PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Iniciativa do continente quer que as alterações estejam integradas em planos nacionais; bacias hidrográficas do Zambeze e Nilo estariam entre os mais afetados por possíveis perdas sem a medida; iniciativa tem potencial para aumentar receitas.
Investimentos para reduzir as alterações climáticas no continente africano. Foto: Banco Mundial/Curt Carnemark
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O continente africano marca a sua participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP21, com a apresentação do Programa África Investimento Resistente às Alterações Climáticas.
No evento, que decorre em Paris, a Comissão da ONU para África, ECA, o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento mobilizam apoios políticos, institucionais e financeiros para executar a iniciativa.
Fundo Verde
A meta é aumentar investimentos resistentes ao clima dando apoio a governos e a outros intervenientes principais para que integrem as mudanças climáticas quando são produzidos planos e projetos nacionais. A iniciativa também pretende atrair financiamentos do Fundo Verde para o Clima.
Um estudo do Banco Mundial alerta que se os planos nacionais não levarem em conta as questões sobre as alterações climáticas, os países africanos arriscam-se a enfrentar custos económicos significativos.
Os prejuízos teriam impacto em investimentos em áreas como energia hidroelétrica e irrigação.
Rio Zambeze
Num cenário de clima mais seco, as possíveis perdas de receita pelo excesso de infraestrutura hídrica em bacias hidrográficas estariam na faixa entre 5% e 60%. As bacias dos rios Zambeze, Senegal e Nilo seriam as mais afetadas.
Entretanto, num contexto de climas húmidos há o potencial de aumentar receitas entre 20% a 140%. Os maiores ganhos seriam nas bacias hidrográficas dos rios Volta, Níger e Nilo.
Água, Energia e Transportes
As atividades previstas pelo programa africano incluem criar uma plataforma aberta de dados e dar orientações para que os riscos climáticos sejam integrados em setores como água, energia e transportes.
O projeto inclui ainda prestar serviços de consultoria sobre investimentos ecológicos e desenvolver programas de formação para a região.
Estimativas indicam que África precisa de cerca de US$ 100 mil milhões anuais durante a próxima década para cobrir as lacunas regionais de infraestrutura.