PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Secretário-geral afirmou que mais de 700 jornalistas foram mortos na última década; Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas é celebrado nesta segunda-feira; menos de um em cada dez casos que envolvem o assassinato de jornalistas é resolvido.
Foto: Unesco
Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, afirmou que mais de 700 jornalistas foram mortos na última década, um em cada cinco dias, “simplemente por levarem notícias e informação ao público”.
A declaração do chefe da ONU está em mensagem sobre o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, celebrado nesta segunda-feira, 2 de novembro.
Verdade
Ban lembrou que muitos morrem nos conflitos que cobrem e destacou os que foram “silenciados deliberadamente por tentar relatar a verdade”. Apenas 7% de tais casos são resolvidos e menos de 1 em cada 10 crimes é plenamente investigado.
Para o chefe da ONU, “tal impunidade aprofunda o medo entre jornalistas” e permite que governos pratiquem censura sem haver consequências.
Auto-censura
Segundo o secretário-geral, “é preciso fazer mais para combater essa tendência e garantir que os jornalistas possam trabalhar livremente”.
Ele ressaltou que estes profissionais não deveriam ter de se “auto-censurar porque temem por suas próprias vidas”.
Assembleia Geral
Em dezembro de 2013, a Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o dia 2 de novembro como o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, para aumentar a conscientização sobre o desafio da impunidade e mobilizar ações contra ela.
A data marca o assassinato de dois jornalistas franceses, Gislaine Dupont e Claude Verlon, no Mali, em 2 de novembro de 2013.
Unesco
Ban parabenizou a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, por liderar o Plano de Ação da ONU sobre Segurança dos Jornalistas e a Questão da Impunidade.
Para ele, este é um “mecanismo poderoso” que junta os esforços das agências da ONU, governos, sociedade civil, academia e a mídia.
Também em mensagem sobre a data, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, afirmou que “condena publicamente cada assassinato de jornalistas e clama por investigações aprofundadas”.
Desenvolvimento Sustentável
Ela declarou que “toda vez que se permite que o autor de um crime escape da punição, encorajam-se outros criminosos e cria-se um ciclo vicioso de violência”.
Segundo a chefe da Unesco, “menos de um em cada dez casos que envolvem o assassinato de jornalistas é resolvido”.
Bokova lembrou ainda que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 16.10 é “assegurar o acesso público à informação e proteger as liberdades fundamentais, em conformidade com a legislação nacional e os acordos internacionais”.
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