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Violência deixou pelo menos 10 milhões de crianças fora da escola na Nigéria

PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU

Para o Acnur,  situação é um terreno fértil para o terrorismo; chefe regional da agência quer iniciativa e meios para dar resposta às necessidades dos que fugiram das suas casas; conflito matou pelo menos 20 mil pessoas.

 

Chefe regional do Acnur disse que os desafios permanecem mesmo com ofensiva contra rebeldes. Foto: Acnur.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque. 

Pelo menos 10 milhões de crianças nigerianas estão fora do sistema de ensino devido à violência associada aos insurgentes Boko Haram na Nigéria.

A informação foi dada pela representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, para o país e para a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Cedeao.

Terrorismo

Em declarações feitas em Genebra, Angèle Dikongue-Atangana considera o cenário um terreno muito fértil para o terrorismo perante uma situação em que os alunos já enfrentam o tipo de violência.

A representante explicou que escolas e centros de saúde alojam várias pessoas porque as aulas foram interrompidas em todo o nordeste do país. A agência registou 2,2 milhões de deslocados internos, que vivem principalmente nos estados de Borno, Adamawa, Yobe e arredores.

O maior desafio do Acnur é criar um programa e ter os meios necessários para responder às “enormes necessidades” dos que foram obrigados a abandonar as suas casas.

Sem Abrigo

A chefe da agência na região disse faltarem alimentos, roupas e equipamentos domésticos após a fuga das vítimas “em circunstâncias que não permitiram levar nada”. Várias chegam às áreas de abrigo com “os pés descalços e de mãos vazias”.

Desde 2009, os confrontos entre as forças governamentais e os rebeldes do Boko Haram mataram pelo menos 20 mil pessoas na Nigéria. O Acnur estima que mais de 177 mil procuram segurança nos vizinhos Camarões, Chade e Níger.

Emergência

Em maio de 2013, a insurgência levou o governo nigeriano a declarar estado de emergência. A medida foi entretanto levantada no fim de novembro passado, por ter atingido o tempo definido na Constituição da Nigéria.

Apesar de o novo governo liderado pelo presidente Muhammadu Buhari ter intensificado a luta contra a insurgência, a chefe do Acnur disse que os desafios permanecem.

Com a libertação de alguns sequestrados, as necessidades incluem lidar com casos de trauma e da falta de apoio psicossocial. Dikongue-Atangana disse que as pessoas estão desamparadas e sem nada para que possam recuperar.

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