PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Objetivo é baixar infeções para menos de 500 mil no próximo quinquénio; até 2030 pretende-se retirar a epidemia como ameaça de saúde pública; Moçambique é citado no estudo pela concentração de casos e desafios no uso de preservativo.
Imagem: Unaids
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Um estudo do Programa Conjunto da ONU sobre o HIV/Sida, Onusida, revela que o atual ritmo dos progressos é “muito lento” para que seja atingido o objetivo de meio milhão de infeções pelo vírus nos próximos cinco anos.
Na publicação Procedimento acelerado para prevenção combinada: no sentido de reduzir novas infeções de HIV para menos de 500 000 em 2020, a agência estima que sejam necessários US$ 31,9 mil milhões para chegar à meta.
Rapidez
Uma das sugestões é que os países reforcem vários elementos essenciais para prevenir o HIV, e que tais medidas se adaptem às epidemias locais e a uma execução mais rápida.
Reduzir as infeções até 500 mil em 2020 é considerado um passo para o fim da epidemia do vírus da sida como ameaça de saúde pública, até o fim de 2030.
Cerca de 48% do valor estimado será aplicado no tratamento, enquanto 26% devem ser investidos na prevenção. As duas áreas devem ser implementadas em conjunto.
Prevenção
O documento recomenda ainda uma concentração dos esforços de prevenção nos grupos com altas taxas de transmissão. O destaque nas populações-alvo são mulheres, homens e transgéneros que são profissionais do sexo e os seus clientes.
Entre os principais beneficiários estão também homens que fazem sexo com homens e pessoas que injetam drogas. Na África Oriental e Austral é necessária atenção em mulheres jovens e seus parceiros sexuais masculinos mais velhos.
Moçambique
Na África Subsariana, apenas um em cada 10 homossexuais de sexo masculino e outros homens que fazem sexo com homens recebe um pacote básico de intervenções para prevenir o HIV, segundo o Onusida.
O estudo cita Moçambique por ter um esquema que revela haver uma concentração mais alta de pessoas que vivem com o vírus em corredores e portos das províncias do centro e do norte.
Preservativo
O país também é mencionado pela população consideravelmente baixa que usou o preservativo na última relação sexual com parceiros não regulares. A proporção está entre 40% e 65%.
A baixa taxa é atribuída a constrangimentos causados por normas sociais e a praticas de saúde negativas. O documento cita o sucesso de países como África do Sul, Zimbábue, Tailândia e Índia pelo aumento de preservativos e a maior promoção em grupos prioritários combinados a um forte apoio comunitário.
Epidemia
O estudo reforça que nenhuma abordagem única de prevenção do HIV por si só poderá parar a epidemia.
Para chegar às metas de 2020 e 2030, a sugestão inclui aplicar pacotes combinados de intervenções para prevenir o vírus cujo “alto impacto tenha sido comprovado”.
Com vista a dar uma resposta mais rápida, o estudo também recomenda que os países renovem o seu compromisso, sustentem os financiamentos e que sejam executados os programas de prevenção do HIV de forma mais ampla.
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