Opinião

“TOMATXO” e a Baronesa que sonha ser a mulher de branco

Autonomia e In_Dependência versus Corrupção com Democracia

Reza a história – é importante  – recordar que São Tomé e Príncipe, contrariamente ao que alguns dizem, eram ilhas desertas. E o 1º Barão de Água Izé, um mulato, originário do Brasil, além de um grande trabalhador, foi um grande percursor na produção de cacau nas terras tão férteis de São Tomé e Príncipe.

Hoje pouco ou nada se trabalha para desenvolver o país e continuamos encostados ao mastro do Porto, sem águas profundas, prometido em inúmeros governos, sempre à espera dos contentores de importação.

O cacau exportado para a Europa, já tem chocolate internacional, e nacional, mas a preços incomportáveis para a dieta dos nacionais. Não se desenvolve riqueza com o Povo. Produz-se (apenas) riqueza para aumentar a riqueza de quem vai e vem explorar a nossa terra, legitimamente (ou não), o nosso chão e nós, e continuamos estúpidos, a ver o que os outros produzem, enriquecendo,  e levando de São Tomé para fora. Existem dois grande exemplos. O problema ou empresa mais recente vem com o nosso amigo Trovoada vs. seu amigo das águas e que agora é produtor de chocolate,  tendo-lhe concedido a Roça Diogo Vaz, onde se “produzem” outras coisas, em vez de empregar – com dignidade – os santomenses. Continua a exploração quase esclavagista. Com ordenados inaceitáveis para o elevado custo de vida no País.

A Dama de branco, matou os sonhos do Barão, conta a lenda que do alto do penhasco da Ilha do Príncipe – a alegada sombra da Baronesa – de origem portuguesa, se perdeu por amores por um negro espadaúdo, mas respeitador, consumando tal amor. E hoje, numa tortura, voa entre o ilhéu Bom-Bom e a ponta sul do Príncipe. 

Todos temos as nossas damas brancas na vida. Perseguem-nos uns e nós perseguimos outros.

Nas últimas semanas, no rescaldo das eleições, continuo atenta às movimentações – não esqueçam que o Povo votou Bom Jesus e não (apenas) no MLSTP PSD, carregado de cromos sem valor político, de tão velhos que estão e tão associados a elevados esquemas de corrupção. Neste artigo não me alongarei, mas os dados existem e documentos também. Dois deles ex primeiros ministros.

Deixemo-nos de doutores e secretárias com cargos sem que a produção agrícola, grande fonte de riqueza, e do Mar, possam aumentar o crescimento económico do país. É preciso um ministério,  com grande conhecedor dos temas agrícolas e do mar, e que saiba gerir a pasta, sem aumentar os seus, bolsos pessoais.

Precisamos de diplomacia externa – com rigor e dignidade – e forte aposta na diplomacia económica, capaz de atrair investimentos que não passem pela tragédia do ouro negro, a qual já nos hipotecou por mais de 50 anos, mas  nunca uma chefe de diplomacia que não é gostada nas Embaixadas de Europa – soube recentemente, que se julga (sem ser) como a última coca-cola do deserto. Criticou os do passado, pelos usos (indevidos de verbas públicas) abusos, mas prepara-se para vôos e saídas, quando o país nem tem dinheiro para mandar cantar um cego.

No mistério da Estrada de Sintra – para quem lê a história dos grandes autores portugueses – todos descendemos deles (no bom e no mau) – a história começa com o sequestro de um médico – Dr.*** – e de seu amigo escritor – F… O rapto, realizado por quatro mascarados, ocorre na estrada de Sintra. O Dr.*** e o seu companheiro são levados para uma misteriosa casa, onde se encontrava o cadáver estrangeiro. Sabendo que um deles era médico, os raptores pretendiam verificar se, de facto, o homem estava morto.

Entretanto, são surpreendidos pela entrada de um jovem – A.M.C., que viria a esclarecer todo o mistério. Rytmel era, afinal, um oficial britânico que morreu vítima de uma dose excessiva de ópio que lhe dera a amante – condessa de W., prima do mascarado alto. Esta desejava apenas adormecê-lo para confirmar nos seus papéis se ele era ou não amante de uma irlandesa.

Nos últimos dias vários lideres de vários partidos políticos de São Tomé e Príncipe  contataram-ne. Não adianta. Fui, sou e serei independente. Não deixo que me anestesiem com o ópio da política nem tampouco como o TOMATXO ou a cacharamba que destrói vidas. Apoiei o Homem, Jorge Bom Jesus. E fá-lo-ia, de novo, pela Democracia e neutralização do líder do anterior Governo. Acordem. Democracia, não é, e nunca mais voltará a ser forma de abuso de direitos pelos políticos enquanto eu for viva.

As ameaças que me foram dirigidas caíram em saco roto. Hoje,  um alto quadro de um meio de comunicação social português, cognominou-me, de um misto de Joana d’Arc e Madre Teresa de Calcutá. Defendo os pobres para que tenham dignidade e valor humano e trabalhem por isso. E de defesa de democracia contra formas autoritárias de exercício de poder ou de abuso em forma de corrupção via exercício de poder. Em suma, sou a IN_ i de independência. N de defesa da Nação, Dependência dos Direitos,  Liberdades e Garantias.

Enquanto uns e umas se preparam para passeios, à custa do (inexistente) erário público, mas eu vigio – outros angariam (e meu Deus, como é duro!!)  – apoios para ajudar santomenses cadenciados, em situação débil de saúde, a viver em Portugal. Não existem mais tachos. As panelas ficaram rotas.

Feliz Natal e até já

Isabel de Santiago

Public Health Communication Researcher and Invited Professor
Institute of Preventive Medicine and Public Health

Faculty of Medicine, University of LISBOA

8 Comments

8 Comments

  1. Barão de Água Izé

    20 de Dezembro de 2018 at 19:28

    Barão nasceu no Príncipe.

  2. CM

    21 de Dezembro de 2018 at 8:16

    Nada contra, apesar de grande dose de arrogancia e desmedia ausencia de humildade. Mas cada um valoriza o que, como retorno, ve quando se observa ao espelho!

  3. Seabra

    21 de Dezembro de 2018 at 11:25

    …aquela senhora que nao tem diploma completo para exercer a medecina, tanto sonhou de ter um branco na familia(apesar de ser racista e complexada), que fez bruxedo até conseguir “vender” a filha a uma português branco…incrivel, mas o artigo caiu muito bem. A descarada deve estar furiosa …a que sonha ser combatente da pàtria.

  4. Shaka Zulu

    21 de Dezembro de 2018 at 15:30

    É impossível comentar semelhante artigo. Impossível e inútil. Quanta confusão, meu Deus.

  5. Zito Mabanga

    21 de Dezembro de 2018 at 15:43

    A Isabel de Santiago certamente sabe que o barão era de uma família traficante de escravos e que não enriqueceu a trabalhar. Enriqueceu a explorar mão de obra em regime semelhante ao esclavagista. Para o bem e para o mal foi grande vulto da nossa história. Mas cada coisa deve estar no seu lugar. Obrigado.

  6. Barão de Água Izé

    21 de Dezembro de 2018 at 21:00

    Haveria cacau em Stp? A Fruta-pão, quem a introduziu em STP? Houve forros independentistas que tinham trabalhadores em serviço forçado? Por que o Barão não foi governador de STP? Seria porque podia ser o iniciador da independência?

    • MIGBAI

      23 de Dezembro de 2018 at 9:37

      O Barão Água Izé nunca seria o iniciador de uma independência!!
      Sabem porquê?
      Porque era inteligente de mais para saber que iria destruir por completo todo o sistema económico , social e político das ilhas que não possuem ainda hoje capacidade para serem independentes.
      Agora muito temos que lhe agradecer por ter introduzido o cacau a fruta pão a jacueira a manga e tantas outras variedades de bananas nos ilhas, pois se não fosse ele, a fome hoje ainda seria pior em virtude desta miserável e oportunista independência ditatorial do MLSTP.
      País miserável que se criou com os oportunistas.

  7. Kwence Dias

    25 de Janeiro de 2019 at 16:43

    Imenso vazamento de disparates. Muito típico do saotomense letrado, que se julga especialista em qualquer matéria. Basta o mote, e começa a jorrar idiotices.
    Não há essência nessa discussão sobre o Barão de Água-Izé. O que importa isto agora? Qualquer que tenha sido a nossa história, devemos nos valer dela para não repetir os erros que nos envergonham.
    Não temos necessidade de perder tempo com argumentos de história,porque o que realmente importa agora é agarrar esta “carruagem” (que bem pode ser a última antes de uma ditadura)para elevar a nossa democracia, o nosso orgulho e os nossos valores.
    Não vale a pena dizer mal dos nossos políticos medíocres, (e não é mera relutância, pois os factos falam por si).
    Costumo dizer que pior do que governar mal é não governar! São Tomé está fracassado, mas não está morto. Podemos e devemos revitalizar a nossa economia, definindo áreas prioritárias de desenvolvimento. É urgente dar-se credo aos empreendedores, confiar na iniciativa dos privados e afastar o máximo do estado, a gestão de empresas estruturantes.
    Deixemo-nos de conversa fiada, e mãos à obra! São Tomé está afogar-se em tanta desordem e desmando!
    Abraços a todos

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