Política

Secretário-geral e líderes da ONU lamentam morte do arcebispo Desmond Tutu, uma “figura global pela paz”

PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU

António Guterres descreveu o ativista de direitos humanos como uma “voz inabalável dos que não têm voz”; Desmond Tutu faleceu no domingo, na Cidade do Cabo, África do Sul, aos 90 anos.

O secretário-geral António Guterres e vários líderes das Nações Unidas prestaram tributo no domingo ao arcebispo Desmond Tutu, que segundo Guterres, foi uma “voz inabalável para os que não têm voz”.

O chefe da ONU afirmou ter ficado muito entristecido com a morte do líder anti-apartheid e ativista de direitos humanos, que faleceu na Cidade do Cabo, África do Sul, aos 90 anos.

Em um comunicado, António Guterres declarou que “o arcebispo Tutu foi uma figura global imponente pela paz e uma inspiração para gerações ao redor do mundo”. O secretário-geral lembrou ainda que “durante os dias mais sombrios do apartheid, ele foi um brilhante farol pela justiça social, liberdade e resistência não violenta”.

Sabedoria e humanidade

Foto: Casey Crafford/OHCHR
Desmond Tutu em 2013 ao lado da então chefe de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay.

Guterres também elogiou a “determinação incansável” do arcebispo Tutu para a construção de uma solidariedade global em prol de uma África do Sul livre e democrática, que o levou a receber o Nobel da Paz em 1984.

O chefe da ONU lembrou que como presidente da Comissão pela Verdade e Reconciliação, Desmond Tutu forneceu uma “contribuição imensurável para garantir uma transição pacífica e justa para uma África do Sul democrática”.

Guterres afirmou ainda que “sua enorme sabedoria e experiência sempre foram comunicadas com humanidade, humor e amor”. O secretário-geral definiu Tutu como um “campeão pelo multilateralismo”, lembrando que o arcebispo também integrou o Comitê de Conselheiros da ONU sobre Prevenção do Genocídio e esteve na Missão de Alto Nível de Averiguação em Gaza, em 2008.

Lutando por um mundo melhor

Foto: UN/P Filgueiras
Arcebispo Desmond Tutu discursa em Nova Iorque no Dia Internacional da Menina.

Guterres lembrou que nas últimas décadas, o arcebispo Tutu continuo lutando em prol de muitas questões críticas, como pobreza, mudança climática, direitos humanos e HIV/Aids.

António Guterres afirmou que “apesar do seu falecimento deixar um buraco enorme no cenário global e nos nossos corações, estaremos sempre inspirados pelo seu exemplo em continuar a luta por um mundo melhor para todos.”

A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, também lamentou a morte do arcebispo, declarando que “apesar de sentir falta de sua presença, eu celebro sua incrível vida”.

Em sua conta no Twitter, Mohammed lembrou que o Desmond Tutu “tinha sempre um sorriso no rosto e estava sempre nos pedindo para fazer o bem”.

Verdade, justiça e perdão

O presidente da Assembleia Geral da ONU, Abdulla Shahid, também utilizou o Twitter para lamentar o falecimento. Ele escreveu ter ficado muito triste com “a morte do arcebispo Desmond Tutu, que liderou uma campanha para acabar com o regime do apartheid na África do Sul e depois, ajudou a nação a curar suas feridas”.

Por sua vez, o presidente do Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, Collen Kelapile, lamentou a perda de um “ícone, uma inspiração a homens, mulheres e jovens”. Segundo Kelapile, Tutu sempre deu sua opinião “contra as injustiças e a má governança sem ter medo”.

A chefe do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, Inger Andersen também fez declarações na sua conta no Twitter, descrevend Desmond Tutu como um “pilar de retidão moral que nos ensinou a andar no caminho certo com verdade, justiça e perdão em nossos corações.”

O arcebispo Desmond Tutu esteve na sede da ONU, em Nova Iorque, em várias ocasiões nas últimas décadas, inclusive quando fazia parte do grupo “Elders”, com eminentes líderes globais que trabalham para promover a paz e os direitos humanos.

Ele também apoiou várias iniciativas da ONU em áreas como deslocamento forçado, empoderamento das mulheres e combate à homofobia e transfobia. Desmond Tutu recebeu inúmeras homenagens por seu ativismo, incluindo o prêmio Campeão Global da Luta contra a Fome, em 2012, concedido pelo Programa Mundial de Alimentos, PMA.

No mesmo ano, ele foi reconhecido pela Unesco com o Prêmio Bilbao, por seu papel em ajudar a construir uma cultura universal em prol dos direitos humanos.

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