O ministro dos negócios estrangeiros e cooperação Carlos Tiny foi orientado pelo Governo a angariar meios financeiros junto aos doadores internacionais para realizar as eleições locais. Segundo orçamento apresentado pela comissão eleitoral nacional, são necessários 800 mil euros, para organizar o escrutínio eleitoral. O governo já veio dizer que o orçamento geral do estado para este ano não tem esse montante. O Ministro Carlos Tiny, tem 7 dias para convencer os doadores internacionais a financiar as eleições, e a nível interno o Primeiro-ministro tem também 7 dias para encontrar consenso no seio da classe política no sentido de adiar as eleições locais previstas para Agosto próximo.
O ultimato de 7 dias para resolver a questão das eleições locais, foi dado pelo próprio conselho de ministros. O objectivo é encontrar 800 mil euros para financiar a realização das eleições e consenso interno para que as eleições autárquicas e regionais previstas para Agosto sejam adiadas para um outro período.
O porta-voz do governo, garantiu que o executivo não quer bloquear a realização das eleições. No entanto depara-se com uma série de factores que não permitem o cumprimento do calendário eleitoral. A actualização dos cadernos eleitorais que deveria ser feita a partir de Março passado ainda não começou, para além de outras actividades no sentido da organização das eleições, explicou o ministro e porta-voz do executivo, Justino Veiga.
Por isso, declarou que não será possível a realização do escrutínio em Agosto, para depois confirmar que as eleições terão lugar ainda neste ano. O porta-voz, fez questão de salientar que não há qualquer risco de se «ficar 12 anos sem realizar as eleições como aconteceu no passado».
O governo quer mais algum tempo para encontrar dinheiro. Quem não aceita esta situação é o Governo Regional da Ilha do Príncipe. O Presidente José Cassandra, ausente do país, não para de criticar o governo de Rafael Branco. As últimas informações dizem que José Cassandra vai recorrer ao Tribunal Constitucional, para obrigar o executivo a respeitar as leis do estado de direito democrático.
Numa entrevista a uma rádio estrangeira, José Cassandra, deixou uma pergunta no ar. «E para as eleições legislativas vai haver dinheiro»? O governo regional do Príncipe, não compreende como é que o estado são-tomense e o Governo de Rafael Branco, sabendo que o tempo de mandato do poder local é de 3 anos, não preparou as condições para que o povo elegesse os seus dirigentes distritais e da região autónoma.
José Cassandra, continua a dizer que «Não se pode suspender a democracia».
Abel Veiga