Política

Sublevação para destituir Presidente da República e outros órgãos de soberania deveria ser realizada na passada quinta-feira

Garantia do Ministro da Adraul-cravid.jpgministração Interna e Territorial e da Protecção Civil. Numa conferência de imprensa Raul Cravid(na foto), anunciou a apreensão de 317 munições da arma AKM, e outros materiais perigosos na residência do líder da Frente Democrática Cristã, Arlécio Costa. O ministro anunciou também que a Frente Democrática cristã recrutou cerca de 34 jovens para participar na operação. Todos foram detidos pela polícia. Segundo Raul Cravid, os chamados Búfalos que realizaram o golpe de 2003, pretendiam fazer o mesmo na passada quinta-feira. O ministro da administração interna, começou por desmentir algumas vozes dentro e fora do país, que começaram a pôr em causa a justeza da operação preventiva realizada pela polícia nacional. «Esta acção que muitos interpretaram como tendo sido uma acção em que o governo sem informações tivesse agido. Quero dizer que o governo agiu com base em informações dos seus serviços de informação que vem analisando os passos e as acções dos agentes do búfalo desde o mês de Dezembro», frisou Raul Cravid, para depois recordar ao público que em 2003 os búfalos, grupo que integra a liderança do FDC, usou a mesma estratégia para assaltar o poder. «No governo de Maria das Neves as acções foram as mesmas. Se recordam antes do golpe de 2003, os representantes da frente democrática cristã solicitaram audiência a todos os órgãos de soberania. 3 dias antes do Presidente da República viajar para a Nigéria foram recebidos pelo Presidente e deram toda a garantia que estava tudo bem, e fizeram o que fizeram», declarou Raul Cravid.

O ministro deixa entender que o estado aprendeu a lição de 2003, e não poderia deixar o golpe acontecer para depois reclamar. «Nós de forma alguma na base de informações que temos iríamos permitir que continuassem a assustar a nossa população, intimidar os órgãos de soberania, porque não vamos pedir nada que possa por em causa a segurança dos cidadãos quer nacionais, quer estrangeiros que residem em São Tomé. Não vamos permitir que se continue a manchar o nome desse país. Mas nós não vamos», avisou.

Para desfazer as dúvidas, o ministro levantou algumas questões em torno do material apreendido. «Um partido político, para quê que precisa de 317 munições de AKM. 317 Munições além daquilo que nós temos como informação e que agora não posso revelar, julgo que para um país onde as coisas devem funcionar, e vão ter que funcionar, 317 munições é para fazer o quê. Se os senhores conseguirem me explicar isto! Para vender é que não era. Para matar búfalos?, Aqui não temos búfalos», pontuou.

Raul Cravid, pedeiu pouco tempo para mostrar as armas, que ainda não foram encontradas. «Para haver munições e carregadores tem que obrigatoriamente existir armas. E se acompanharam as acções do golpe de estado no governo de Maria das Neves, era muito mais armas do que aquilo que entregaram. Nós vamos lá chegar, custe o tempo que custar, nós vamos lá chegar», assegurou.

Raul Cravid, salientou também que o andamento das investigações em curso vão conduzir as autoridades até as origens do alegado plano de golpe de estado, ou melhor, até os alegados mentores intelectuais.

Raul Cravid, disse que a acção preventiva levada a cabo na passada quarta-feira pela polícia nacional, visava preservar a paz social e a tranquilidade que vive o país. «Atentado à tentativa de alteração da ordem pública levada a cabo por um grupo de cidadãos, o ministério da administração territorial, da administração interna e protecção civil, no pleno uso das atribuições que lhe são atribuídas por lei, orientou os serviços operacionais da polícia nacional a proceder a adopção de medidas preventivas nos dias 11 e 12 do mês e ano tendentes a por cobro a situação», disse o ministro.

Uma operação em que foram detidos dirigentes da Frente Democrática Cristã e outros cidadãos alegadamente envolvidos no plano de sublevação. «A polícia nacional procedeu a detenção dos cabecilhas do grupo afecto a Frente Democrática Cristã que recrutaram cerca de 34 jovens e que se encontravam devidamente aquartelados na zona de campo de milho na residência a um são-tomense com o objectivo de levar a cabo na quinta-feira dia 12 de Fevereiro uma acção de sublevação com intuito de criar um clima de instabilidade no país, e destituir o Presidente da República e os outros órgãos de soberania pondo em causa a ordem constitucional vigente», acrescentou Raul Cravid.

O Ministro da Administração Interna, garantiu também a todos os cidadãos estrangeiros que vivem no país a se manterem calmos, porque a situação está sob controlo das autoridades nacionais. «Realizando por isso a sua vida normal», sublinhou Raul Cravid.

O Ministro fez questão de referir que a operação da polícia nacional, foi desencadeada de acordo ao mandado de busca e apreensão exarado pela procuradoria-geral da república. Materiais perigosos foram capturados durante a operação da noite de quarta-feira passada. «O grupo operacional da polícia procedeu a apreensão de 317 munições de AKM, e quatro munições de pistola 6.35 mm, um carregador de AKM, e armas brancas, nomeadamente 11 machins, 9 facas grandes, três canivetes, três sabres militares, e armas contundentes como seis matracas de variados tipos, um boxe e 13 rádios de comunicação, uma máquina de filmar com respectivas cassetes», explicou.

O Ministro precisou por outro lado que os 40 elementos detidos estão sob custódia da polícia nacional.

Abel Veiga

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