Sociedade

Central Hidroeléctrica do rio papagio na ilha do Príncipe entrou em actividade 20 anos depois da inauguração mal sucedida

Natal eprincipe.JPG ano novo iluminados na ilha do Príncipe. É uma garantia sustentada da direcção da EMAE na região autónoma. Em entrevista exclusiva ao Téla Nón Rodrigo Cassandra, anunciou a entrada em funções desde a última terça feira da central hidroeléctrica do rio papagaio. Com capacidade de 80 quilowatts, a central que foi inaugurada há 20 anos atrás, morreu segundos depois, tendo sido engolida pela floresta. Uma mancha negra nas acções da cooperação portuguesa no arquipélago, que ficou limpa de forma célere após uma reportagem que correu o mundo e despertou a tenção de altas autoridades portuguesas no sentido de corrigir o erro técnico do passado.

Uma reportagem televisiva, publicada no início deste ano que contava a história da central hidroeléctrica do rio papagaio, paralisada desde a sua inauguração há 20 anos atrás, após investimentos da cooperação portuguesa na sua construção, despertou a atenção de importantes autoridades portuguesas que alegadamente desconheciam o facto de a barragem ter dado apenas uma pisca de luz a população do Príncipe a quando da inauguração, para morrer segundos depois, sendo engolida pela floresta densa nos últimos 20 anos.

Um erro técnico na importação da turbina maior que a capacidade do rio, foi a causa do fracasso com 20 anos de idade.

No início do ano 2008 a empresa portuguesa Soares da Costa que tinha decidido recuperar a barragem no quadro de um acordo assinado com o estado são-tomense, terá recebido orientações claras de iminentes autoridades portuguesas, para que nos seus projectos de construção de mini- hídricas em São Tomé e Príncipe, ocupar-se em primeiro lugar da central hidroeléctrica do rio papagaio. Uma forma de corrigir o erro técnico do passado que tinha colocado a tal barragem na lista negra do esforço de cooperação portuguesa no arquipélago.

Assim aconteceu, desde a última terça-feira que a central hidroeléctrica entrou em actividade produzindo 80 quilowatts de corrente eléctrica. Uma mais-valia para a população da ilha do Príncipe garante o representante da EMAE na ilha. «Está a funcionar numa fase experimental, desde terça-feira embora algumas horas de construção ainda restam fazer, como a melhoria do acesso a central, pintura da própria central, e outras», referiu Rodrigo Cassandra.

Em entrevista exclusiva ao Téla Nón, o responsável da empresa de electricidade, apresentou as vantagens do reforço da produção de energia. A central térmica que garante a produção de 400 quilowatts de energia está agora a fornecer  apenas 320 quilowatts, o resto é alimentado pela corrente do rio papagaio. « Para nós isso significa alguma redução do consumo de gasóleo. Para já a central do rio papagaio funciona em simultâneo com a central térmica. Agora já não há oscilação da corrente eléctrica», frisou.

O reforço da produção de electricidade permite segundo o Director da EMAE a extensão já neste mês da rede de fornecimento a outras comunidades da ilha que não têm luz, como Bela Vista e Porto Real.

Em parceria com o governo regional a delegação da EMAE no Príncipe pretende iluminar toda a ilha com energia mais barata, produzida pelos cursos de água abundantes na região autónoma. Ainda neste mês explica Rodrigo Cassandra, iniciam-se as obras de construção de mais uma mini-hídrica na comunidade agrícola de São Joaquim.«A perspectiva é de até Junho do próximo ano abastecer o Príncipe com energia hídrica. Há estudos em curso para instalar outra barragem no rio Banzu», reforçou.

As obras de revitalização da barragem do rio papagaio já em funcionamento custaram 150 mil euros. Um investimento privado da empresa portuguesa Soares da Costa num consórcio com a EMAE. A electricidade produzida na barragem é vendida a empresa nacional de electricidade.

Na estratégia para que a ilha do Príncipe seja auto-suficiente em energia eléctrica, o governo regional conseguiu importar dois geradores. Um está a ser instalado na empresa Sundy e outro na comunidade de Abade, acrescentou Rodrigo Cassandra.

Autoridades do Príncipe demonstram o seu empenho no fornecimento a população do principal factor de desenvolvimento, a energia eléctrica, e com base numa estratégia sustentada. Rodrigo Cassandra disse ao Téla Nón que a ilha que já está iluminada vai ficar reluzente na próxima quadra festiva.

A mesma promessa foi feita pelo Primeiro-ministro são-tomense em relação a ilha de São Tomé, mas os sinais dos últimos dias em que o corte de electricidade voltou a complicar-se na ilha maior, ameaçam arruinar a promessa de Rafael Branco, uma vez que a quadra natalícia está próxima e a população não vê luz a tempo de celebrar o dia da família e a passagem do ano.

Abel Veiga

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