Sociedade

Família santomense está doente

Na celebração do dia mundial nafamilia.jpg última sexta-feira o secretariado diocesano da família esta a organizar uma serie de palestras, conferencias e debates sobre a família, com o objectivo de evangelizar a família, oferecer alguns instrumentos para a formação e promoção da familia, fornecer orientações para a vivencia da família e reflectir sobre os assuntos que enfermam a família santomense.

A família é uma realidade fundamental na sociedade humana e em S.Tomé, ela tem graves problemas. O bispo da diocese de São Tomé e Príncipe, Dom Manuel António, considera que a família são-tomense está doente. Cada vez mais são as mulheres que assumem a responsabilidade da família, nos homens posicionam-se como simples geradores de filhos, sem orientação nem apoio social, a tentação para a prostituição e outros vícios domina o espírito da família. «Existem em São Tomé geradores de filhos, sobretudo os homens estão muito ausentes das famílias, pois têm duas a três mulheres com filhos a crescerem sem ter pais ao lado. A realidade das famílias em São Tomé deixa-nos muitas preocupações. Porque perguntamo-nos uma sociedade que cresce sem pai, que sociedade é que vai ser? Admiramos depois de ver meninas de 24,15 anos a prostituírem-se nas ruas da nossa cidade? Nos acreditamos que a familia é a célula base da sociedade e joga-se o futuro da sociedade na familia. Temos que tentar lutar contra essa maré e acreditar que os nossos filhos merecem ter pais.», afirmou o Bispo da Diocese são-tomense.

O representante máximo da igreja católica no país foi mais longe dizendo que falta consciencialização na sociedade santomense, que as mulheres sobretudo devem lutar pela sua dignidade de mulher, que  é necessário  apostar mais na educação e lutar pela familia.

No retracto negro da família em São Tomé e Príncipe, o Bispo falou do matrimónio. «Matrimónio quase que não existe, são muito pouco os casos das pessoas que assumem a familia como o matrimónio. Em S.Tomé existe muita mentira neste aspecto, porque se formos ver o bilhete de identidade de uma serie de cidadãos deste país veremos que consta que mais de 50% é solteiro, quando sabemos que têm mulher, a familia, alguns até mais do que uma. Entao não existe o  matrimónio em São tome propriamente como assumido responsavelmente. Existem união de facto, hoje estou com uma, amanhã com outra, mulheres com filhos de dois á três pais e as vezes sem pai nenhum ao lado delas,etc. Temos que empenhar na luta pela familia e como igreja acreditar que o matrimónio pode ajudar também a manter as famílias unidas»,reforçou.

Durante 3 dias o centro cultural português em São Tomé foi palco de actividades relacionadas com as questões da família. Família formadora de valores; violencia domestica como consequência da ausência do diálogo no seio familiar e  a familia primeira educadora da fé, da dignidade e respeito á pessoa humana, foram os temas debatidos.

Ectylsa Bastos

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