Política

ADI, reestrutura-se em busca de vitória nas eleições de 2010

patrice-trovoada-e-evaristo-carvalho.jpgO partido fundado em 1992 pelo antigo Presidente Miguel Trovoada, funcionou de 2006 até 2008 como o fiel da balança político-parlamentar. Tinha 11 assentos na Assembleia Nacional o que permitiu a sua liderança, influenciar consideravelmente o jogo político no país desde as eleições legislativas de 2006 até o primeiro semestre de 2008, tendo mesmo chegado a liderar o Governo. 2010 é o ano eleitoral, e o partido liderado por Patrice Trovoada, já pôs em marcha uma campanha política que visa a reestruturação das suas bases e da cúpula. Segundo o Secretário-geral Evaristo de Carvalho, a ADI quer Introduzir sangue fresco nas suas artérias, para conquistar o coração do povo e o poder em 2010.

As eleições autárquicas e regionais devem acontecer no Primeiro Trimestre de 2010, também as legislativas estão previstas para Março de 2010. Por isso o próximo ano, é eleitoral para São Tomé e Príncipe. Faltam poucos dias para 2010 anunciar a sua chegada. Faltam poucos dias para começar a batalha final pelo poder. Porque a guerra pelo poder, esta já começou há vários meses, com acções discretas ou públicas de alguns partidos políticos.

Aparentemente em silêncio e expectante nos últimos meses, a ADI única força política que representa a oposição parlamentar, decidiu mostrar que começou a correr em direcção a meta de 2010.

No último fim-de-semana abriu na cidade de Santana, uma série de reuniões de Assembleia Distrital, que vai ser realizada em todos os distritos. Em declarações ao Téla Nón, Evaristo de Carvalho, Secretário-geral adjunto da ADI, disse que o objectivo é dinamizar as estruturas de base do partido. Dinamizar e reestruturar. Uma reestruturação que de acordo ao Secretário Geral Adjunto, visa abrir o partido para a entrada de novos actores políticos e a absorção de novas ideias progressistas. «Queremos injectar sangue novo no seio do partido. Essa reestruturação é de topo a base», assegurou Evaristo de Carvalho.

Em Santana foi eleito o novo Secretário Distrital, e novos membros para os núcleos de base. Talvez como prova da mudança e renovação das estruturas do partido, Álvaro Santiago, antigo Ministro da Educação, não teve sucesso na candidatura para o cargo de secretário distrital da ADI no distrito de Cantagalo. Um jovem militante do partido, rosto novo na esfera política, venceu a liderança distrital.

A maratona de Assembleias Distritais, vai desembocar no congresso do partido previsto segundo Evaristo de Carvalho para Dezembro próximo. Reunião magna que vai legitimar as orientações políticas produzidas nas Assembleias com as bases. A actual liderança chefiada por Patrice Trovoada, também será sufragada no congresso, no culminar do exercício de reestruturação do partido. «Com esta nova direcção nunca fomos para as eleições em coligação. Sempre fomos sozinhos. Só depois das eleições é que analisamos as possibilidades de coligação para sustentar a governação. No entanto, este é um assunto que só o congresso poderá decidir. Tudo depende da decisão do congresso, que deverá acontecer em Dezembro. Se o congresso decidir que devemos coligar para as eleições de 2010, assim o faremos», explicou Evaristo de Carvalho.

O partido que conquistou 11 deputados nas eleições legislativas de 2010, conseguiu condicionar a maioria simples da coligação MDFM-PCD, com 23 deputados. O governo de Tomé Vera Cruz, caiu para dar lugar a um executivo de coligação liderado pela ADI. Patrice Trovoada assumiu a governação do país, mas por pouco tempo, ou seja, 3 meses. MLSTP/PSD com 20 deputados e o PCD com 11, mataram o seu governo com uma moção de censura.

Logo a seguir o PCD propôs que o MLSTP/PSD de Rafael Branco, forma-se o novo governo. O MLSTP/PSD convidou o MDFM-PL do Presidente Fradique de Menezes, criou-se uma coligação tripartida, liderada pelo MLSTP/PSD que perdeu as eleições de 2006, para governar o país até 2010.

A ADI, ficou sozinha como oposição. Perdeu apoio parlamentar. 3 deputados da sua bancada passaram para independentes. Agora recupera forças e energias, tudo indica para em 2010 aumentar a sua influência política em São Tomé e Príncipe.

Abel Veiga

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