Política

Ministro da administração interna e territorial não confirma a possibilidade de adiamento das eleições autárquicas e regionais

As últimas ipovo.jpgnformações postas a circular em São Tomé apontam para o adiamento das eleições autárquicas e regionais previstas para Agosto próximo. O Ministro da Administração Interna e Territorial, Raul Cravid, disse ao Téla Nón que para já o governo não assume esta hipótese. Tudo está em aberto, acrescentou o ministro. No entanto da ilha do Príncipe, vem o primeiro grito de protesto contra a possibilidade de se adiar as eleições autárquicas e regionais.

A população da ilha do Príncipe que se bateu duramente para que fossem realizadas as eleições autárquicas e regionais em 2006, após mais de uma década de atraso, vai fazer ouvir a sua voz mais uma vez, caso o governo tome a decisão de adiar as eleições locais previstas para Agosto próximo.

Em declarações ao Téla Nón, José Cassandra, Presidente do Governo Regional do Príncipe, anunciou que as autoridades do Príncipe vão enviar uma carta de protesto ao governo, exigindo a realização do sufrágio regional, conforme obriga a lei vigente no país. «Eu vou fazer uma carta aos órgão de soberania a protestar. Não se pode desrespeitar as leis», afirmou o Presidente do Governo Regional.

Segundo o Jornal Correio da Semana, o gabinete técnico eleitoral, terá apresentado ao ministro da administração interna e territorial, um relatório indicando uma série de aspectos que corroboram para o adiamento das eleições autárquicas e regionais.

O roubo dos equipamentos informáticos da comissão eleitoral no ano passado, incluindo os registos eleitorais, assume destaque no relatório.  Situação que obriga a realização de um recenseamento eleitoral de raiz.

Em declarações ao Téla Nón, o Ministro da Administração Interna Raul Cravid, deixou entender que este factor não põe em causa a realização do escrutínio. Sobre a possibilidade de adiamento das eleições o ministro disse que «Nada está em causa. Todas as cartas estão na mesa. O governo na altura certa tomará uma decisão», precisou Raul Cravid, que afastou também a hipótese de limitações financeiras condicionarem a realização das eleições.

Por outro lado, aquando do roubo dos equipamentos informáticos na comissão eleitoral nacional, técnicos do sector confirmaram a existência de cópias do registo eleitoral, guardadas em segurança no banco central e na Assembleia Nacional.

O presidente do Governo Regional do Príncipe, também disse ao Téla Nón, que após o assalto ele procurou explicações junto as autoridades nacionais que garantiram estar tudo controlado e que as futuras eleições não estariam em causa.

O mandato do poder local e regional é de 3 anos. Eleitos em 2006 os autarcas são-tomenses deverão ser legitimados ou sancionados pelo povo em Agosto de 2009.

Nos bastidores algumas forças políticas já estão a defender o adiamento dessas eleições, mas a lei obriga que sejam realizadas, como acontece com as legislativas e presidenciais. Desde o advento da democracia pluralista em 1991, só por duas vezes o povo são-tomense foi chamado as urnas para eleger o poder local.

Um poder fundamental para organização e desenvolvimento das comunidades, e cujo acto eleitoral, acaba por ser uma espécie de barómetro político, permitindo assim uma melhor leitura e projecção do xadrez político são-tomense para o que virá a acontecer em 2010, com a realização das eleições legislativas.

Abel Veiga

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