Política

MDFM-PL responsabiliza MLSTP/PSD e PCD pelo assalto a base de dados da Comissão Eleitoral Nacional

raul.jpgPela voz do seu secretário geral Raul Cravid(na foto), o partido MDFM-PL, alertou o povo de São Tomé e Príncipe para alegadas manobras do MLSTP/PSD e do PCD, para se perpetuarem no poder. Segundo o MDFM-PL, os dois partidos esta intenção dos dois partidos que governam o país, tem sustentação nas acções dos mesmos tendentes a adiar sucessivamente as eleições autárquicas, regionais e legislativas, bem como o assalto a comissão eleitoral Nacional.

O assalto a comissão eleitoral nacional ocorreu em 2008. Toda a base de dados foi roubada. Até a data presente não se conhecem os autores do assalto, que obrigou o país a avançar para um recenseamento eleitoral de raiz. Processo que ainda não começou nem tem data para iniciar, pondo em causa a realização de todos os actos eleitores, tanto as autárquicas e regionais que deveriam ter lugar em Agosto de 2009, como as legislativas que deveriam acontecer em Março de 2010, no entanto adiadas sine die.

Esta segunda – feira em conferência de imprensa, o Secretário Geral do MDFM-PL, Raul Cravid, apontou o dedo ao MLSTP/PSD e ao PCD, como prováveis responsáveis pelo assalto a Comissão Eleitoral Nacional. «O MDFM-PL, não pode deixar de referir e alertar que o povo de São Tomé e Príncipe está atento a todas as manobras descaradas do MLSTP/PSD e do PCD, de se perpetuarem no poder com as acções tendentes ao adiamento sucessivo das eleições, nomeadamente o assalto a CEN e o pedido de recenseamento de raiz permanentemente adiado», diz o comunicado do MDFM-PL.

O partido do Presidente Fradique de Menezes, insta o governo a se pronunciar sobre a data exacta para a realização das eleições autárquicas, regional e legislativa.

Em resposta a questões levantadas pelos jornalistas, sobre a acusação feita contra o MLSTP/PSD e o PCD, com relação ao assalto a comissão eleitoral nacional, o Secretário Geral Raul Cravid, disse «nós não retiramos uma vírgula do que está no nosso comunicado», pontuou.

Raul Cravid, que recentemente foi ministro da administração interna, administração territorial e protecção civil, acrescentou que não teve acesso ao relatório da investigação que foi feita sobre o assalto a comissão eleitoral, mas que conseguiu recolher muita informação avulsa que no devido tempo será publicada. Informação que segundo Raul Cravid, sustenta acusação ou denúncia feita contra os dois partidos.

O MDFM-PL, diz que não tem medo das eleições, e que as outras duas forças políticas, terão razões para continuar a adiar a convocatória do povo as urnas. «Veja uma coisa até a presente data não está esclarecida a situação(do assalto a comissão eleitoral nacional). Ao que tudo indica há envolvimento de alguns partidos políticos que eventualmente sabiam que não estavam em condições de ir aos desafios eleitorais já. E é preciso criar-se manobras para afastar o máximo possível as eleições», referiu.

O secretário-geral do MDFM-PL, rejeita as desculpas apresentadas pelo governo, sobre o atraso na aquisição dos materiais informáticos indispensáveis para o registo eleitoral de raiz. «Não se venha por aqui dizer que não se encontrou equipamentos. Equipamentos existem em toda parte do mundo é só compra-los. São um conjunto de elementos que entendemos sem fundamento e é só de quem não quer as eleições. Quem tem medo das eleições. Nós não temos medo das eleições queremos que marquem as eleições e vamos as eleições», acrescentou.

MDFM-PL, aproveitou a ocasião para fazer um pedido especial ao seu criador, o Presidente da República Fradique de Menezes. Um pedido que suscita leitura política atenta, e lança pistas sobre o cenário político para os próximos meses, sobretudo depois de Março quando terminar a actual legislatura de 4 anos.

Altura em que por lei o povo deve exercer o poder político para legitimar a Assembleia Nacional e o Governo. «E aí o nosso pedido ao senhor Presidente da República para que não aceite essas tentativas de adiamento das eleições. Temos uma constituição da república, temos uma lei eleitoral, há os calendários que já estão previamente estabelecidos. Os cenários que nos são colocados, são cenários de sucessivos adiamentos entendemos que Presidente da República enquanto guardião da constituição da república, enquanto árbitro deverá agir nos termos daquilo que é a constituição da república e que as leis o permitem», concluiu Raul Cravid.

A recação do MLSTP/PSD e do PCD, deverá ser conhecida esta terça – feira.

Note-se que as eleições legislativas que deveriam ter lugar em Março, foram adiadas para Abril, mas as autoridades já perceberam que também não será possível fazê-lo em Abril. Não se sabe quando será possível, fazer o recenseamento eleitoral de raiz. Das eleições autárquicas e regionais já nem se fala. A Assembleia Nacional, decidiu prorrogar o mandato dos presidentes das câmaras distritais e do governo da região do Príncipe.

Resta saber como é que vai ser em relação aos poderes legislativos e executivo, quando o mandato expirar depois de Março.

Abel Veiga

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