Novidades da Rússia em boletim informativo
- Desigualdade social será discutida no fórum em Yaroslavl
- Putin inaugurou gasoduto Nord Stream
- Novo escândalo ameaça relações entre Moscovo e Tbilissi
- · Medvedev nomeia novos representantes plenipotenciários em três distritos federais da Rússia
· A campanha política de Prokhorov
Desigualdade social será discutida no fórum em Yaroslavl
Moscovo/Yaroslavl, 7 de Setembro – RIA Novosti.
Começa hoje em Yaroslavl o Fórum Político Mundial, que este ano será dedicado aos problemas da segurança global, aos conflitos locais, ao desenvolvimento de instituições democráticas em Estados multinacionais e ao aperfeiçoamento da luta contra a desigualdade social.
Como se espera, no Fórum, que decorrerá entre 7 e 9 de Setembro, irão intervir o presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, e o chefe de Estado da Turquia, Abdullah Gul. Para além disso, os convidados do congresso político são os dirigentes de todos os partidos políticos russos, chefes de regiões da FR, politólogos, políticos e peritos de mais de 30 países do mundo.
Tal como nos anos precedentes, os trabalhos do Fórum desenvolver-se-ão em vários vectores. No ano em curso, em Yaroslavl, serão abertas três secções principais: “Instituições democráticas em sociedades multiétnicas”, “Ricos e pobres: onde está a justiça?” e “Segurança global e conflitos locais”.
Segundo informaram os organizadores, os políticos e peritos analisarão a experiência de criação de instituições democráticas em tais Estados multiétnicos como a Rússia, Índia, Estados Unidos e Brasil, discutirão os problemas provocados pela imigração ilegal, distanciamento étnico, separatismo e fundamentalismo. Os participantes do Fórum irão elaborar recomendações práticas para os Estados contemporâneos em condições da crise económica, tentarão encontrar mecanismos de protecção da segurança global em condições de surgimento de novos conflitos locais.
O politólogo Serguey Markov destaca que o Fórum tem por objectivo discutir e compreender como as maiores forças mundiais devem interagir para responder aos desafios actuais.
“Os participantes do Fórum tentarão compreender como irá desenvolver-se a política externa, como poderão surgir novos conflitos. Especial atenção será dispensada às relações entre os pobres e ricos. A meu ver, aqui há muitos problemas. Por um lado, há uma injustiça gritante: muitas pessoas trabalham pouco, mas são ricos, enquanto há pessoas que trabalham muito, mas são pobres… O que devem fazer os políticos, para que não haja regiões cronicamente pobres? Este tema também será um dos principais no Fórum”, disse Markov à RIA Novosti.
Na opinião de um dos organizadores do Fórum, o politólogo Vladislav Inozemtsev, a diferença principal deste Fórum dos anteriores será a actualidade dos temas a serem discutidos pela elite política.
“Por exemplo, o tema ligado à diversidade étnica, religiosa e nacional de Estados contemporâneos e aos problemas que esta diversidade origina para Governos contemporâneos”, disse o perito.
Inozemtsev apontou que a actualidade dos temas declarado está ligada também ao facto de terem sido focados tais acontecimentos trágicos que “tiveram lugar na Noruega, os sérios problemas que surgiram na Grã-Bretanha, certas dificuldades que se registaram em Dezembro do ano passado na Rússia”. O politólogo qualificou como “catastroficamente perigosa” a existência de contradições nacionais na Rússia, onde, diferentemente dos países da Europa Ocidental, se assiste a uma enorme diversidade étnica.
Para além dos temas anunciados para a discussão, um tema informal, na opinião de politólogos, será o “problema 2012”.
“Todos irão falar sobre os resultados das eleições presidenciais na Rússia e sobre a política russa após estas eleições”, acrescentou Inozemtsev.
O politólogo Valery Khomiakov também assinala que a elite política discutirá em Yaroslavl o tema das próximas presidenciais na Rússia e não exclui que Medvedev poderá anunciar os seus planos para 2012.
“Não excluo que o presidente Medvedev poderá fazer declarações políticas. Aguardo com impaciência a intervenção de Medvedev e espero que a cortina de fumo em torno do problema – 2012 seja dissipada um pouco. Gostaria que Medvedev revele mais concretamente os seus planos”, disse o politólogo à RIA Novosti.
Nas suas palavras, para além do presidente da Turquia, Abdullah Gul, a participação no Fórum é confirmada pelo primeiro-ministro da Tunísia, Béji Caid Essebsi, o ex-presidente da Indonésia (1998-1999), Bacharuddin Jusuf Habibie, o antigo presidente da Polónia (1995-2005), Aleksander Kwasniewski, e outras personalidades públicas destacadas, representantes do empresariado, cientistas e peritos.
As discussões serão traduzidas para 11 línguas estrangeiras.
Esta será a terceira edição do Fórum Político Mundial em Yaroslavl, patrocinado pelo presidente da Rússia, Dmitry Medvedev. Nos Fóruns em 2009 e 2010, dedicados os principais problemas do desenvolvimento dos países democráticos contemporâneos, participaram tais personalidades como o próprio presidente da Rússia, assim como o chefe do Governo da Espanha, José Luis Rodriguez Zapatero, o primeiro-ministro da França, François Fillon, o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, o chefe do Governo da Itália, Silvio Berlusconi.
Putin inaugurou gasoduto Nord Stream
Região de Leninegrado, 7 de Setembro – RIA Novosti.
O primeiro-ministro da FR, Vladimir Putin, inaugurou ontem a primeira linha do gasoduto Nord Stream na estação Portovaya na região de Leninegrado.
Na cerimónia de inauguração estiveram presentes o chefe da Gazprom, Aleksey Miller, e o chefe do Comité de Accionistas da companhia operadora do projecto Nord Stream – Nord Stream AG, Gerhard Schroeder. Vladimir Putin declarou que com a entrada do Nord Stream em exploração a Ucrânia perderá o direito exclusivo ao trânsito de gás russo à Europa.
“Penso que as nossas relações (entre a Rússia e Ucrânia) irão adquirir um carácter de mercado cada vez mais civilizado”, assinalou Putin.
O Nord Stream é um novo gasoduto para a exportação de gás russo à Europa. Ao alcançar a potência máxima, o gasoduto, que passa pelo fundo do Mar Báltico da Rússia à Alemanha, poderá fornecer aos consumidores até 55 mil milhões de metros cúbicos de gás ao ano. Está previsto atingir esta potência no Outono de 2012, quando for construída a segunda linha do gasoduto.
A Gazprom já assinou contratos de longo prazo de fornecimento de gás pelo Nord Stream com vários países da União Europeia: a Alemanha, Dinamarca, Holanda, Bélgica, França e Grã-Bretanha.
EM FOCO NA IMPRENSA RUSSA
Kommersant
Novo escândalo ameaça relações entre Moscovo e Tbilissi
A Geórgia poderá retirar da Rússia os seus funcionários consulares, confiscar a antiga sede da embaixada russa em Tbilissi e alojar neste local refugiados georgianos da Ossétia do Sul como represália pelo confisco e posterior venda de um hotel em Moscovo que era propriedade georgiana, escreve o jornal Kommersant.
Isto pode levar ao rompimento de todas as relações entre Moscovo e Tbilissi.
O edifício em questão foi construído na parte central de Moscovo em 1974 e entregue à República Socialista Soviética da Geórgia, que o utilizava para receber delegações e hóspedes. Após o colapso da URSS em 1991, as autoridades da capital russa reconheceram o edifício como “Hotel Tbilissi” pertencente à embaixada da Geórgia em Moscovo.
No Outono de 2006, após a prisão de quatro oficiais russos na Geórgia son acusações de espionagem, a Rússia considerou este facto como provocação e, no quadro da campanha anti-georgiana, confiscou o hotel Tbilissi, qualificando a sua anterior entrega à Geórgia como ilegítima.
Durante os últimos cinco anos, este edifício foi utilizado como hotel russo e, no passado 2 de Setembro, foi vendido a um particular por 206,1 milhões de rublos (cerca de 5 milhões de euros).
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Geórgia, Nino Kalandadze, acusou Moscovo de infringir a Convenção de Viena de 1963 sobre Relações Consulares.
Komsomolskaya Pravda, Kommersant, RBK Daily
Medvedev nomeia novos representantes plenipotenciários em três distritos federais da Rússia
O Kremlin começa a preparar-se para as eleições parlamentares de 2011 e as presidenciais de 2012, assinalam os peritos ao comentar a decisão do presidente Dmitry Medvedev de substituir os seus representantes nos distritos federais Central, do Noroeste e dos Urais, escrevem os jornais Komsomolskaya Pravda, Kommersant e RBK Daily.
O Distrito Federal Central passará a ser encabeçado pelo ex-chefe da Direcção Presidencial para a Política Interna, substituindo Gueorgui Poltávchenko, eleito nono governador de São Petersburgo na semana passada.
O Distrito Federal do Noroeste passará a ser chefiado pelo ex-representante plenipotenciário do presidente da Rússia na região dos Urais. Como novo representante no Distrito Federal dos Urais foi nomeado o ex-governador de Tiumen e, anteriormente, chefe adjunto da Direcção do Serviço Federal de Executores Judiciais de Moscovo.
Segundo o director da Agência de Informações Políticas e Económicas, a causa principal destas mudanças foi “a necessidade de efectuar a rotação de figuras políticas”.
Alguns analistas não excluem que seja o início de uma reforma séria do instituto de representantes plenipotenciários do chefe de Estado.
A campanha política de Prokhorov
Aleksandr Bratérski, Moskovskie Novosti
O líder do partido Causa Justa (ou Causa de Direita) defende a abolição dos vistos para viagens à Europa e a substituição do rublo pelo euro como prioridades do seu partido diante das eleições da Duma em Dezembro.
Estas duas ideias defendidas pelo líder do partido, o bilionário Mikhail Prokhorov, são consideradas por analistas políticos como uma tentativa de atrair votos, e não montar uma oposição à actual situação política da Rússia.
A ideia de uma “grande Europa” foi sugerida pela primeira vez pelo primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, num artigo para o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung, publicado no ano passado. A proposta de Putin se referia aos obstáculos enfrentados pela Rússia para entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC) que, segundo ele, eram impostos pelos países ocidentais.
Prokhorov disse que uma eventual mudança do rublo para o euro ofereceria mais segurança para a população, inclusive para os reformados. Para ele, o rublo “jamais poderá tornar-se uma moeda regional forte porque depende dos preços do petróleo e do gás”.
“O conceito de ‘grande Europa’ será explicado em detalhes na campanha política do Causa de Direita para as eleições da Duma”, disse Prôkhorov, acrescentando que a ideia seria apresentada para avaliação pública pouco antes de um congresso do partido em Setembro.
O líder do partido também deu conselhos sobre como escolher e combinar unidades monetárias para manter as poupanças em alta.
A tentativa de se aproximar dos cidadãos comuns não surtiu o efeito desejado, já que um dos seus conselhos para aumentar as poupanças era “guardar o equivalente a dois anos de salário em moeda local e dividir o restante igualmente entre dólares e euros”, o que não caiu bem entre as pessoas simples. Considerando que a média salarial era de 20.300 rublos por mês (680 dólares) em Maio deste ano, o valor da soma de dois anos de salário chegaria a aproximadamente 480.000 rublos, quantia que excede (em muito) as economias da maioria dos eleitores.
O magnata também confirmou que deseja ocupar o mais alto cargo da câmara, mas disse que só aceitaria o desafio se o presidente – independente de quem for – apoiasse as suas propostas.
No fum discurso caloroso, Prokhorov elogiou Mikhail Saakachvili, inimigo político de Putin e do presidente russo, Dmitry Medvedev, por ter implementado medidas anticorrupção bem-sucedidas. “A mais corrupta república da União Soviética livrou-se praticamente da corrupção”, disse.
Prokhorov também condenou a reacção de algumas autoridades contra a campanha de promoção do seu novo site – made-in-russia.ru –, para a qual espalhou cerca de 900 outdoors por todo o país. Embora não estejam formalmente relacionados com a campanha para a Duma, que só começará no Outono, os cartazes, que estampam o rosto de Prokhorov foram vistos como um truque publicitário pré-eleitoral. Aproximadamente 230 cartazes foram recentemente removidos nas cidades de Novosibirsk e Ekaterinburg.
Prokhorov referiu-se ao facto como “imbecilidade” e afirmou serem acções empreendidas por autoridades locais que são fiéis ao partido governante Rússia Unida. Ele recusou-se a dar detalhes sobre o custo da campanha e prometeu processar as autoridades das regiões onde os outdoors foram retirados, além de publicar suas identidades no site do partido Causa de Direita.
Milagrosa
8 de Setembro de 2011 at 17:24
Só isso?
Também tem havido acidentes aereos, mais de 4 neste ano.
Informa com isenção, ja agora.