Sociedade

Autoridades lançam campanha Mar Azul, para neutralizar roubo de areia e pesca ilegal

Redes finas porto.jpg e apertadas, são utilizadas por muita gente que arrasta grandes cardumes na orla costeira de São Tomé. Granadas de guerra, transformaram-se também num dos utensílios de pesca no arquipélago. Há vários anos que têm surgido relatos de práticas de pesca com granadas, sobretudo na zona das sete pedras, sul da ilha de São Tomé. O roubo da areia com consequências graves para a orla costeira já é crónico. Desta vez as autoridades competentes prometem combate sem tréguas, em defesa do bem comum. Um processo no entanto complexo, uma vez que até o momento ninguém conseguiu explicar ao público são-tomense, de onde saem as granadas de guerra, que explodem no mar ao largo da ilha?


A reclamação é antiga. Os pescadores são-tomenses várias vezes denunciaram o facto de pessoas utilizarem granadas de forte potência para matar peixe. Aliás mata todo tipo de peixe existente na área e destroi o ecossistema marinho a volta. Apesar da abundância de pescado nos mares do arquipélago são-tomense, pessoas ao que tudo indica, sem domínio das técnicas da pesca, preferem despachar a coisa, lançando bomba no mar. Após cada explosão das granadas, centenas de espécies e sangue pintam o mar azul.

Uma captura assassina, que as autoridades pretendem combater. Intenções e anúncios de medidas por parte dos sucessivos governos para pôr fim ao atentado bombista, contra peixes no alto mar e nas zons costeiras, já se transformaram numa rotina para opinião pública nacional. Na prática nada aconteceu.

Desta vez as autoridades dizem que os responsáveis das praias estão a ser formados e as populações sensibilizadas para participar na campanha Mar Azul. Pretende-se combater, não só o uso de granadas na pesca, mas também o roubo de areia e o uso de redes super finas na captura do pescado. Se as granadas destroem quase tudo, as redes finas acabam por arrastar para a terra, as espécies mais pequenas que podem sobreviver ao rebentamento. Uma ameaça para o sistema ecológico são-tomense.
O projecto do governo deu telemóveis e o respectivo saldo aos responsáveis das praias, para assegurarem a comunicação permenente com a capitania dos portos, assim como meios de transporte e outros sistemas de comunicação via rádio.

Diante de qualquer perigo ou ameaça, os centros de decisão serão informados no sentido de reagirem para deter o camião que está a roubar areia durante a madrugada, ou então, para neutralizar a individualidade A ou B, alegadamente detentora de paiol de Granadas, e que estaria a utilizar o seu arsenal bélico na captura do pescado.

A origem das granadas que ao longo de vários anos alimentam a pesca ilegal, continua a ser uma incógnita.

Abel Veiga

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