Sociedade

Direcção da EMAE faz pingue-pongue entre Lisboa, Taipé e Seul para tentar resolver a aguda crise energética

delegacao-de-energia.jpgO Director Geral da empresa de electricidade, EMAE, Óscar Sousa acompanhado pelo Director Técnico Faustino Neto, esteve na última semana em Taiwan e Correia do Sul, para testemunharem os testes operacionais de 5 grupos de geradores que vão ser instalados na nova central térmica em Santo Amaro. Óscar Sousa, garantiu que os grupos adquiridos com financiamento de Taiwan são bons e adaptáveis a realidade são-tomense. Ao mesmo tempo, segundo o Director Geral, nos próximos dias deverão chegar ao país, mais 5 grupos de geradores oriundos de Portugal para tentar evitar que a quadra festiva do Natal e Ano Novo em São Tomé e Príncipe seja marcada pela habitual escuridão.

O grupo empresarial português, Soares da Costa, está envolvido no negócio de instalação em São Tomé de 5 grupos de geradores já neste mês de Dezembro, apurou o Téla Nón. Segundo o Director Geral da EMAE, Óscar Sousa, fruto da acção do Governo em busca de uma solução urgente para a grave crise energética no país, o grupo empresarial português vai instalar os geradores e vender a produção de electricidade para a EMAE, que por sua vez distribuirá o produto a todo o país. «Estou fora do país há uma semana. Mas estou convencido que há todo um esforço para que a situação esteja resolvida neste mês de Dezembro. Com esses grupos vão ser produzidos 4 a 5 mega watts de energia eléctrica», explicou Óscar Sousa.

Neste momento a EMAE produz menos de 9 mega watts de energia, quando as necessidades da população são superiores a 20 mega watts.

A intervenção urgente conseguida pelo Governo em Lisboa, não resolve a situação de crise. Óscar Sousa, acompanhado pelo Director Técnico da EMAE, Faustino Neto, saltou de Europa para Ásia em busca de esperança para aliviar a crise energética em 2010. Desde 2007 que Taiwan disponibilizou 15 milhões de dólares para construir e equipar uma nova central térmica na zona de Santo Amaro.

Na última semana, os dois responsáveis da EMAE, estiveram em Taipé-capital taiwanesa, para junto a empresa TEMES, analisar o processo de transporte dos 5 geradores que foram requisitados a empresa sul coreana hyundai. A direcção da EMAE deu um salto até Seul-Capital da Correia do Sul para testemunhar o teste dos 5 geradores. «Os motores foram testados. Pelo que vimos os geradores são bons e adaptam a realidade são-tomense. A rotação é superior ao que temos. Os grupos que temos em São Tomé têm menos rotação por minuto. Esses que foram construídos pela Hyundai têm rotação equivalente a 1000, e cada um gerador produz 1,7 Mega Watts cada gerador», afirmou o Director Geral da EMAE(Oscar Sousa foi antigo ministro da defesa e ordem interna, por isso o lapso do Téla Nón que tinha dito – Ministro).

No total a nova central térmica de Santo Amaro, vai produzir, 8,5 Mega Watts de energia eléctrica. Num jantar em Taipe em que tomaram parte os directores da EMAE e a administração da empresa TEMES, Óscar Sousa, disse estar convencido que «a resposta vai ser boa para São Tomé e Príncipe».

director-geral-emae.jpgPara além da compra directa dos grupos geradores, a empresa taiwanesa TEMES, vai garantir o transporte dos mesmos até São Tomé. Processo que deverá iniciar em Janeiro de 2010. As dificuldades do porto de São Tomé obrigam a empresa Taiwanesa a contratar um navio equipado com gruas para fazer a descarga dos contentores em São Tomé.

A mesma empresa de Taiwan, vai gerir a central térmica de Santo Amaro durante 2 anos. Período em que os técnicos são-tomenses serão formados para depois assegurarem a gestão da central térmica.

Por outro lado, Óscar Sousa, avisou que os 15 milhões de dólares cedidos por Taiwan não são investidos apenas na compra dos geradores. A verba financia também a construção física da central térmica, incluindo a terraplanagem do espaço. «Estamos numa embrulhada muito grande. Aquilo que aconteceu em Bôbô Fôrro(central térmica) obrigou-nos a fazer o esforço nesta aposta. Os 15 milhões de dólares, incluem a terraplanagem a construção da estrada, ou via de acesso para a central térmica, bem como a instalação dos meios. Isto tudo faz parte deste bolo. Estou convencido que nos finais de 2010 a central estará operacional», pontuou.

Acções que visam dar energia ao país para caminhar rumo ao desenvolvimento.

Abel Veiga

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