A denúncia de que tem havido circulação de embarcações suspeitas de operações ilícitas, na zona económica exclusiva são-tomense, foi feita no acto central dos festejos do dia das forças armadas, pelo comandante Idalécio Pachire. Com base nos modernos sistemas de radares instalados na guarda costeira são-tomense pelos Estados Unidos de América, as forças armadas têm registado movimentações suspeitas, no entanto sem meios para perseguir e deter tais embarcações. Por isso mesmo o tenente-coronel Idalécio Pachire, exige que nos próximos tempos as autoridades nacionais se empenhem na aquisição de meios que permitam a extensão da defesa da soberania ao mar territorial.
Na longa lista de projectos realizados a nível das forças armadas, nos últimos anos, o comandante das forças armadas, realçou o projecto que permitiu a instalação de meios modernos de fiscalização da zona económica exclusiva são-tomense. «Demos início ao projecto de instalação de meios que nos permitem ter maior controlo do nosso mar territorial, e da zona económica exclusiva. É imensa a circulação suspeita nas águas nacionais», reclamou o tenente-coronel, para depois exigir que a instituição militar seja apetrechada com meios que permitem a defesa e protecção da extensa zona marítima nacional. «Temos de nos ocupar nos próximos tempos, da aquisição de meios que garantam, o exercício de soberania nas nossas águas», frisou.
No acto de juramento de 366 novos soldados das forças armadas, incluindo 17 mulheres, o comandante das forças, recordou que a defesa e segurança nacional devem ser a prioridade de toda a nação são-tomense, face as múltiplas ameaças que o fenómeno da globalização traz para países insulares como São Tomé e Príncipe. «No plano operacional temos que prosseguir com os esforços de integração das forças armadas na sub-região da África Central e na CPLP, mediante a participação em exercícios militares conjuntos», sublinhou, para depois anunciar para os próximos dias o envio de um contingente militar para Portugal a fim de tomar parte em mais um exercício militar no quadro da comunidade dos países de língua portuguesa.
Por outro lado, Idalécio Pachire desafiou o poder político, a sociedade civil e os militares no sentido de iniciar um exercício conjunto que permita a escolha do melhor modelo das forças armadas que sirva São Tomé e Príncipe.
Em resposta o Presidente da República Fradique de Menezes, assumiu a missão de adopção de um modelo para as forças armadas. «O estado são-tomense deverá adoptar um modelo para as forças armadas susceptível de salvaguardar a soberania sobre todo território nacional e que se resume na reorganização e melhoria da actual estrutura que deverá constituir o eixo central das nossas preocupações», declarou o Chefe de Estado e comandante supremo das forças armadas.
Fradique de Menezes manifestou-se também preocupado com o facto de poucas mulheres terem-se alistado para a incorporação militar deste ano. O número de voluntárias reduziu significativamente. «É preciso descortinar os verdadeiros motivos que possam estar por detrás dessa perda de interesse das raparigas em servir nas forças armadas», pontuou.
Apenas 17 mulheres foram incorporadas, num total de 366 mancebos. Em São Tomé e Príncipe o serviço militar é obrigatório para os homens, e voluntário para as mulheres. A primeira experiência de recrutamento feminino aconteceu no ano 2006.
Abel Veiga