Política

MDFM-PL volta a escorregar

Cascas dmdfm-minho.jpge banana, lançadas no terreno político já fizeram a nova liderança do MDFM-PL, cair várias vezes e não está a ser fácil reerguer-se. No calor da polémica que terminou com a exoneração do seu secretário-geral do cargo de Ministro dos Recursos Naturais, Energia e Meio Ambiente, o próprio Presidente do partido Manuel de Deus Lima, leu um comunicado dando conta que o partido reitera toda confiança no então ministro, não concordando assim com uma possível exoneração de Agostinho Rita. Foi a primeira casca de banana lançada e o partido escorregou gravemente. Logo depois a força política denuncia irregularidades alegadamente praticadas pela ministra da defesa nacional, exigindo procedimento igual do Primeiro-ministro, mas a última hora faz marcha atrás e escorrega na segunda casca de banana. O recente discurso político claramente opositor do MDFM-PL, em relação ao governo de que faz parte, acabou por desacreditar as decisões saídas da sua comissão política. O partido defendeu o seu secretário-geral e ex-ministro dos recursos naturais, energia e meio ambiente, Agostinho Rita no caso das propinas mas não valeu. O comunicado da comissão política lido pelo Presidente do partido Manuel de Deus Lima, rejeitava qualquer hipótese de exoneração do ex-ministro, manifestava toda confiança do partido na continuidade de Agostinho Rita no cargo, mas algumas horas depois da leitura do comunicado, o mesmo partido, a mesma comissão política, enviou dois nomes ao Palácio do Governo para substituir o ministro que tinha toda confiança do partido.

O Téla Nón sabe que na escaldante reunião da comissão política, os membros do órgão de decisão chegaram a consenso que se Agostinho Rita fosse demitido pelo Primeiro-ministro Rafael Branco, o partido abandonaria o governo. Ao invés da saída em bloco, alguns membros da comissão política conseguiram convencer o Primeiro-ministro a escolher Carlos Fernandes Marques para o cargo deixado por Agostinho Rita, assegurou ao Téla Nón fonte partidária.

Com lutas intestinas cada vez mais visíveis, o MDFM-PL, que elegeu nova liderança para se fortalecer, está cada vez mais fragilizado. A exoneração do seu secretário-geral do cargo ministerial, fala por si. Segundo fonte partidária a dificuldade do novo líder em dominar alguma ala radical, é outro grande ponto fraco.

A comissão política do partido, voltou a fazer ouvir a sua voz esta semana, exigindo rigor, transparência, e pedindo esclarecimentos ao Primeiro-ministro, a propósito da bolsa de formação para militares, que a Ministra da Defesa Nacional, confessou ter feito contactos particulares para conseguir tal benesse, sem o conhecimento do estado e do governo. O MDFM-PL, garantiu que a Ministra incluiu a sua filha que não é militar na lista de beneficiários da bolsa.

Uma situação irregular, que para o MDFM-PL, merece da parte do Primeiro-ministro o mesmo tratamento que foi dado ao seu secretário-geral, Agostinho Rita. Mais uma ofensiva política fracassada. Rafael Branco não demite a ministra do seu partido, e o MDFM-PL teve que engolir o seu discurso.

A saída da reunião inter-partidária, o Presidente Manuel de Deus Lima, deu volta ao assunto. «Em relação as questões que foram vistas no comunicado e que levantaram alguma polémica, nós entendemos que doravante os assuntos que dizem respeito a este ou aquele membro desta ou daquela força política, deve ser resolvido a nível dos três partidos e só depois então é que deve vir a praça pública», afirmou o líder do MDFM-PL.

Com tantas escorregadelas, o MDFM-PL, só consegue dar um sinal de sucesso no seu confronto político dos últimos dias. Trata-se da denúncia de corrupção na empresa que administra os portos de São Tomé e Príncipe, a ENAPORT. «Em relação a ENAPORT há um trabalho que estava a ser feito a nível da segunda comissão especializada da Assembleia, e creio que vai interpelar o governo para que essa questão seja clarificada. Nós queremos transparência rigor e honestidade», pontuou o Presidente do partido de inspiração do Presidente da República.

MDFM-PL, sai esfolado devido as escorregadelas nas cascas de banana da política são-tomense. O futuro vai dizer se o partido de inspiração do Presidente da República, terá força para vencer a crise interna.

Abel Veiga

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