O Secretário de Estado dos Estados Unidos de América John Kerry, interveio na COP22 de Marrakech e anunciou para os líderes mundiais a informação que recebeu do geólogo glaciar americano John Stone. “O período catastrófico poderá já estar em marcha“.
O Secretário de Estado dos Estados Unidos de América, relatou para o mundo reunido em Marrakech, diversos factos constatados por si, durante visitas feitas a Gronelândia e a Antárctida, e confirmados pelos cientistas com os quais conversou nos dois pontos do globo.
Factos que comprovam a avançada deterioração dos glaciares e a ameaça catastrófica iminente sobre a vida na superfície terrestre. John Kerry, que discursou no dia 16 de Novembro na COP22, disse que no último verão visitou a Gronelândia e pôde verificar a deterioração das massas de gelo. Processo que nos últimos 15 anos atingiu nível de degradação mais acentuado do que em todo o século XX. «Eu vi os pedaços enormes de gelo que tinham acabado de partir do glaciar para se derreter inexoravelmente em direcção ao mar», frisou.
Um processo aumenta o nível da água do mar no planeta terra. «Desde os anos 1990, o ritmo doloroso do derretimento do gelo quase triplicou. Todos os dias, 86 milhões de toneladas de gelo fazem o caminho para o oceano. E o fluxo total de gelo que sai da Gronelândia em apenas um único, tem água suficiente para atender às necessidades da cidade de New York City por duas décadas», explicou, John Kerry.
Segundo o Secretário de Estado dos Estados Unidos de América, os cientistas em Gronelândia o aconselharam a visitar a Antárctica para melhor compreender a dimensão da ameaça catastrófica sobre o planeta terra. «Um cientista da Nova Zelândia chamado Gavin Dunbar descreveu o que eles estão vendo lá com a citação, “canário na mina de carvão” e advertiu que alguns limites, se forem ultrapassados, não poderão ser recuperados».
Período iminente anunciado por cientista, que exige acção imediata do mundo. «Os cientistas pediram-me para lembrar ao meu próprio governo e os governos em todo mundo e a todos aqui, que o que fazemos agora – hoje – importa. Porque, se nós não irmos longe o suficiente e se não irmos mais rápido o suficiente, serão necessários muitos séculos para recuperar os danos, e se é que tais damos poderão ser recuperados de facto», acrescentou John Kerry.
Reconheceu que pelo andar do mundo «o tempo não está do nosso lado. O mundo já está a mudar a um ritmo cada vez mais alarmante, com consequências cada vez mais alarmantes. 2016 vai ser o ano mais quente de todos. Este ano vai contribuir com o seu calor recorde para a década mais quente registada na história».
Apontou mais sinais de perigo «temos visto secas recordes em todos os lugares – da Índia para o Brasil para a costa oeste dos Estados Unidos. Tempestades que costumam acontecer uma vez em cada 500 anos estão se tornando relativamente normais. Nos últimos anos, uma média de 22,5 milhões de pessoas foram deslocadas por eventos climáticos extremos anualmente. Nunca vimos isso no século XX».
Por tudo isso destacou a importância da conferência de “Acção” realizada em Marrakech. Os Estados Unidos de América, um dos principais emissores de gases d efeito estufa, está a agir para inverter a situação. «A produção de energia eólica na América triplicou desde o 2008, e vai continuar. A produção de energia solar aumentou 30 vezes. Posso dizer-lhe com confiança que hoje os Estados Unidos caminham para cumprir todas as metas internacionais já definidas».
O Secretário de Estado Norte Americano, apontou outros países com alta taxa de emissão de gases, como estando também a agir no sentido de renovar as fontes de energia.
Segundo John Kerry, no ano passado China, Índia e o Brasil, investiram mais nas tecnologias de energia limpa, do que os países desenvolvidos. «Só a China investiu mais de 100 bilhões de dólares. Em última análise, a produção de energia limpa será o maior mercado que o mundo já conheceu. E nenhuma nação vai fazer bem se ficar à margem», enfatizou.
Abel Veiga