Política

Ministra da Defesa Nacional ameaça prender Presidente do Governo Regional do Príncipe

elsa-pinto.jpgTudo por causa do radar militar instalado na ilha do Príncipe, pelo governo são-tomense em parceripgrp.jpga com os Estados Unidos de América. Após a instalação do equipamento militar a população do Príncipe deixou de ter as emissões da RDP e RTP-África. O Governo Regional tinha mandado desligar o radar para que a população tivesse acesso as emissões da Rádio e da Televisão internacionais. O Ministério da Defesa Nacional repôs os radares em funcionamento, e agora a ministra Elsa Pinto avisou ao Governo Regional «se voltar a desligar eu mando prendê-lo».

A ameaça ou advertência da ministra da defesa nacional Elsa Pinto, contra o Presidente do Governo Regional do Príncipe, foi feita esta quinta – feira durante a sessão plenária da primeira comissão parlamentar, que estava a analisar o estatuto político e administrativo da ilha do Príncipe.

A dada altura dos debates o Presidente do Governo Regional do Príncipe José Cassandra, questionou o facto de São Tomé e Príncipe ter assinado com os Estados Unidos de América um acordo de cooperação militar que permitiu a instalação de radares na ilha do Príncipe. Radares cuja instalação provocou de imediato segundo José Cassandra, a suspensão das emissões da RTP e RDP África na ilha do Príncipe.

Face a intransigência do Governo Regional do Príncipe, em criticar a acção do radar militar, sobre o acesso as emissões da RTP e RDP – África, a ministra da Defesa Nacional reagiu. «Trata-se de um radar militar, e é o próprio senhor Presidente do Governo regional que as vezes liga para a Ministra da Defesa Nacional, a dizer que há barcos perto do Príncipe. Estamos a falar de uma questão de soberania meus senhores. Não brinquemos com coisa séria. É uma questão de estado», afirmou Elsa Pinto.

A Ministra reconheceu que existem dois aspectos importantes em discussão. «Há dois imperativos a colidirem. Imperativo que reconhecemos que é de informar a população e outro imperativo que é salvaguarda da defesa nacional», declarou a ministra da defesa nacional, para depois, demonstrar que alegadamente o Presidente do Governo Regional estaria enganado, ao pensar que as emissões da RTP e RDP – África saíram do ar por causa da interferência do radar militar. «Fique a saber o senhor Presidente, que não é o problema do radar de defesa, mas sim é problema da própria RTP-África»,

José Cassandra respondeu. «É falso. É o radar militar que está a interferir. Isto com base nos dados da AGER (autoridade geral de regulação) que fala desta interferência», precisou o Presidente do Governo Regional.

A ministra da defesa nacional, contra ataca. «Eu reuni com a AGER e com todos os técnicos, e sabe-se que o problema é está no dispositivo da RTP-África», frisou a ministra, para depois chamar a atenção do Presidente do Governo Regional para o risco que corre ao mandar desligar o radar militar. «Não é da competência do Governo Regional, desligar o radar militar. Um dispositivo militar só é desligado com a decisão do conselho superior da defesa nacional, ou senhor Presidente da República e a Assembleia Nacional», referiu Elsa Pinto.

Mesmo assim o Presidente do Governo Regional, garantiu que vai continuar a desligar o radar. «Enquanto eu estiver no Príncipe, a população se estiver privada de informação, eu mandarei desligar sim senhor», assegurou José Cassandra.

Elsa Pinto visivelmente aborrecida, advertiu ao Presidente do Governo Regional que se voltar a fazê-lo ela mandará prender José Cassandra. Este por sua vez respondeu. «Então vamos ver».

A Ministra da Defesa contestou bastante o facto do Presidente do Governo Regional do Príncipe ter mandado desligar o radar militar sem dar qualquer satisfação ao ministério competente.

Conflito aberto entre o Ministério da Defesa Nacional e o Governo Regional do Príncipe por causa do radar militar e a perda das emissões da RTP e RDP-África na região autónoma do Príncipe.

Resta esperar pelos próximos episódios. Caso José Cassandra mande mais uma vez desligar o radar militar, se o destacamento das forças armadas no Príncipe, ficará impávido e sereno.

Abel Veiga

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