso dizer em relação ao 3 de Fevereiro, ou 12 de Julho, são datas extremamente marcantes da história são-tomense. São datas marcantes da história das ilhas que mereceriam do meu ponto de vista um tratamento diferente. Deveríamos aproveitar essas datas para relembrar as pessoas sobre o seu significado, cultivarmos o tal espírito patriótico, que muita gente pensa estar em quebra. Acho que os poderes políticos deveriam aproveitar esta data para implementar um pouco este espírito nacional.

T.N – Ainda mais quando nesta altura fala-se bastante da necessidade de promoção da unidade nacional. Para cimentar a unidade nacional, creio ser necessário afincarmos nas nossas raízes e identidade.

C.N – Somos uma nação ainda em fase de consolidação, precisamos aproveitar tudo o que nos possa identificar, quer em termos culturais, sociais e políticos, para potenciarmos isso e transformarmos isso numa nação consolidada, numa nação em que as pessoas tenham orgulho de a pertencer. Falar da identidade só na base do uso da língua materna, ou um ou outro valor cultural não é suficiente.   É preciso potenciarmos e inculcarmos isso sobretudo no espírito dos jovens, que não conhecem o seu passado. E quem não conhece o seu passado, dificilmente se afirma no presente e pode pensar o futuro com algum rigor, com algum orgulho de ser e pertencer a nação.

Fim

Abel Veiga

7 Comments

7 Comments

  1. Anjo do Céu

    22 de Dezembro de 2011 at 9:52

    Ainda bem k SR.Carlos Neves disse k é uma data k está cair no esquecimento.O que é k fez para reactivar essa data enquanto foi Deputado e lider do partido Adi e historiador que é.Convenhamos.Já quanto tempo que vocês não vão ver estado critico de ANAMBÔ.Lá tem um Padrão de Descobrimento entregue a bicharada e vandalismo.Deveria ser um lugar onde os turistas iriam conhecer e contemplar essa bela paisagem, um lugar de lazer e recreativo e tem todas as condições criadas quando Marcelo Caetano visitou o nosso País na era colonial.Deu uma recepção com cerca de 1000 pessoas a comer e beber.Qual é a razão k isto focou no estado de abandono e nenhum governante nao consegue restaurar este lugar histórico.Tenham VERGONHA

  2. Madalena

    22 de Dezembro de 2011 at 12:32

    É verdade o que o senhor disse. Ele próprio deixou -se enganar pela febre de petroleo. No Mundo, creio ser unico país onde gente com essa formação de base, seja responsavel na area de hidrocarbonetos. E como sabe que o governo prepara medidas de austeridade, relativamente ao desfalque de 12 milhões de dolares, com despesas fixas, lança o livro…

  3. truquim deçu

    22 de Dezembro de 2011 at 14:58

    Eles nunca tem vergonha
    só estão aqui para gozar com a cara do povo, vê só o estado de Fernão Dias, com certeza quando chegar o dia 3 de Fevereiro eles vão lá para fazerem os seus teatros de sempre, viajam tanto na custa de estado e nénm sequer sabe copiar o que vêm la fora, são carasco

  4. Horácio dos Santos

    23 de Dezembro de 2011 at 8:48

    Lamentavelmente, os nossos dirigentes apenas viajam para encher os bolsos fazerem as suas compras e para tirarem cópias das boas coisas que vêm, nada.

  5. Fijaltao

    25 de Dezembro de 2011 at 0:19

    Tás a ver! Até nisso nós somos pobres! S,Tomé e Príncipe só tem um Historiador!

  6. Cobra Venenoza

    13 de Março de 2012 at 14:55

    Anjo do Céu gostei muito da tua intervenção da fato um padrão de descoberta deveria ser bem preservado mais pronto é país que temos..!!

  7. Rio do Ouro

    26 de Março de 2012 at 15:32

    Padrão dos descubrimentos, Fernão Dias, palacetes das roças, as estátuas dos navegadores que já deviam ser repostas nos sítios originais, etc. etc. São patrimónios que noutros paises são preservados com finalidades turistícas e não só.
    Mete dó, nem sequer sabemos copiar.

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