A câmara do comércio, anunciou ao país em Outubro do ano passado que os produtos brasileiros estariam no mercado nacional, antes da quadra natalícia. O certo é que São Tomé e Príncipe, corria riscos de não conseguir utilizar a linha de crédito aberta pelo governo brasileiro para importação de produtos alimentares. O prazo limite de utilização era Dezembro de 2008, e até esta data o sector privado nacional ainda não tinha conseguido importar os produtos que alegadamente devem ser vendidos a preço acessível para a população. Muita polémica rolou, incluindo processos judiciais contra jornalistas, que ousaram procurar esclarecimento sobre os produtos que não chegaram na quadra natalícia. Finalmente com 2009 quase a meio, os 200 contentores de carga chagaram ao porto de São Tomé.
Desde Dezembro de 2007 que os governos são-tomense e brasileiro, assinaram o memorando de entendimento, que abriu a linha de crédito no valor de 5 milhões de dólares, para importação pela primeira vez de produtos brasileiros.
O crédito aberto a favor do sector privado são-tomense, deveria ser utilizado até Dezembro de 2008. Altura em que os produtos deveriam ser comercializados no mercado nacional. Mas não foi assim que aconteceu. Apesar da direcção da câmara do comércio ter anunciado ao país que os produtos estariam a venda na quadra natalícia de 2008, só agora no dia 1 de Maio é que os 200 contentores de produtos diversos estão a ser desembarcados no porto de São Tomé.
Um assunto que gerou alguma polémica no país, com a câmara do comércio, indústria, agricultura e serviços a decidir processar os jornalistas que começaram a questionar o atraso na chegada dos produtos. A presidência da câmara considera que foi difamada.
Nesta primeira importação de géneros alimentícios a partir do mercado brasileiro, destacam-se leite, sal, bolacha, manteiga, caldo, sabão, carne de boi, óleo alimentar e açúcar.
Brasil disponibilizou o crédito financeiro há 1 ano e meio. Tardiamente o sector privado são-tomense, conseguiu aproveitar a oportunidade.
O crédito deve ser pago num período de 4 anos. O primeiro ano é de graça e ainda com mais uma vantagem. É que o sector privado são-tomense está livre do pagamento de juros.
Abel Veiga