Opinião

COLÓNIAS NO ESTRANGEIRO: Uma Solução Descartável!

As recentes declarações do Presidente da República proferidas no Fórum RTP em alusão aos 35 anos da independência nacional e que mereceram retrato do Tela Nón, demonstram, à primeira vista, a existência de deficiências em termos de liderança política de São Tomé e Príncipe da actualidade.

Enquanto presidente de todos os santomenses, as declarações do Chefe de Estado pareceram ser desprovidas de alguma cautela, podendo mesmo se afigurarem como desnecessárias e inoportunas para um país já bastante desavindo em termos de harmonia no seio do seu povo.

Para uma ocasião como a de comemoração de mais um aniversário da independência nacional, creio que os cidadãos santomenses esperavam do Presidente da República uma mensagem que constituísse motivos de esperança em dias melhores, como as que foram transmitidas ao povo aquando das duas campanhas eleitorais em 2001 e 2006, que o conduziram, de forma justa e legítima, à ocupação da principal cadeira do palácio cor-de-rosas.

Defender a emigração como saída para o combate ao desemprego pode ser visto por qualquer analista atento a situação de São Tomé e Príncipe como um Certificado de Incompetência para o Chefe de Estado, enquanto garante da independência nacional e da unidade do Estado, como cita o Artigo 77º. da Lei Constitucional em vigor.

Lembro-me de numa conferência de imprensa no Palácio do Morro da Trindade, há alguns anos atrás, o Presidente da República ter manifestado publicamente a sua frustração por não ter sido possível realizar,  ao longo dos seus mandatos, o seu projecto de sociedade para São Tomé e Príncipe, demonstrando, no meu entender, ser um homem caracterizado por alguma  dose de franqueza nas suas intervenções. Mas mesmo assim e apesar de o mesmo            encontrar-se em fase final do seu segundo e último mandato como Chefe de Estado, é necessário que procure ter a máxima ponderação nas suas intervenções públicas, porque o que ficará em jogo não serão meras palavras do cidadão Fradique de Menezes, mas sim de alguém que representa todos os santomenses como o mais alto mandatário da nação, independentemente do credo religioso, filiação partidária, origem e aspectos culturais defendidos por cada um.

Enquanto emigrante, gostaria de transmitir ao Chefe de Estado, que por maior que fosse o nível de bem-estar e integração social num país estrangeiro, qualquer cidadão acabaria por sentir-se de alguma forma limitado e deslocado do seu habitat natural, alimentando sempre o desejo de um dia poder regressar ao país de origem, pois, como se diz na nossa terra: “téla nguê sá són di lénda”. Por isso, seria salutar que o Chefe de Estado dedicasse toda a sua inteligência e sapiência, procurando conjugar esforços em sintonia com os diferentes órgãos de soberania nacional e as demais organizações da sociedade civil santomense, para a procura de soluções tendentes à correcção dos males que afligem o nosso país nos dias de hoje, em vez de propor a criação de colónias santomenses dentro de outros países, o que poderia conduzir a uma nova colonização da nossa terra, já que esta correria o risco de se transformar num território para fazer recordar o que história nos ensinou sobre os descobrimentos de João de Santarém e Pero Escobar  na remota década de 1470.

Luanda, aos 16 de Julho de 2010

Eusébio Pinto
Licenciado em Economia

10 Comments

10 Comments

  1. manuel fernandes da trindade

    19 de Julho de 2010 at 21:28

    Eusébio, sapiência, ponderação, justa, alto mandatário, estas e muitas outras palavras não fazem parte do léxico mental dessa gente que assaltou o poder em stp a custa do banho.dividiram ou repartiram stp entre eles e restantes venderam e um bocadinho está a venda, daí esta demoníaca ideia de fradique que, acredite não é só dele, de vez em quando aqueles que lá estão no poder deixa passar as mesmas ideias amigo. estes fulanos são falsos nacionais que estão aí a tratar da vida deles amigo.

  2. triste

    19 de Julho de 2010 at 22:00

    Enquanto emigrante, gostaria de transmitir ao Chefe de Estado, que por maior que fosse o nível de bem-estar e integração social num país estrangeiro, qualquer cidadão acabaria por sentir-se de alguma forma limitado e deslocado do seu habitat natural, alimentando sempre o desejo de um dia poder regressar ao país de origem, pois, como se diz na nossa terra: “téla nguê sá són di lénda”. Por isso, seria salutar que o Chefe de Estado dedicasse toda a sua inteligência e sapiência, procurando conjugar esforços em sintonia com os diferentes órgãos de soberania nacional e as demais organizações da sociedade civil santomense, para a procura de soluções tendentes à correcção dos males que afligem o nosso país nos dias de hoje, em vez de propor a criação de colónias santomenses dentro de outros países, o que poderia conduzir a uma nova colonização da nossa terra, já que esta correria o risco de se transformar num território para fazer recordar o que história nos ensinou sobre os descobrimentos de João de Santarém e Pero Escobar na remota década de 1470.SEM CORUPÇAO SEM UM LIDER QUE PENSE QUE OS SAOTOMENSES TORNACEN DESCARTAVEIS.HOGE SOMOS ESTTRANGEIROS EM PAIS DE ACOLHEMENTOS E EM NOSSO PAIS NATAL.

  3. PATRICIO

    19 de Julho de 2010 at 22:04

    BOA MANO, FACO DAS SUAS PALAVRAS AS MINHAS. AKELE ABRACO.

  4. love forever

    20 de Julho de 2010 at 1:29

    caro amigo

    as tuas sabias palavras, fasso delas as minhas, ppois de todos os presidentes que ja passaram pelo nosso rico sao tome, senhor actual presidente e o pior e por mais que venham pessimos presidentes, jamais tera um pior que este. ha coisas mais propicias e precisas que ainda podem ser feitas em sao tome para encontrar solucoes e luta contra a davastadora pobreza.

    abracao

    eu de sempre

  5. love forever

    20 de Julho de 2010 at 1:31

    queres dizer que estariamos a entrar de novo numa mansa escravidao, escravatura do sec 21, escravatura classica

  6. BLAGA PENA

    20 de Julho de 2010 at 5:54

    Temos que ver que o sr Fradique de Menezes, esta desnorteado, esta deslocado no tempo e no espaco, mais temos que tolerar o pensamento daquele iletrado e seguirmos para frente
    Mto obrigado sr.dr Eusebio Pinto

  7. Mario Pinto

    20 de Julho de 2010 at 7:48

    Temos que ver que o sr Fradique de Menezes, esta desnorteado,frustrado nao fez nada nada desapontou o povo esta deslocado no tempo e no espaco, mais temos que tolerar o pensamento daquele iletrado e seguirmos para frente

    fui

  8. Mamador do leite do povo

    20 de Julho de 2010 at 10:04

    Ja dei a minha opinião,sobre as não frase do nosso presidente. Fi-lo no sentido de não ligarmos muito estas brincadeiras, até fazem lembrar dia 1º de Junho. Podemos suplicar ao presidente que explique melhor esta sua nobre idéia, quem sabe o homem esteja a prever o futuro. Com o fenomeno de mudanças do clima, ele iria para Belgica e os outros que se lixem. Obrigado Eusébio Pinto. Só que agora as pessoas não têm tempo para net, todo mundo quer ver o banho. Na ui…

  9. Leopardo

    20 de Julho de 2010 at 11:09

    Sr. Eusébio Pinto, meus parabéns…escreves muito bem…. em poucas palavras dizeste tudo.

  10. R.vargas

    21 de Julho de 2010 at 9:25

    Olha concordo cntigo. Não sei da onde é que o homen estava com a cabeça quando disse aquilo, ate parece um brincar na areia, ou brinca brincando, se fosse um aluno da 1 classe, um vianteiro sem estudo, etc etc, tolerava..mas de 1…..sei nao..eh..

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