O ataque de piratas contra uma embarcação nas águas territoriais dos Camarões, mais concretamente na península de Bakassi ocorreu na noite de 10 para 11 de Outubro. Segundo a imprensa dos Camarões um comunicado do ministério da defesa, difundido pela rádio e televisão locais, deu conta que 9 piratas armados abriram fogo sobre uma embarcação na península de Bakassi. Segundo o Ministério da Defesa dos Camarões, o ataque foi repelido imediatamente pelo batalhão de intervenção rápida do exército que abateu 4 piratas. Quatro ficaram feridos e 1 é dado como desaparecido. São Tomé e Príncipe está localizado no coração do golfo da Guiné , onde nos últimos tempos tem acontecido incursões de homens armados não identificados contra alguns países vizinhos.
Ainda neste ano, a vizinha Guiné Equatorial foi atacada de repente por homens armados, que apareceram no mar. Alguns dias depois o gabão esteve em estado de alerta máximo, porque havia indícios de que o alegado grupo armado que executa ataques anfíbios teria o país vizinho como alvo.
Os 8 países do golfo da Guiné, criaram uma organização regional que tem dentre outras missões, garantir a segurança na zona, a chamada comissão do golfo, de que São Tomé e Príncipe ocupa o cargo de Secretário Executivo na pessoa do antigo Presidente da República Miguel Trovoada.
Rico em petróleo, destacando-se os três maiores produtores de ouro negro do continente, nomeadamente Nigéria, Angola, e a Guiné Equatorial, o golfo da Guiné está no centro das atenções das grandes potências internacionais. Mas não só por isso, também é rico em pescado.
Como é o caso da península de Bakassi, pertença dos Camarões, mas durante muitos anos foco de tensão e confronto com a Nigéria. Foi exactamente nas águas territoriais da península camaronesa que na última semana um grupo de 9 piratas atacou uma embarcação. Segundo a imprensa dos Camarões, a intervenção do batalhão de intervenção rápida das forças armadas, aniquilou os piratas. 4 mortos, 4 feridos e 1 pirata ainda dado como desaparecido.
A imprensa dos Camarões adianta que no passado, os confrontos na península de Bakassi de 1000 quilómetros quadrados, estavam relacionados com a disputa fronteiriça com a Nigéria. Em 2007, 20 soldados Camaroneses morreram em confronto na fronteira com a Nigéria. Também em Junho do ano passado 7 polícias morreram nas mesmas condições.
No entanto nos últimos, garante a imprensa camaronesa, os ataques em Bakassi são atribuídos a grupos armados não identificados, considerados como Rebeldes.
Com o cenário periódico de homens armados a surgir no horizonte do Golfo da Guiné, para atacar países e agora também embarcações, São Tomé e Príncipe, localizado no centro da zona, e que ainda está a construir a sua guarda costeira, não deverá ficar alheio aos episódios que estão a marcar a actualidade na vizinhança. Advinha-se muito trabalho para a comissão do golfo que tem a missão de remir conflitos e promover a paz e a segurança no rico golfo africano.
Abel Veiga