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MLSTP: a unidade necessária

Na comunidade nacional são correntesdois pensamentos em relação ao MLSTP.

Existe ampla convergência para o reconhecimentodo MLSTP como partido patriótico e indispensávelpara que o país não perca muito do que é bom para todos em S.Tomé e Príncipe.

Por isso, é responsabilidade, afirmada, especialmente a cargodos militantes do partido, para que o MLSTP esteja bem organizado, guiado pelos princípios da democracia política e respeitador dos direitos que fazem a essência da pessoa humana.

É por aí que o partido ficabem protegido e com a capacidade deafastar, sempre, para bem longe,as situações ou os fatores que podem ameaçar a consistência da sua solidez.

O povo aspira ao benefício dos fundamentais como o emprego, a saúde, a educação e ainda a liberdade e a felicidade. É para tal que o Estado existe e é para tal que o povo vota.

A intermediação dos partidos políticos afirma-se para que os resultados das relações do povo com o Estado sejam os melhores, considerando as aspirações que nutrem todos os membros da comunidade nacional.

Sobressaem, pois, dois desafios para o MLSTP.

O partido deve ter níveis de organização, de funcionamento e de orientação política que façam dele uma organização credível e que o coloquem em boa simbiose com a grande maioria dos eleitores.

Há, no entanto, de ter-se em vista que antes de tudo, o partido é uma organização que se compõe de pessoas humanas, cada uma com a sua personalidade, mas todas unidas pelo objetivo principal de servir o partido.

O segundo aspeto, determinante do primeiro, deve primar no comportamento dos militantes. Se assim não for, seguramente afirmar-se-á a desunião e, consequentemente, o partido perderá a capacidade de bem servir os interesses do povo e dos seus militantes.

A falta de unidade é hoje realidade na vida do partido, como também é verdade que o partido vem perdendo nas eleições por não se mostrar suficientemente credível para a maioria dos eleitores. A consequência é que se vem engrossando o bloco dos eleitores que se abstêm de votar. Tal implica que na falta de credibilidade do MLSTP, parte cada vez maior dos eleitores prefere não votar.

Permanece, pois, um capital de confiança que pertence ao MLSTP e que o partido deve recuperar, antes que tal capital acabe por se deslizar totalmente, aumentandoo número de eleitores contra o partido.

Para as contas que o MLSTP deve fazer, o tempo urge.

É importante e urgente que a liderança atual do partido se determine e envolva, para um diálogo interno, todos quantos intermedeiam a relação do partido com os eleitores.

Resolvidos os aspetos formais para o diálogo, como a sua composição humana, o local da sua realização, a sua organização, funcionamento e duração, importa, na sua preparação, que se debruce sobre as matériasque nele devem ser tratadas.

Para que o objetivo de unidade seja alcançado, é preciso que a conversa seja aturada e animada. É preciso que os participantes admitam ouvir do que gostam e do que não gostam. Estas serão as chaves para o sucesso do diálogo,pelo que desde oinício, seja importante que os participantesos admitam, incluindo os excessos que deles decorram.

É verdade que isto já está teoricamente adquirido na cultura política do partido. Pois a liberdade de pensamento ou de opinião fundamenta os Estatutos do MLSTP. Mas a liberdade de pensamento tem predadores e, por isso, nunca é demais repeti-la.

Haverão inconveniências que necessitarão de entendimentos, e até de compromissos, para serem ultrapassados.

Nisto inscrevem-se as derrapagens cada vez mais visíveis para a prática do culto de personalidade.

Coragem, entendimento e compromisso serão necessários para que o conhecimento se imponha na atividade política do partido. Deve ser minucioso o conhecimento pelos militantes das realidades do país e do partido. É daí que se extrai a verdade, indispensável para o desenho da visão estratégica, que, esta, esclarece o partido sobre o objetivo que ele deve realizar assim como o percurso a fazer para lá chegar.

É importante que a atenção às bases constitua, de uma vez por todas, a preocupação central das estruturas dirigentes do partido. Neste domínio, o divórcio vem existindo, por inação das estruturas dirigentes, e está na origem dos insucessos eleitorais do MLSTP e no alargamento da abstenção eleitoral.

É ainda importante, em definitivo, que o partido tire as lições das causas da sua degradação eleitoral em 2014 e 2016 para que tais situações sejam definitivamente corrigidas e não mais se repitam.

Amaro Couto

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