O anúncio foi feito esta manhã pelo Primeiro-ministro Rafael Branco na abertura oficial do primeiro leilão de blocos de petróleo da zona económica exclusiva. Até 15 de Setembro de 2010, as empresas petrolíferas interessadas nos 7 blocos de petróleo colocados no mercado, deverão simplesmente estudar os dados, e projectar o investimento a ser feito.
A posição do governo em fixar as negociações com as companhias petrolíferas para depois de 15 de Setembro, tem a ver com o facto do actual executivo ser de gestão e consequente não ser sério negociar ou tomar decisões de fundo num dossier tão importante para o país. Aliás este facto foi demonstrado pelo secretário-geral do partido ADI, que considerou como «suspeito» o avanço do Governo no sentido da venda e negociação dos blocos de petróleo da zona económica exclusiva, quando o tempo do seu mandato resume-se a algumas semanas.
O Primeiro-ministro Rafael Branco que fez a abertura oficial do leilão dos blocos de petróleo que decorre em Londres, esclareceu que o décimo terceiro governo constitucional não vai negociar qualquer bloco de petróleo. «Estamos a dizer as empresas que em São Tomé e Príncipe, existe um número de blocos que está no mercado e que as empresas têm a possibilidade de analisar os dados, fazer a simulações na base dos modelos económicos que têm e no fim, no dia 15 de Setembro fazerem as suas propostas. Portanto não há nesse período nenhuma negociação. É um período de aquisição de dados, e de estudo pelas empresas», explicou o Chefe do Governo.
O governo diz que para este primeiro leilão dos blocos da Zona Económica Exclusiva, atenção especial será dada as propostas técnicas das empresas petrolíferas. «Há outros parâmetros mais importantes que são as propostas de natureza técnica. Quantos dados sísmicos em 2D vão adquirir, tudo isto são critérios de avaliação que a comissão vai ter para depois dizer se o bloco tal vai ser entregue a esta ou outra empresa, não sendo o bónus de assinatura o Principal critério», sublinhou.
Rafael Branco anunciou ao que decorreu no Palácio dos Congressos, que alguns blocos colocados no mercado, apresentam estruturas capazes de acumular petróleo. «Mas até se fazer os furos é tudo hipóteses», pontuou.
Se tudo correr bem o Primeiro-ministro avisa que só daqui a 8 anos, São Tomé e Príncipe poderá beneficiar das receitas do petróleo da zona económica exclusiva. «Portanto não é razão para deixarmos de trabalhar», concluiu.
Abel Veiga