Análise

Os Políticos Santomenses e a Responsabilidade Politica

Ser democrata é isso mesmo: pensar com a própria cabeça; lançar questões necessariamente polémicas para produzir discussões, debates; tentar ajudar outras pessoas a formarem opinião própria; dizer umas quantas (às vezes amargas) verdades; mas, sobretudo, respeitar o direito das pessoas terem opinião diferente da nossa; respeitar as diferenças; não perseguir quem não nos incensa; não confundir a parte com o todo, nem o contrário; não investir cegamente contra o crítico, antes analisar a crítica, a modos de ver se ela não traz algum contributo para o nosso crescimento pessoal. ( Aos pseudos comentaristas do tela non que vestem a capa da falsidade e da não identidade assumida, sugiro que analisem a critica,  e deem opinião e não invistam cega e irresponsavelmente contra o critico).
Assim como não há democracia sem políticos, uma democracia com políticos problemáticos e irresponsáveis, como alguns dos nossos, teria que ser, forçosamente, uma democracia com muitos problemas.

Alguns dos nossos “políticos” (talvez politiqueiros) acham-se o máximo, infalíveis, intangíveis, fazem e desfazem e nada lhes acontece. Criam crispações no seio da população, as suas afirmações poem em causa a estabilidade, a coesão, a confiança e a imagem do país junto da comunidade internacional. Não têm noção de Estado nem responsabilidade politica. Há um outro grupo (ou será classe?) que exige que todo o mundo comungue da sua maneira de ver as coisas.

Será que a politica se compadece com essas formas de ser e de estar? Como deve ser entendido a politica? Qual o papel do governo? E qual o papel dos partidos  na oposição?

A politica foi considerada, por Vaclav Havel, como um dos campos da atividade humana que impõe exigências ao sentimento moral, a capacidade de auto reflexão crítica, a autentica responsabilidade, ao sentido de moderação, a humildade. É uma tarefa apta para homens especialmente modestos. Para homens que não se deixam enganar, homens trabalhadores, puros. Caso contrario, podemos sujar – nos moralmente com especial facilidade.

O Papa João Paulo II dizia o seguinte: “no exercício do poder político é fundamental o espirito de serviço, único capaz de, ao lado da necessária competência e eficiência, tornar transparente ou limpa a atividade dos políticos (…) isto pressupõe a luta aberta e a decidida superação de certas tentações, tais como o recurso à deslealdade e a mentira, o esbanjamento dos bens público em vantagem de uns poucos e com intuitos de clientelas ou uso de meios equívocos ou ilícitos para a todo o custo conquistar, conservar e aumentar o poder” (Christifideles Laici, n.º 42).

O Concílio Vaticano II., Gaudium et Spes nº 75, afirmou a uma dada altura que “aqueles que são ou podem vir a ser capazes de exercer a arte tão difícil mas tão nobre da política devem preparar-se para ela; que eles se entreguem a ela com zelo… lutem com integridade e prudência contra a injustiça e a opressão, contra o domínio arbitrário e a intolerância quer seja obra dum homem ou dum partido político, e consagrem-se ao bem de todos com sinceridade e retidão, e mais ainda com o amor e a coragem requeridas pela vida política”.

Se analisarmos a posição de alguns dos nossos políticos, quer no governo quer na oposição, verificamos que entendem a politica não tanto como a arte e ciência , mas sim como uma profissão. Fazem a politica para ganharem a vida, como outros fazem negócios, etc.. Embora seja um erro desprezar aqueles que exercem bem a sua profissão, não deixa de ser verdade que, em politica, tendo em conta o seu objetivo, a mediocridade é mais prejudicial do que noutra carreira qualquer.
A arte politica é, essencialmente, uma arte de tomar decisões, o que significa que é necessário possuir intuição para adotar a medida que parece mais oportuna, bem como o sentido da responsabilidade da causa que se defende.
Se, por um lado, a responsabilidade  está ligada ao conjunto da atividade governamental, e se exerce nos domínios mais variados, social, económico, jurídico, militar, diplomático, administrativo e outros, por outro lado, o jogo da propaganda e da contra – propaganda falseia as imputações; os partidários do governo exibem as suas realizações felizes e dissimulam as suas fraquezas, e os seus adversários nunca se referem às suas decisões oportunas, sublinhando unicamente as suas carências.
Acontece por vezes que o responsável que desejamos julgar, por causa da sua incompetência ou por ter estado em desacordo com os seu opositores quanto à politica a seguir, tenha herdado ele próprio uma situação desastrosa, para cuja deterioração tinham contribuído precisamente os fanáticos que o acusam.
Seja quem for que se lance pelo caminho da politica, deve estar consciente de que se arrisca, mesmo contra vontade, a estabelecer compromissos com a violência, por muito puras e nobres que sejam as suas intenções iniciais.
Em politica nunca existe uma solução definitiva em virtude das consequências imprevistas das decisões. Não se consegue resolver uma dificuldade politica da mesma maneira que um problema de matemática ou de física, porque não se trata simplesmente de aplicar regras conhecidas, mas sim de harmonizar vontades que divergem com frequência, resolver um conflito, ou procurar sair de uma má situação que encerra muitos elementos que se furtam à observação.
O papel dos governos, pelo menos teoricamente, é pôr de pé políticas públicas viradas para a satisfação das expectativas da sociedade. Políticas de saúde, educação, habitação, defesa, segurança, saneamento do meio, segurança alimentar viradas para a satisfação das necessidades das populações; medidas e obras em resposta às demandas das comunidades.

Os manuais ensinam-nos que o principal papel dos partidos políticos é o de intermediação das relações sociedades/poderes públicos. Isto é, os partidos têm a missão de mergulhar na sociedade, auscultar os seus anseios e necessidade e transmiti-los aos poderes instituídos para processamento e procura de soluções.

O que se passa com alguns dos nossos políticos? O que se espera ou devia se esperar dos políticos santomenses e ou dos partidos da oposição? Onde andam os partidos de oposição? Será que esses se retiraram para chorar as suas mágoas! Ou, num gesto vingativo, resolveram deixar ao Deus dará o povo “ ingrato” que lhes negou a maioria? Porque não fazem uma oposição construtiva e responsável aguardando pela próxima eleição legislativa?

Já dizia Francesco Alberoni: “O político na época banal ignora o eleitorado, ignora a sociedade. (…) o seu único problema é o poder”.

Parece que conscientemente, esses políticos e seus partidos fazem uma desfeita aos seus eleitores e demais concidadãos.  E deixam transparecer, talvez involuntariamente, que não conseguem estar fora do poder.

Porém, face à constatação de que, hoje, para os partidos, outros valores mais altos se alevantam  e nota – se de forma clara e objetiva um interesse exacerbado pelo poder, cabe – me concluir que em democracia, nunca há vitórias asseguradas eternamente. É tudo muito efémero e, assim, há na vida político-social de qualquer país, ciclos positivos e negativos para quem domina o poder político. É questão de tempo.

A preocupação pelo bem comum, pelo país deve estar intimamente ligada a paz. Esta pressupõe um interesse que corresponde às aspirações fundamentais do povo. Quando acontece o contrario, a sociedade é perturbada por constantes divergências, a sua unidade esboroa – se, cada fação rival procura apropriar – se do bem comum, a ordem e a estabilidade desfazem –se sob ameaça de conflitos que poe em risco a própria existência do povo. A verdade é que os países que não conseguem estabelecer a paz interna, são constantemente teatro de golpes de Estado e de instabilidade o que em nada dignifica o nosso pais – São Tomé e Príncipe. Visto que se faz guerra contra um inimigo, é igualmente com ele que se tem que fazer a paz.  A paz politica não exclui  o inimigo.

Carlos A. Pires Gomes
(02/07/12)

9 Comments

9 Comments

  1. Fidelio Castro

    4 de Julho de 2012 at 8:36

    O que se passa consigo, depois de sair do PCD, de estar no ADI e Deus sabe lá ao que pertences hoje, vens com todo esse palavreado. TOMASTE CHÁ CONSCIENCIALIZANTE, OU PERANTE TANTOS PECADOS COMETIDOS ESTAS A TENTAR FAZER PAZES COM DEUS E DIABO. AKI É MUNDO….

  2. freitas

    4 de Julho de 2012 at 9:01

    mas eu fico espantado este Senhor diz sempre o mesmo !!!! respomde tudo da mesma forma esse artigo ja foi publicado mais de 4 vezes. carlos gomes para presidencia do governo regional!!!!

  3. João Bosco Menezes de Pinho

    4 de Julho de 2012 at 9:50

    O Senhor está a procura de Tachos. Sabe bem utilizar a Política para conseguir Tachos. Por isso é que foi expulso das nossas fileiras. Nada de novo.

  4. João Bosco Menezes de Pinho

    4 de Julho de 2012 at 9:53

    Ba pa bô téra. A Bõ é berdiano ou di Sam Tumé.

    • Tonga

      4 de Julho de 2012 at 12:08

      Este senhor falou muito mas não disse nada. Muita citação para um texto tão pobre de ponto de vista analitico. Tanta citação para um texto ou reflexão tão curta é indiciador de pobreza argumentativa. Esperava melhor, sobretudo para alguém que critica os outros políticos ou decisores. Cresce e aparece rapaz…
      Fui

    • Tancho

      4 de Julho de 2012 at 15:50

      Este comentário reflete atraso no desenvolvimento intelectual e falta conhecimento . O Bosco não emitir comentários extremista e xonofobo. Se o Bosco não sabe deve saber que o Carlos não na Ilha do Principe e esta ilha faz ou não parte do território nacional. Todos que nascem no Principe são santomense sejam de que etnia forem? Muitos que nasceram em são Tome e já foram Ministros e têm passaporte português e a deputados santomense com nacionalidade portuguesa.
      Por isso Bosco deve evitar comentários infortunios e xenófobos

  5. ZE PEDRO

    4 de Julho de 2012 at 11:32

    Esse comentário não o dignifica senhor João Bosco de Menezes, o senhor deve estar ainda a viver na idade da pedra……

  6. ZE PEDRO

    4 de Julho de 2012 at 11:34

    Esse comentário com toque racista não o dignifica senhor João Bosco de Menezes, o senhor deve estar ainda a viver na idade da pedra……

  7. beto

    4 de Julho de 2012 at 20:48

    nem como professor de filosofia foi bom,

    como pessoa, é rasca, mau e miserável,

    como politico, um grande trocador de tinta e bainha.

    Carlos Gomes, porque nao te calas?

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