Política

Ministro da Administração Interna nega que tivesse contribuído para a desobediência da decisão do Tribunal, e garante que o intendente Armando Correia não está em fuga

raul-cravid.jpgRaul Cravid, diz que a sua presença quarta-feira defronte ao tribunal, foi mal interpretada pelo juiz Silva Gomes Cravid. Segundo o Ministro o seu assessor Armando Correia não se pôs em fuga. Segundo o ministro, Armando Correia foi conduzido ao comando da polícia do distrito de Água Grande, onde passou a noite para se apresentar esta quinta-feira diante do juiz.

Raul Cravid, que foi acusado pelo Juiz do caso STP-Trading, como tendo alegadamente contribuído para a fuga do arguido Armando Correia, diz que a sua presença no jardim diante do tribunal foi mera casualidade. «A minha presença casual ontem (quarta-feira) ter merecido algumas acusações, é lamentável. Isto porque eu efectivamente tomei conhecimento na quarta-feira, por volta das 11; 30 do mandado de detenção do senhor intendente Armando Correia, e pus-me logo a fazer algumas diligências
no sentido de saber porquê este mandado foi emitido sem ter sido requisitado ao ministério. Porque a detenção de agentes militares ou para- militares tem procedimentos próprios que devem que ser feitos. Vi lá pessoas, gente que eu conheço e parei para saber o que estava a passar. E foi neste momento que eu vejo a sair da porta do Tribunal o intendente Armando Correia acompanhado de dois agentes da polícia, entraram na
carinha e foram para o comando distrital da polícia de água grande
», explicou Raul Cravid.

O ministro da administração interna, recorreu ao regulamento das forças militares e para- militares para justificar a decisão de não encaminhar o intendente que é também director geral da STP-Trading, para a cadeia central. Segundo tal regulamento os agentes das forças militares, só podem ser detidos em flagrante delito. «Estamos a tratar de um caso de crime civil- comercial, mas por detrás disto temos um intendente da polícia que está em exercício de funções e é assessor do ministro. Para que ele fosse ouvido devia ser requisitado. São essas as normas. O apelo que faço é para que se cumpram as normas. Foi o ministério público que avançou com a detenção. Não foi um caso de flagrante delito e não tendo sido caso de flagrante delito acho que devia encontrar outras formas legais para o fazer», reforçou Raul Cravid.

Armando Correia que durante o período de partido único foi um dos temíeis inspectores da policia judiciária, chegou a ser nos últimos anos, comandante geral da polícia nacional. Deixou o cargo depois da primeira revolta Ninja em 2005. Trabalhou como director da capitania dos portos, ligado ao ministério da defesa e actualmente é assessor do ministro da administração interna. Pelo que o Téla Nón apurou o intendente e empresário, foi um dos homens que mais se destacou na última operação policial que permitiu a detenção dos chamados Búfalos.

Pela sua história e patente que tem na polícia nacional, o Ministro da Administração Interna, considera que não é possível deter Armando Correia numa cadeia(central) em que certamente terá muitos inimigos a volta. «O intendente Armando Correia até a bem pouco tempo foi comandante geral da polícia nacional, e provavelmente há pessoas que estão detidas que teriam sido ainda no período que ele foi comandante. A nossa cadeia não está preparada para receber o senhor intendente Armando Correia. Quem tem contas a ajustar com a lei deve ajusta-las, mas é preciso criarmos mecanismos para que aqueles que nos protegeram durante muito tempo não sejam postos em situação de fragilidade ou mesmo de risco de vida de um momento para outro», enfatizou o ministro.

Raul Cravid, sublinha por outro lado que o seu assessor nunca esteve a monte, como disse o Juiz Silva Cravid. «A minha vontade ontem de querer intervir por melhor, foi muito mal interpretada pelo meritíssimo juiz o que lamento imenso. Dizer que o senhor intendente armando correia não esteve a monte, passou a noite no comando distrital da polícia de água grande e apresentou-se esta manhã as 8 horas conforme orientação do senhor juiz», concluiu.

Abel Veiga

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