O texto do acordo técnico militar entre São Tomé e Príncipe e a Rússia foi redigido em língua russa. Jorge Amado Ministro da Defesa e Administração Interna, quadro santomense formado em Moscovo foi quem assinou o documento no dia 24 de abril na cidade de São Petersburgo.
Jorge Amado viveu vários anos em Moscovo e foi um dos dirigentes da Associação dos Estudantes de São Tomé e Príncipe na Rússia. Formado no sector veterinário, Jorge Amado é indicado em São Tomé e Príncipe como tendo também passado pelas escolas da antiga KGB.
Aliás a maior parte dos quadros que dirigem o arquipélago foi formada na ex-União Soviética. Depois da tomada de posse de Patrice Trovoada em 2022 como primeiro-ministro e Chefe do Governo a direcção da segurança interna passou para as mãos de um dos quadros formados na Rússia, e também comunicador fluente em língua russa. Trata-se de Raul Cravid, funcionário sénior do Banco Central de São Tomé e Príncipe, também conhecido por ter tido experiências em contra-inteligência durante a passagem por Moscovo.
Em janeiro de 2024, Patrice Trovoada mudou de ideias e nomeou um novo coordenador para o gabinete de segurança interna. A escolha recaiu sobre Victor Correia. Outro quadro, neste caso jornalista, formado em Moscovo. Victor Correia que nos primeiros anos da independência nacional trabalhou no departamento da contrainteligência externa, é conhecido no país como um dos alunos da escola do ex-KGB.
A língua russa também anima conversas entre médicos do hospital central de São Tomé e Príncipe. É comum entre os médicos formados na ex-União Soviética o diálogo em pronúncia russa.
Tudo indica que Jorge Amado, o ministro da defesa e administração interna, não teve quaisquer dúvidas quando assinou o acordo técnico-militar em São Petersburgo. Conhece as letras, entende as palavras, e percebe o sentido das frases em russo.
O Téla Nón coloca a disposição dos leitores, uma cópia do acordo original em russo, e uma versão traduzida para o português que é a língua oficial de São Tomé e Príncipe.
Abel Veiga
santomé cu plinxipe
13 de Maio de 2024 at 14:56
Eu pessoalmente não vejo nenhum mal nisso, quanto dinheiro que os americanos e os europeus, estão enviando para Israel , apenas 1/3 São Tomé e Príncipe podia pelo menos respirar. Força Russia/STP
Nini
13 de Maio de 2024 at 22:07
…queria acrescentar que eu percebo e falo fluentemente o russo, por isso posso confirmar que a tradução em português não corresponde exatamente o texto original russo.
Corrijam por favor.
Patriota
14 de Maio de 2024 at 17:17
Problema não está no acordo, mas nesse pilantragem e sanguinário do PT
JuvencioAO
13 de Maio de 2024 at 15:44
O texto em português não é original. É uma tradução, certamente, feita em GOOGLE, sem qualquer enquadramento. Possui muitos erros, tanto em palavras como nas frases. Não devia ser publicado
Nini
13 de Maio de 2024 at 17:39
Quais são os objetivos e interesses desses países com a presença deles em São Tomé? Esta é a pergunta principal que deveria nos preocupar!
Por um lado, os navios de Portugal ou da Rússia ou qualquer país “gângsters bandidos” não vão reduzir fome e pobreza a nossa população.
Por outro lado faz sentido haver concorrência e competição porque só deixar Portugal por a “arma” (no sentido figurativo) na cabeça dos nossos dirigentes ameaçando-os para continuar o neo-colonialismo acho não ser propício.
É complicado.
Só com ajuda do povo, sensibilizar e treinar a população é que vai dar. Os interesses, os valores, cor política, ideologias, agenda, objetivos, etc de cada pessoas, grupos, governos, entidades, organizações etc nunca foi e nunca será uniforme em nenhum país do mundo, em nenhum grupo, em nenhuma família. Mas a união com força e empenho para um alvo, objetivos ou bem comum é que da porque evita a discórdia. O bem comum neste caso é a nossa soberania e independência.
Estamos todos distraídas/os com políticas e ideologias e dar primazia ao Ego. Assim não da!
Vocês alguma vez já fizeram reflexão profunda naquilo que é mais significante e de facto mais importante para nós (povo, país) e nossa sobrevivência e independência em São Tomé e Príncipe?
A resposta não é Portugal ou Rússia.
Temos de encontrar a nossa resposta de forma coletiva e consensual.
Nini
13 de Maio de 2024 at 22:08
…queria acrescentar que eu percebo e falo fluentemente o russo, por isso posso confirmar que a tradução em português não corresponde exatamente o texto original russo.
Corrijam por favor.
Jorge Semedo
14 de Maio de 2024 at 2:47
O Major General portugues, Isidro Morais Pereira, Especialista Militar e Comentador dos assuntos militares da CNN-Portugal, ao comentar o acordo em questão, afirmou que STP é um país soberano e tem o direito de celebrar acordos militares ou outros com quaisquer países que quiser. Acrescentou ainda que este acordo enquadra-se no esforço da Rússia em alargar e reforçar o leque dos seus aliados e mostrar ao mundo (sobretudo ao ocidente) que ela não está isolada. E mais interessante para STP, foi que ele afirmou categoricamente, que São Tomé tem petróleo. Repito: ele disse de forma taxativa que São Tomé tem petróleo (reparem que nós santomenses duvidamos que STP tenha petróleo). Considerando os círculos de relacionamentos e de investigação profissional do Major-General Isidro, é de esperar que ele disponha de informações fidedignas sobre a existência do petróleo em STP, por isso ele não vacilou em afirmar que STP tem petróleo e associou este acordo também a este facto, pelo lado russo.
E preciso instalar radares de grandes capacidades que possam rastrear permanentemente toda nossa ZEE, para ajudar a patrulha portuguesa. Claro que a patrulha portuguesa não beliscaria as falcatruas dos ocidentais na nossa ZEE. Também é verdade que os radares russos não beliscariam as falcatruas chinesas ou mesmo russas na nossa ZEE. Portanto é preciso encontrar sempre um contrapeso, um equilíbrio.
Outros aspectos a não ser discorados são o histórico, a vivência e a experiência dos actuais sectores militares e de segurança de STP. Sendo eles oriundos das escolas da ex-URSS outra escolha não seria de esperar.
Que fique claro: segundo Major General portugues Isidro Morais, Socialista Militar, comentador de assuntos militares da CNN Portugal, STP tem petróleo. enquanto nós santomenses duvidamos.
Santo
14 de Maio de 2024 at 8:19
Assinar um acordo dessa natureza poderá pôr em risco a cooperação com os países da Nato e a guerra da Russia com Ucrânia foi precisamente de impedir a entrada da Nato na Ucrânia. E agora? Temos a base Americana em S. Tomé, não seria uma ameaça? Acho que deve-se reflectir muito nos pós e contra. Não vemos só pelo dinheiro, mas sim, pela nossa segurança e tranquilidade.
Zé de Neves
14 de Maio de 2024 at 8:21
Estrutura sintática, semântica e pragmática entre o texto russo e a versão em português não correspondem…
Pergunta: o responsável pela assinatura deste acordo/ tratado entendeu o que estava a assinar? O governo, para já não falar deste país, mais se parece com uma ela grupeta de tontos…