Há cerca de 1 mês que o navio Príncipe não faz ligação entre as duas ilhas. 3 meses após a sua inauguração o primeiro navio comprado pelo estado são-tomense, como resposta aos sucessivos naufrágios de embarcações na ligação inter-ilhas, está agora a procura de um estaleiro. O Primeiro-ministro, recorreu aos Santos Tomé e António, para rezar contra a maldição. Rafael Branco atribuiu culpa a falta de capacidade dos são-tomenses. A festa do barco novo, está a transformar-se numa grande polémica a boa maneira são-tomense.
1 milhão e duzentos mil dólares, foram investidos na construção do navio Príncipe. Os órgãos do estado são-tomense se reuniram em Outubro no cais de Ana Chaves, para celebrar a grande conquista. Confissões religiosas também juntaram-se a cerimónia de inauguração do novo barco. Suplicaram a deus pelo sucesso do Príncipe na travessia inter-ilhas, cujo mar já tinha engolido dezenas de pessoas nos últimos anos, sobretudo habitantes da ilha do Príncipe, por causa do uso de embarcações sem mínimas condições de segurança.
A festa foi maior na ilha do Príncipe, quando o barco do mesmo nome atracou no cais de Santo António. Alegria e emoção marcaram o momento. Emoção tomou conta de muitas famílias que tinham perdido os seus entes queridos na ligação entre as duas ilhas.
3 meses depois da pomposa inauguração, PRÍNCIPE, é dado como avariado. Avaria grave que não poderá ser resolvida em São Tomé. O barco terá que subir para o estaleiro. O Primeiro-ministro não acredita na maldição. Rafael Branco, acredita no poder dos Santos que dão nome as duas ilhas, São Tomé e Santo António do Príncipe. «Eu não digo que seja maldições. Nós temos São Tome e santo António que nos protegem muito inclusive de maldições», referiu o chefe do Governo.
Mas nem os santos, entendem como é que um barco construído recentemente e tomando em consideração as especificidades do arquipélago, pode estragar tão depressa deixando sobretudo a população da ilha do Príncipe novamente em risco de vida na ligação marítima entre as ilhas. «Tenho aqui um relatório da empresa que construiu o barco. A empresa recusa-se a admitir que as avarias sejam de construção. Mas a empresa compromete-se a fazer uma viagem ao Príncipe para mostrar que o barco pode navegar para o Príncipe. A empresa compromete-se em assumir a reparação do defeito que o barco tem, se uma peritagem independente provar que o defeito que há no barco é um defeito de construção», realçou Rafael Branco.
Com tantas indicações positivas da empresa construtora nas mãos, o Primeiro-ministro, atribui responsabilidades a falta de capacidade que domina o país. «Temos de admitir que aqui em são Tomé e Príncipe falta muita capacidade. Nós todos, não só a nível do governo. A todos os níveis falta muita capacidade, falta muito profissionalismo. E muitas vezes a forma mais fácil de nós escondermos isso, é meter a política, dizer que é o governo que é o partido A», declarou o Chefe do Governo.
O barco Príncipe que nos últimos dias, esteve fundeado ao largo da baía de Ana Chaves, foi arrastado para o cais de São Tomé, a fim de ser analisado pela equipa da empresa construtora espanhola, que chegou esta semana a São Tomé. O barco novo, está no cais sem acção, a procura de um estaleiro para sobreviver.
Um caso polémico. A tripulação do navio que foi formada em Espanha, já prometeu reagir as declarações do Primeiro-ministro que atribuiu responsabilidades a incapacidade, e a falta de profissionalismo nacional para lidar com as máquinas e com todo o resto.
O Téla Nón sabe que o descontentamento está a aumentar na ilha do Príncipe, por causa da avaria inexplicada do navio. O Governo regional também já criticou a forma como o Governo central está a gerir o barco.
Abel Veiga