O anúncio de que todo o processo eleitoral previsto em São Tomé e Príncipe para os próximos anos, está baralhado, veio do Gabinete Técnico Eleitoral. Um assalto perpetrado no último sábado nas instalações da comissão eleitoral, fez desaparecer toda a base de dados dos registos eleitorais. A comissão eleitoral já não sabe quem é eleitor e quem não é, enquanto que a polícia de investigação criminal, procura os autores do assalto, que põe em causa todo o processo eleitoral são-tomense.
O director do gabinete técnico eleitoral, Joaquim Leite, que anunciou o roubo dos equipamentos informáticos da comissão eleitoral nacional, admitiu a possibilidade de ser uma acção alimentada por interesses políticos.
Cautelosamente os assaltantes, escolheram os materiais que deveriam desaparecer da comissão eleitoral nacional. Segundo o director do gabinete técnico, «os gatunos levaram um servidor, levaram a unidade central dos computadores, CDs, e algumas colunas», explicou Joaquim Leite.
O assalto perpetrado no último sábado, só agora foi denunciado publicamente. A comissão eleitoral não tem dúvidas que todo acto eleitoral previsto para os próximos tempos está em causa. «O fundamental para nós foi a perda do servidor e da unidade central que podem vir a comprometer as próximas eleições», acrescentou o Director do Gabinete Técnico Eleitoral.
Um assalto bastante suspeito. Dificilmente os ladrões poderão comercializar tais equipamentos no mercado nacional. «Não sei até que medida isto é importante para os gatunos. Certamente deve ter alguma mão por detrás. Devem ter alguma intenção política», reforçou Joaquim Leite.
Com as eleições autárquicas e regionais previstas para o próximo ano, a comissão eleitoral nacional, está desprovida de todos os dados que permitem a organização dos dois escrutínios. Tudo fica também complicado para as eleições legislativas previstas para 2010 e as presidenciais de 2011.
Se os equipamentos roubados não forem encontrados a tempo, a comissão eleitoral terá que refazer todo o processo de registo eleitoral. Dinheiro para começar tudo do zero, e quanto tempo vai demorar, são questões que vão determinar o futuro da democracia são-tomense.
Abel Veiga