PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Órgão apela ao diálogo e consenso entre as lideranças para resolver a situação; sessão de emergência abordou demissão do governo do país; Conselho avisou que acompanha a situação de perto e vai responder de forma apropriada.
Conselho de Segurança discute situação da Guiné-Bissau. Foto: ONU/Devra Berkowitz
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Os países-membros do Conselho de Segurança sublinharam que é importante que as forças de segurança não interfiram na situação política da Guiné-Bissau.
A declaração consta numa nota divulgada esta sexta-feira, após uma reunião de emergência do órgão sobre a situação guineense. O informe foi apresentado pelo secretário-geral assistente da ONU para Assuntos Políticos, Taye-Brook Zerihoun.
Partidos
Na capital Bissau, começou o processo de consultas entre o presidente, José Mário Vaz, e os partidos políticos com assento parlamentar após o anúncio da demissão do primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira.
Os membros do Conselho expressaram preocupação com a situação política, e pediram aos líderes da Guiné-Bissau que procurem o diálogo e o consenso na resolução da crise “para servir aos interesses do povo”.
Constituição
Os 15 países-membros encorajaram todas as partes a manter a calma. O pedido é que as forças de segurança, a sociedade civil e os líderes políticos continuem a agir de forma pacífica de acordo com a Constituição e com o Estado de direito.
A nota apela as partes que resolvam a disputa política em prol da paz na Guiné-Bissau. O órgão saudou os interlocutores pelo empenho contínuo na busca de uma solução pacífica para o impasse, e sublinha a necessidade de uma ação concertada entre eles.
Situação
Entre as organizações destacadas no processo estão a Comunidade do Estados da África Ocidental, Cedeao, a União Africana, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, a União Europeia e a ONU.
A nota termina com os 15 Estados-membros a reafirmando a intenção de acompanhar de perto a situação e de responder de forma apropriada.
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Ralph
17 de Agosto de 2015 at 4:50
Isto ilustra o problema com conceitos como “democracia africana”. A base da democracia é a eleição de um governo só uma vez por prazo. Assim que um partido (ou coligação) seja eleito pelos eleitores, esse governo deveria ser permitido governar até que forem realizadas novas eleições. Só a essa altura que o partido em poder possa ser sujeito ao povo para ser reeleito ou não, com os eleitores tendo a capacidade de eleger um outro governo se quiserem. Mudando governos seja quando for o exército ou um partido deseja não é a maneira para reger um país e traz má reputação a esse país.