Sociedade

“Temos um arguido que se encontra a monte”

tribunal.jpgA denúncia foi feita pelo Juiz Silva Gomes Cravid, que está a instruir o processo relacionado com a importação dos produtos do Brasil, na base da linha de crédito de 5 milhões de dólares. O arguido em causa segundo o Juiz é o intendente Armando Correia, que é director geral da STP-Trading, a empresa nacional que importou os produtos.

De acordo ao Juiz a fuga ocorreu no início da noite de quarta-feira. No cumprimento do mandado de detenção emitido pela procuradoria-geral da república, contra o Director Geral da STP-Trading e do Director Comercial Osvaldo Santana, o juiz mandou os dois arguidos aguardar sob custódia na cadeia central a audição desta quinta – feira. Segundo o Juiz Armando Correia não acatou as ordens do tribunal.    

Silva Gomes Cravid, manifestou-se consternado com a atitude do Intendente Armando Correia. Uma atitude que segundo o Juiz põe em causa o estado de direito democrático. «Temos um arguido que se encontra a monte. Pelo facto de ter sido mandado guardar sob custódia para ser apresentado amanhã (quinta-feira) tendo em conta o adianto da hora que já é noite. Ele simplesmente usando do guarda costa e da força policial que tem, disse que não vai ao estabelecimento prisional e que ninguém o poderia deter. E acabou por ir embora tanto mais que alguns oficiais da justiça que estavam lá fora viram inclusive o senhor ministro da administração interna Raul Cravid lá fora, com outros polícias, dando a entender que há uma certa protecção do próprio ministro com relação ao senhor Armando Correia», reclamou o Juiz.

O juiz considera que esta situação de desobediência a ordem judicial, acaba por em causa a sua própria segurança e de outros funcionários judiciais. «Para mim é muito mau porque isto põe em causa a minha segurança pessoal como a segurança dos meus colegas. Isto não pode continuar assim. Ninguém pode ter a veleidade de não cumprir o mandato judicial, isto é a pior coisa que poderia acontecer num estado que pretendemos construir com certa seriedade relativamente aos órgãos do estado», frisou.

Silva Gomes Cravid, acrescentou que não entende o facto das forças policiais pagas e mantidas pelo estado estarem ao serviço de uma pessoa, pondo em causa a decisão do tribunal.

Abel Veiga

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