Cultura

Emídio, um nome que deu sol a música santomense e êxito ao África Negra  

Viola Sol, do conjunto Mamadjumba-África Negra…Emídio”….Nos fundões de São Tomé na década de 80 do século XX, era feita a apresentação da equipa dos conjuntos musicais.

O nome Emídio muitas vezes ecoava nas noites de fundões abrilhantados pelo conjunto África Negra.

Sol, significa luz, energia, vida. Dos dedos do violinista Emídio António Vaz, eram activados os raios de sol musical que invadiam os terraços de dança. Muitas composições do África Negra que fizeram sucesso na década de 90 e que até hoje continuam na actualidade foram criadas pelo violinista sol, Emídio Vaz.

A composição Mayá Mu…Kuma Tê djaza non na Bêfa….é um exemplo.

« “Mayá Mu” foi criada em 1981 ..Nasceu de uma brincadeira em Portugal. Estávamos em Portugal e fiz uma música para a minha namorada que estava aqui em São Tomé. Eu entreguei a letra ao João Seria e disse …. Vê se consegues cantar esta música. É para a minha namorada em São Tomé…O João conseguiu encaixar a música…e eu também a tinha preparado em ritmo», revelou Emídio Vaz.

O homem da guitarra sol do África Negra foi um dos fundadores do conjunto musical. “Ya Carambola Nova Moca”, é outra composição musical criada e ritmada por Emídio Vaz. «Carambola foi minha inspiração. A preparação desta composição levou algum tempo», precisou.

Pedlelo, Aninha Mu, são outras composições musicais de sucesso e que brilham pelos dedos da guitarra sol do África Negra.

Mas desde o ano 2008 que Emídio Vaz deixou de tocar viola. «A nossa cultura não nos dá valor. Ainda bem que trabalhei, caso contrário nem aposentação teria», desabafou com tristeza.

Um valor da cultura santomense, um depósito dos ritmos da música genuína de São Tomé e Príncipe, que está acantonado no bairro de São Gabriel, onde mora, arredores da capital São Tomé.

O legado musical de Emídio Vaz, poderia ser passado às novas gerações de músicos ou melhor, de cantores nacionais, e assim se afirmarem como verdadeiros músicos. A direcção da cultura ainda não conseguiu promover uma escola de música. Caso o fizesse, os valores identitários dos ritmos genuínos da nossa terra, seriam preservados~de geração em geração.

Abel Veiga  

2 Comments

2 Comments

  1. ANCA

    26 de Março de 2024 at 11:03

    Precisamos valorizar a nossa cultura, cultura como a expressão linguística, o nosso criolo, foro e suas variantes, lunguielê e angular, como expressão do que se cria, música, arte, tecnologia, literatura, manifestação cultural, os comportamentos pro bem social,etc…

    Necessário a par do ensino em português, o ensino no foro até a quarta classe,…

    Pratiquemos o bem

    Pois o bem

    Fica nos bem

    Deus abençoe São Tomé e Príncipe

  2. DJ Matabala

    30 de Março de 2024 at 20:24

    Não sei se existe uma casa da cultura em São Tomé, ou casa da musica, onde haja todos Instrumentos musicais, e odne os artistas que já são veteranos pudessem dar pequenas formações (caso sejam capazes) aos mais jovens…outrossim, promover formações com especialistas em diversas vertentes… enfim, se em cada geração passar 10 jovens com talento, a cultura ja não se perde…

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