O grupo de capoeira UNIARTE, com sede em São João da Vargem, na ilha de São Tomé, realizou a cerimónia de batismo e troca de cordas.
A atividade que decorreu no salão Seis de Setembro, sede do grupo, ficou marcada por inúmeras exibições culturais, apresentadas por integrantes do grupo, e contou com uma grande plateia composta por país e encarregados de educação, amigos, amantes da capoeira, membros de outros grupos e moradores.
No total, mais de três dezenas de crianças e jovens participaram do batismo e troca de cordas. A prática do batismo é tida como o 1º contato real com uma roda de capoeira, nesta ocasião o aluno joga com um graduado e ao final do jogo recebe o nome ou apelido da capoeira, que a partir desta data o acompanhará por resto da caminhada, enquanto estiver ligado à capoeira.
Já a troca de cordas compreende as graduações da capoeira na qual o aluno recebe diferentes cores de cordas, que representa o respetivo grau de habilidade na modalidade. A cerimónia que decorreu no domingo, no salão Seis de Setembro, na capital são-tomense superou a expectativa do grupo.
“ A cerimônia correu bem. A presença das pessoas valorizou ainda mais esta atividade, onde muitos dos nossos alunos tiveram a oportunidade de jogar pela primeira vez com os seus mestres. É um momento único para estes miúdos. Estamos bastante gratos e satisfeitos, porque não contávamos com este desfecho”- contramestre Beija Flor.
A tarde foi colorida com apresentações de danças tradicionais são-tomenses, Ússua, Deixa, Tafúa e Puita, agregada ao Samba e Makulelê do Brasil, ao som do Berimbau, Atabaque e Pandeiro, para satisfação do público.
“Gostei do que vi. Os miúdos demonstraram realmente que aprenderam muito bem as técnicas. Também gostei muito das apresentações culturais. Eles são bastante criativos”- Paulo Sousa.
“O país deveria apostar mais no desporto, porque acredito que este é o principal campo para promovemos os valores para vida. Estão de parabéns”- Filipa Ramos.
A prática que tem propagado valores desportivos, culturais e sociais, é uma realidade em São Tomé e Príncipe, há mais de duas décadas, incialmente de forma incipiente, mas em 2010, conheceu um novo capítulo, com o convénio entre a Agência de Cooperação do Governo Brasileiro e a Associação Raízes do Brasil, que trouxeram ao país, grupo de mestres para troca experiência e graduação alguns dos jovens, que hoje detêm a graduação de mestre.
Martins dos Santos