Segundo a comissão organizadora tudo leva a crer que a nação santomense está perante um perigo iminente. O que se traduz na perda absoluta de valores, crise de autoridade de estado, descrédito completo das instituições, banalização das figuras e dos titulares de cargos do estado, crise dos partidos políticos, ausência de liderança e de um sentido comum, entre outros.
«Nós pensamos criar um espaço apartidário onde as pessoas que de facto têm a sensação de que o nosso país esta mal e que é necessário que nós enquanto cidadãos intervirmos construtivamente denunciando o que está mal, propondo soluções para o problema. Achamos que nós não podemos continuar apáticos e ver de forma impávida e serena esta degradação do nosso país.» disse Agostinho Fernandes, membro da comissão organizadora.
O jurista realçou também que o estado santomense quase que não existe.» os indicadores são claros. Nos constatamos que o estado está neste momento incapaz de pôr a sua autoridade que é necessário; nos verificamos que as politicas económicas e financeiras que são assumidas não são feitas em prol da colectividade, são assumidas com base em razoes individuais. O que falta ao meu ver é os cidadãos intervirem fazendo a sua parte. Devemos agir de forma colectiva para a satisfação do colectivo.»
Gabriel Costa, antigo primeiro ministro, um dos oradores sublinhou na altura que a democracia santomense está doente» Há uma crise no sistema e é necessário fazer algo urgente para estancar as degradações. A democracia santomense está doente, não tenhamos ilusões, não façamos a politica de avestruz colocando a cabeça debaixo da areia, escondendo a realidade. Nos temos sinais sérios de um estado com problemas gravíssimos, de um sistema político que funciona de uma forma deficiente, com uma perda de credibilidade no sistema e que é necessário agirmos em relação a ele. E se não fizermos nós teremos um colapso no regime» disse Gabriel Costa na altura.
Depois da apresentação e abordagem dos temas sobre Sistema político e o regular funcionamento das instituições democráticas, sistema judiciário e a salvaguarda do estado de direito democrático e políticas económicas e financeiras e a salvaguarda da coesão chegou-se as seguintes conclusões: «1º Que o estado padece de inúmeros problemas que ameaçam a sua subsistência e que põe em perigo a sociedade;2º Há necessidade urgente de uma intervenção proactiva e construtiva da sociedade civil;3º É necessário pôr um ponto final as lamentações e começar a agir, solucionando os problemas reais;4º é necessário criar uma estrutura organizada ;5º É necessário criar grupos de trabalho que possam produzir documentos com soluções para os problemas, quer de fundo, quer emergentes da nossa sociedade;6º é preciso que os problemas possam ser resolvidos pela própria sociedade, rompendo com o habito de esperar pelo poder politico;7º A sociedade civil deve ser mais intervenientes e utilizar efectivamente os poderes que lhe advêm da constituição para tal fim. Agora só resta esperar para ver se estas conclusões darão algum fruto para o país ou se permanecerão para sempre no papel.
Ectylsa Bastos