Os alunos da ilha do Príncipe que frequentam décima e décima primeira classes, não têm professores desde o início do ano lectivo. Há 5 anos atrás, o anterior governo regional assinou com a autarquia cabo-verdiana de câmara Santa Cruz, um acordo de cooperação que pela primeira permitiu aos estudantes da ilha do Príncipe concluírem os estudos liceais mesmo na região autónoma. Professores cabo-verdianos foram destacados na ilha para o efeito. Mas desde a abertura do ano lectivo 2008-2009 que nenhum docente cabo-verdiano apareceu no Príncipe. O secretário dos assuntos institucionais do governo regional, Carlos Gomes, disse ao Téla Nón que as autoridades locais não sabem o que está por detrás desta ausência. Certo porém é que os estudantes do Príncipe têm passado por muitas dificuldades.
Os alunos da décima e décima primeira classes da ilha do Príncipe, praticamente não aprenderam nada desde a abertura do ano lectivo 2008-2009. Os professores cabo-verdianos que há cinco anos leccionam na ilha desta vez não compareceram.
O governo regional da ilha do Príncipe, sem saber o que se passa em termos de contactos entre o ministério da educação e cultura são-tomense e a sua congénere cabo-verdiana, decidiu arranjar soluções alternativas.
Segundo Carlos Gomes, secretário do governo regional para área institucional, o ministério da educação foi orientado pelo poder de Santo António, a suspender a convocação dos professores cabo-verdianos porque o ano lectivo já está próximo do fim. «Não é propriamente a suspensão. Mas tendo em conta a demora deles, sugerimos ao ministério que os professores não viessem este ano lectivo e que encontraríamos uma saída», afirmou Carlos Gomes.
A saída passa pela contratação de alguns professores da região para ministrar aulas até o fecho do ano lectivo. Uma demora estranha que o governo regional não entende a causa. «Não sabemos o que está por detrás disto», pontuou, o secretário do governo regional.
Os professores cabo-verdianos que tornaram realidade a décima e décima primeira classes no Príncipe, recebem um subsídio do governo regional na ordem de 5 milhões de dobras, o equivalente a 200 euros. O executivo regional garante também o alojamento para os docentes.
O estado cabo-verdiano responsabilizou-se em pagar o salário mensal dos quadros expatriados para a ilha do Príncipe, igual ao praticado em Cabo Verde.
Abel Veiga