A tendência de aumento dos casos de paludismo que se regista desde o início deste ano, está directamente relacionada com o baixo índice de pulverização das casas. Constatação do Ministro da Saúde Arlindo Carvalho, que apelou todas as forças vivas do país a envolverem-se na campanha que tem um objectivo fundamental para o progresso do país. A resistência de alguns círculos populacionais em relação a pulverização, está a preocupar o governo que ainda não tem força legal para agir coercivamente.
No distrito de Água Grande que envolve a capital do país, por sinal a região onde vive quase metade da população são-tomense, as equipas de pulverização das casas, só conseguiram colocar insecticida para matar mosquito em 72% das casas. Anúncio do Ministro da Saúde, Arlindo Carvalho. «Há neste momento uma cobertura de aproximadamente 72% das localidades onde a equipa passou. Isto quer dizer que 28% das casas estão fechadas. É preciso que se utilize outros meios de comunicação. As igrejas podem falar sobre isto, os professores podem falar aos alunos», explicou o Ministro.
O envolvimento de todas as forças vivas do país na campanha é fundamental para evitar o regresso em força da doença que no passado matava centenas de pessoas por ano. Desde Janeiro de 2009 até Maio já matou 4 pessoas. «Acredito que há uma tendência de aumento de casos. Mas epidemiologicamente isto acontece. Há sempre flutuações no número de casos e esta tendência para o aumento tem sido associada a baixa cobertura da pulverização intra-docimiliária e daí o apelo no sentido de uma maior colaboração», salientou.
Diante da resistência de alguns círculos populacionais, o governo está de mãos atadas. A lei que obriga os cidadãos a colaborarem com o processo de pulverização data da década de 80 e as sanções são insignificantes para o momento actual. A revisão da mesma está atrasada. «As medidas coercivas podem decorrer de uma lei que está ser actualizada. Houve uma proposta de actualização da lei mas não se enquadra na divisão que se faz hoje a nível do sistema nacional de saúde. São essas alterações que tem que ser feitas antes da lei ser remetida para aprovação», esclareceu.
Para já o que vale é a sensibilização das populações, e as forçar políticas também são convidadas a participar. «Por exemplo assistimos a nível nacional quando existem campanhas políticas como é que os militantes dos diversos partidos agarram isso com unhas e dentes, fazem campanha. Porque é que a campanha de luta contra o paludismo não é também feita. O apelo é dirigido aos fazedores de política no sentido de também agarrarem este processo como algo que também lhes diz respeito e não deixar isso só para o ministério da saúde», fundamentou.
Comportamento dos são-tomenses, a dar hipóteses ao paludismo numa luta que já dura 5 anos. Mesmo assim o ministro da saúde diz que os resultados do combate contra a doença tem sido favorável ao povo de São Tomé e Príncipe, cuja maioria não tem sido massacrada pela doença.
Abel Veiga
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