Economia

Projecto de Construção do Porto de Águas Profundas lança grande desafio ao Governo de Rafael Branco

Num paíporto.jpgs onde a electricidade praticamente deixou de existir, estando quase toda a população a ter cerca de 12 horas de corrente eléctrica por semana, a empresa que tem nas mãos o negócio de construção do Porto de Águas Profundas, avisa ao governo que a obra que vai começar a edificar em 2010, não pode ficar sem electricidade. O futuro porto vai precisar de 16 mega watts de corrente eléctrica. Uma grande responsabilidade para o governo cuja empresa de electricidade a EMAE, só produz neste momento 9 mega watts de energia. O caso fica mais complicado, porque só para atenuar a actual crise de electricidade que tem o país quase paralisado, a EMAE, tem que produzir 22 mega watts de electricidade. A Terminal Link, já disse que não aceita cortes de luz no futuro porto.

«Para um terminal de computadores como este, a electricidade é como o oxigénio para o organismo. Sem electricidade o terminal deixa de funcionar. Não se saberá o que fazer com os navios atracados. Não poderemos permitir a mínima falha de electricidade, num terminal de contentores», declaração, firme, clara e determinada do Director Geral Adjunto da Terminal Link, Olivier Tretout.

Há vários anos que São Tomé e Príncipe, enfrenta a crise de energia eléctrica, mas nos últimos meses a situação tornou-se insuportável. Não há electricidade nem para carregar um telemóvel. A maior parte dos clientes da EMAE, passa 4 a 5 dias sem luz. Um cenário negro que o grupo privado francês, não quer ver no futuro porto de águas profundas.

No acordo de concessão, o estado são-tomense obriga a empresa Terminal Link a comprar electricidade na EMAE, a empresa estatal que não tem conseguido garantir o fornecimento regular de energia ao país. «Um equipamento que carrega os contentores consome 2, 5 mega watts. Vamos instalar 12 equipamentos desses no terminal de contentores. E o outro equipamento que coloca os contentores no terminal, consome 1,5 mega watts. Trabalhamos com alta tecnologia e consequentemente a nossa necessidade em energia não tem nada a ver com a iluminação pública, ou com as necessidades domésticas, e até mesmo em relação as necessidades das empresas. Por isso é muito exigente», reforçou o Director Geral Adjunto da Terminal Link.

Para que não haja dúvida a administração da Terminal Link, disse que em Maio ou Junho próximos, altura em que o executivo de Rafael Branco, pretende seleccionar a empresa a empresa que deverá construir a nova central térmica, vai apresentar ao governo a lista das suas necessidades em corrente eléctrica. «Vamos precisar no mínimo qualquer coisa como 16 mega watts de potência», precisou.

O grupo francês admite no entanto a possibilidade de ele mesmo produzir electricidade para o porto, caso o estado são-tomense não consiga cumprir com as suas obrigações.

Tudo para não por em causa um negócio que ronda 1, 7 biliões de dólares. Oliver Tretout, disse que a sua empresa investiu em 52 grandes navios que deverão fazer o transbordo de contentores no futuro porto de Fernão Dias, com custos que rondam 1,1 bilião de dólares. Valor a que se juntam outros 600 milhões de dólares. Só o porto de Fernão Dias está avaliado em 580 milhões de dólares.

Abel Veiga

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