Esta manhã a praça da independência esteve quase deserta. Na tribuna estão os dirigentes do país acompanhados pelo corpo diplomático e outras individualidades. No centro da praça menos de 200 pessoas assistem as celebrações da independência nacional. Nunca desde a fundação da República Democrática de São Tomé e Príncipe em 1975, registou-se tamanha ausência do povo no acto central da independência.
Os primeiros sinais do desinteresse do povo em relação ao comício do dia da independência nacional, começaram a ser registados a algum tempo, e acentuou-se nas celebrações do 33º aniversário da proclamação do arquipélago como estado independente realizadas no distrito de Lobata.
A festa este ano no centro da cidade, mais concretamente no local onde no dia 12 de Julho de 1975 os são-tomenses viram a bandeira nacional pela primeira vez a ser hasteada, veio comprovar que o povo está ausente dos actos centrais de 12 de Julho.
Um autêntico fiasco. O número de individualidades que sentaram na tribuna de honra era quase igual ao número de pessoas que estavam a presenciar o acto. Sendo 12 de Julho o dia de grande significado histórico para o país, dia em que no passado os são-tomenses faziam explodir o seu espírito patriótico, concentrando-se em massa na praça da independência, para defender as causas da nação independente, a ausência massiva que se regista hoje, sugere várias interrogações.
Cabem aos dirigentes do país que estão na tribuna de honra, lerem e interpretarem com atenção a mensagem silenciosa do povo, expressa no espaço vazio que marca hoje a Praça da Independência.
Abel Veiga