Política

Pirataria no Golfo da Guiné cresce junto com contrabando de combustíveis

É uma das conclusões da palestra sobre a pirataria no “Golfo da Guiné”, que teve o general Luís Araújo(na foto), Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas Portuguesas como orador principal. Recentemente São Tomé e Príncipe apreendeu pela primeira vez, dois navios que realizavam contrabando de combustíveis. 

O Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas Portuguesas, começou por realçar a longa experiência de Portugal, através das suas forças armadas no combate a pirataria principalmente no oceano Índico. Pirataria e outras actividades ilícitas também no mar do mediterrâneo ocidental. «Pelo que conhecemos a pirataria no Índico é diferente da pirataria no Golfo da Guiné. Face às acções da comunidade internacional a pirataria no Índico diminuiu drasticamente. Mas as causas estão lá. Daí a importância da presença das forças internacionais. No Índico os piratas querem fundamentalmente aprisionar navios e suas tripulações para receberem indemnizações», explicou o General Chefe de Estado Maior das Forças Armadas Portuguesas.

No Golfo da Guiné, banhado pelo oceano atlântico, o cenário é diferente. Os Piratas têm outra estratégia. «O que tem acontecido no Golfo da Guiné, tem sido para assaltar os navios, roubar as suas guarnições, fazer contrabando de combustíveis e a seguir largam o navio. Mas a tendência aqui no golfo da Guiné em termos de pirataria tem sido de aumento», frisou.

Acções piratas e de contrabando aumentam de tal forma no golfo da Guiné, que os registos de radar instalados em São Tomé e Príncipe confirmam diariamente movimentações suspeitas de embarcações nas águas do golfo e na zona económica exclusiva do arquipélago. Recentemente duas embarcações foram apreendidas pela guarda costeira, quando realizavam contrabando de combustíveis, há cerca de 6 milhas da costa.

Zona rica em hidrocarbonetos, a situação no Golfo da Guiné preocupa a comunidade internacional, principalmente as grandes economias mundiais.

Na Palestra o general que comanda as forças armadas portuguesas, explicou que 45% do gás que se consome no seu país, é fornecido pela Nigéria. Daí que o Golfo da Guiné é centro de interesses de potências internacionais, que também se preocupam com a ameaça que a pirataria na região, representa para as suas economias. «A União europeia lançou um programa de protecção das linhas de comunicação marítima no golfo da Guiné para 3 anos. Mas ainda não se conhece os contornos específicos, os detalhes desta operação, que tem o objectivo de criar e coordenar mecanismos de vigilância e identificação das capacidades da guarda costeira dos países do golfo da Guiné para combater este flagelo», pontuou.

São Tomé e Príncipe que no passado recorreu a ajuda da força aérea portuguesa, para ter um avião de transporte no território nacional, pode pensar em pedir ajuda naval portuguesa para dissuadir a pirataria e o contrabando nas suas águas territoriais. Mas a crise financeira, dificulta a materialização desta intenção. «Temos capacidades na nossa marinha e na força aérea para projectar meios navios e aéreos, mas a questão que se põe é a sustentabilidade da permanência em termos de custos, face as dificuldades financeiras que Portugal tem e face as decisões politicas. Implica recursos financeiros e não tenho qualquer noção se erá possível ou não em termos financeiros», precisou o general Luis Araújo.

O Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas Portuguesas, está em São Tomé no âmbito da reunião das chefias militares dos países membros da comunidade lusófona, CPLP, que começa esta quarta – feira no país.

Abel Veiga

8 Comments

8 Comments

  1. fdj

    16 de Abril de 2013 at 20:58

    uma coisa e certa Europa esta em crise. Quer ocupação nas nossas aguas , procuraram especiarias , ouro e petróleo. Cada agencia deve procura a segurança para os seus navios, Não temos nada com isso. Queremos, pão, paz e amor.

    • Saotomense

      17 de Abril de 2013 at 17:03

      TELA NOM, POR FAVOR RESPEITE O DIREITO DE EXPRESSÃO E DE OPINIÃO DOS COMENTADORES,AFINAL VOCÊS SÃO UM JORNAL PRIVADO OU UMA CASA DO GOVERNO?ACHO QUE DEVEM DAR EXEMPLOS DA DEMOCRACIA. VOCÊS SÃO PAGOS PELO GOVERNO? OU TAMBÉM CHUPAM OS DEDOS NO MEL DO PETRÓLEO ? A VERDADE VOS IRRITA TANTO ASSIM?!

    • Preto Lúlúlú

      17 de Abril de 2013 at 21:36

      Sr. FDJ ….. ” Quer ocupação nas nossas águas, procuraram especiarias, ouro e petróleo ” ….. Petróleo nas nossas águas tudo bem …. mas agora especiarias e ouro…essa é uma grande novidade. Não sabia que existia ouro e especiarias, nas nossas águas. É melhor informar o Governo de S. Tomé desta descoberta……

  2. Fruta Fruta

    16 de Abril de 2013 at 21:54

    Parto do principio que qualquer ato de pirataria não beneficia ninguém de BEM. Como estamos no centro do vulcão, porque não sermos proativos e apresentarmos iniciativas junto dos principais organismos internacioanais. As ideias e a apresentação de propostas, princi-palmente inovadoras não têm custso, Se esse Sr, General fala num programa de proteção porque não antecipar e expor junto desse e outros organismo internacionais o pedido de proteção para essa circulação e beneficiar da antecipação e negociar para o nosso país de beneficios?. A ajuda para outros logo que nos beneficie e não nos comprometa é bem vindas.

  3. Danilo Salvaterra

    16 de Abril de 2013 at 22:00

    Partes de uma reflexão minha sobre as Forças Armadas em S.Tomé e Príncipe, publicado em Julho de 2008 no diário Tela Non
    . . .
    Há que defendo abolição das Forcas Armadas e criação de uma força de Segurança. Só a continua miopia dos dirigentes persistem neste erro.
    Parte de um artigo meu publicado no Tela Nom em 2008

    O país precisa de ter as suas fronteiras livres de contra bandos, actividade que a ser assegurada por um corpo de intervenção rápido tecnologicamente bem equipado e tecnicamente preparado. Internamente a ordem seria assegurada por uma polícia de elite, não confundir com os actuais ninjas, modernamente preparada e estruturada.
    O caminho passa por adaptação às circunstâncias e às condicionantes. Neste caso a dimensão do país incluindo física e humana. Todo o resto são conversas de caserna.

  4. ali baba

    17 de Abril de 2013 at 8:50

    É positiva uma palestra como esta.

    de facto , devemos proteger as nossas aguas territorias.

    só para que conste e aqui fico o consequente apelo: O brigadeiro santomense presente na segunda foto, nao necessita de uma casa de 80 milhoes de dobras mensais como quartel general ou vivenda profissional e muito menos de mais de 50 soldados caloiros para p “protegerem” diariamente, e o pior, é que por turnos, o que implica que diariamente, cerca de 100 a 150 soldados, fazem turno na residencia do Brigadeiro ou General Supremo das Forcas Armadas, sito me Bairro Verde.

    Vamos com esse dinheiro investir mais em barcos e meios para proteger as nossas águas territóriais.

    Abel, sem receio, publique se faz favor, que nao cometi , crime nenhum dizendo isso.

  5. Madalena

    17 de Abril de 2013 at 9:43

    Temos de ser muito inteligentes nestas horas. Vale a pena, formar em TIC, de forma a poder detectar os navios em nossas aguas e multa-los. O pagamento das multas serao online, directamente ao Tesouro. teremos meios suficientes no mar de STP, para fazer face a pirataria?
    Não nos colocam areia nos olhos!!
    As florestas estão a ser castigadas por fiscalização deficiente, quanto mais no Mar alto!!
    Convenhamos.

  6. Ledji milondó

    17 de Abril de 2013 at 11:39

    Os navios de guerra estacionados nesses países amigo, como Portugal, Espanha , Alemanha, Estados Unidos e outros, estão gastando dinheiro mesmo assim sem qualquer confusão e por outro lado, existe a Nato que os protege, sei que nenhum outro país iria ousar atacá-los; desta forma seria de bom tom, de bons ofícios e de ajuda mútua num mundo globalizado que, rapidamente eles disponibilizassem suas forças para nos apoiar porque o pepino torce-lhe de pequeno.
    Com respeito e consideração.

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