No início do ano agentes do corpo de segurança pessoal da polícia portuguesa, formaram mais de três dezenas de militares da guarda presidencial são-tomense, para reforçar a defesa do Presidente da República. Na última semana mais 26 homens foram formados para defender o Chefe de Estado, assim como outros dirigentes nacionais, nomeadamente o Primeiro-ministro Rafael Branco, os membros do seu governo e a liderança da Assembleia Nacional. Assim que terminou a formação dos guardas dos dirigentes, o Téla Nón apurou que Portugal fez chegar ao país na última sexta-feira peritos em operações especiais da polícia, para criar uma unidade, ou um grupo especial de intervenção da polícia nacional.
Os agentes da polícia especial portuguesa, que chegaram a São Tomé na última sexta-feira, deverão iniciar brevemente a formação do contingente de operações especiais da polícia são-tomense, disse ao Téla Nón, uma fonte da polícia nacional no aeroporto internacional.
Após os acontecimentos de Fevereiro passado em que a polícia nacional foi chamada a intervir para deter cidadãos nacionais alegadamente envolvidos numa tentativa de subversão da ordem constitucional, a segurança dos dirigentes e do estado de direito democrático, passou a ser uma das principais prioridades na cooperação entre São Tomé e Príncipe e Portugal.
O embaixador de Portugal, em São Tomé e Príncipe, Fernando Machado, garante que apesar da crise financeira internacional que afecta o seu país, as autoridades nacionais podem contar com a colaboração portuguesa. «Na cooperação entre Portugal e São Tome e Príncipe um dos eixos essenciais, é o reforço da autoridade do estado democrático. E neste contexto evidentemente a protecção dos dirigentes do estado ocupa um lugar muito importante», declarou o embaixador português na cerimónia de encerramento de mais um curso de formação de agentes para defesa dos dirigentes do estado.
Durante 2 meses, 26 homens rigorosamente seleccionados foram treinados no centro de instrução militar de São Tomé, em vários domínios de segurança. A maioria vai reforçar a UPDE (unidade de protecção dos dirigentes do estado). Uma unidade para militar que foi reconstituída após o golpe de estado de 2003, com a incorporação de dezenas de antigos militares do exército, devidamente formados após o cumprimento do serviço militar obrigatório. A intervenção da cooperação portuguesa permitiu o reforço da UPDE com mais homens.
Alguns dos agentes formados, cerca de 5 vão pertencer a UDSP (Unidade de Defesa e Segurança Presidencial), designada Guarda Presidencial. A mesma unidade que em parceria com a cooperação portuguesa já tinha formado em Janeiro passado mais de três dezenas de homens do seu importante efectivo. Note-se que numa declaração a nação o Chefe de Estado Fradique de Menezes tinha dito que a guarda pretoriana destacada no Palácio do Povo era superior a 100 homens.
Portugal, que tem assessores militares no exército são-tomense, com intervenção directa no processo de formação dos recrutas, está também na linha da frente no treino das forças de defesa e segurança dos dirigentes do estado.
O corpo de operações especiais da polícia que começa a ser treinado nos próximos dias, terá segundo a fonte policial que falou para o Téla Nón, a missão de actuar também em situações de ameaça contra a segurança do estado. Neutralização de sequestros, e outras formas de criminalidade organizada e violenta, deverão ter resposta pronta e rápida do futuro corpo de operações especiais da polícia nacional.
Abel Veiga